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Delito de Opinião

Viagem ao Egipto (19).

Luís Menezes Leitão, 27.01.17

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Muito perto do Vale dos Reis, encontra-se o templo da rainha Hatchepsut, a única mulher que assumiu no Egipto a dignidade de faraó. Mulher de Tutmés II, quando ele morreu, em lugar de se limitar a assumir a regência em nome do seu enteado Tutmés III, decidiu ela própria coroar-se faraó, passando a governar o país.

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Em sua homenagem foi construído este magnífico templo, estando a rainha representada como qualquer outro faraó, incluindo com uma barba postiça.

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O reinado de Hatchepsut não foi, no entanto, aceite pelo seu enteado, Tutmés III, que, quando lhe sucedeu, mandou apagar todas as representações da madrasta, querendo eliminar o seu reinado da memória colectiva. Tanto foi assim que o calendário que mandou elaborar transita directamente do reinado de Tutmés II para o de Tutmés III, apagando à maneira orwelliana o reinado de Hatchepsut da história do Egipto.

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Tutmés III não se atreveu, no entanto, a desafiar os sacerdotes, destruindo o templo que a rainha tinha querido construir. E assim este magnífico templo permanece até aos nossos dias, recordando para a posteridade a corajosa história de uma mulher se atreveu a assumir um cargo até então reservado aos homens.

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