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Delito de Opinião

Where have all those songs gone?

Pedro Correia, 28.03.16

 

Este ano, ainda sem atingir um quarto de duração, está a ser terrível para a música. Pelo desaparecimento de vários nomes grandes desta arte, nas suas mais diversas facetas.

Em Janeiro vimos partir Pierre Boulez, David BowieOtis Clay, Hubert Giraud (que compôs canções célebres da canção francesa, como Sous le Ciel de Paris e Mamy Blue), Black (que nos legou Wonderful Life), o guitarrista dos Eagles, Glenn Frey (inesquecível, o seu contributo em temas como  Hotel California e Tequila Sunrise), Michel Delpech (com o seu eterno  Wight is Wight) e dois pilares dos Jefferson Airplane, Paul KanterSigne Toly Anderson.

Em Fevereiro desapareceu Maurice White, vocalista dos Earth, Wind & Fire. Logo seguido de Dan Hicks e Rey Caney. E este Março que ainda não chegou ao fim já se despediu, entre outros, de Naná Vasconcelos, do grande George Martin (que bem mereceu o cognome de Quinto Beatle pela roupagem musical que deu a Eleanor RigbyShe's Leaving Home  e  A Day in Life, entre tantos outros temas) e Frank Sinatra Jr.

Um mês que viu partir também, de forma trágica, um dos ícones da minha adolescência: Keith Emerson, compositor e teclista do trio Emerson, Lake & Palmer. Escutei-os inúmeras vezes - tardes sem fim, noites intermináveis, até os discos se gastarem de tanto rodar sob a agulha: Tarkus, Pictures at an Exhibition, Brain Salad Surgery, Works.

Emerson, segundo li nas notícias, andava deprimido há meses. A depressão tê-lo-á levado a "pôr termo à vida", como se escreve no modo eufemístico tão em voga em certas redacções que cultivam um estilo inócuo e contentinho. Com ele - e creio poder falar pela minha geração melómana - é um pouco mais da nossa juventude que parte também, num adeus irreversível aos dias em que cantávamos Lucky Man. Crentes de que as manhãs inundadas de sol jamais teriam fim.

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