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Delito de Opinião

Votos, bola e puxões de orelhas

Pedro Correia, 14.09.17

Depois dos caderninhos "sexistas" postos fora de circulação por imposição do Governo, surge outra medida de carácter proibicionista, tão ou mais estrambólica: o Executivo admite tornar os dias eleitorais interditos à prática do futebol profissional.

Ideia absurda. Como se um jogo que dura hora e meia colidisse com a ida às urnas, que estão abertas durante onze horas. E como se os eleitores portugueses, após mais de quatro décadas de prática democrática, não pudessem ser em simultâneo fervorosos adeptos de futebol.

Noutros países, em dias eleitorais, vigora a Lei Seca - abstenção total da venda de bebidas alcoólicas. Aqui, nessas ocasiões, o Governo quer impor o jejum absoluto aos espectáculos desportivos. E porque não interditar também o acesso a cinemas, teatros, templos, praias e piscinas?

É sina portuguesa: confundindo protecção com paternalismo, o Estado insiste em tratar-nos como meninos pequeninos a precisar de puxões de orelhas.

Com o aplauso entusiástico dos habituais basbaques. Há coisas que nunca mudam.

2 comentários

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    sampy 14.09.2017

    Ainda são as missas e as catequeses que vão valendo à CNE. Os curas já não costumam fazer grandes apelos à cidadania, mas se não fosse o facto de a reza dominical obrigar os crentes a sair da cama e de casa, e de a mesa de voto costumar estar ali a dois passos da igreja, a abstenção em Portugal andaria provavelmente pelos 80%, no mínimo.
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