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Delito de Opinião

Vencedores

Sérgio de Almeida Correia, 19.05.25

111.webp(créditos: Tiago Miranda/Expresso)

AD (PSD/CDS-PP): Venceu duas vezes as eleições legislativas no espaço de um ano, aumentando em mais de 137 mil os seus eleitores. Estão agora à beira dos 2 milhões quando ainda faltam contar os votos dos círculos da emigração. Não é um grande resultado, e é ilusório, visto que continua a depender de terceiros para governar com condições estáveis. De qualquer modo, a coligação reforçou a sua base eleitoral, saindo com legitimidade acrescida das trapalhadas do último ano. Não será garantia de boa governação, do fim dos problemas de Montenegro, nem da introdução de melhorias substanciais no que já estava mal, atenta a equipa que se apresentou a votos. Mais um ano de governo pode ajudar a consolidar ganhos eleitorais e permitirá ganhar algum tempo em termos governativos, tanto na formação da nova equipa como na prossecução das políticas anteriormente definidas e que não deverão ser alvo de grandes mudanças. Entretanto, o homem da gasolineira pode aumentar a avença da “pequena empresa familiar” e Montenegro reabilitar o amigo Hernâni Dias. Há negócios que vêm por bem. Quanto ao mais logo se verá até onde irá a navegação à vista de costa.

 

222.webp (créditos:  Pedro Nunes/Reuters)

CHEGA: É segundo vencedor destas eleições. Em relação a 2022, o Chega passou de menos de 400 mil votos para mais de 1.345.000. É uma subida impressionante e com expressão a nível nacional. Do ano passado para este ano aumenta em 8 o número de deputados e atingiu praticamente a dimensão eleitoral do PS. O reforço eleitoral não é apenas o resultado do voto de protesto, representando antes uma opção consciente do eleitorado que entendeu dever continuar a castigar, pese embora a ausência de alternativas de governo, os partidos e forças tradicionais e subscrever o seu apelo. Não será pelo facto de lá terem no rebanho algumas ovelhas pouco recomendáveis que o seu eleitorado voltará, alguma vez, a render-se às actuais lideranças do PS ou do PSD. E enquanto assim for André Ventura poderá seguir tranquilo e continuar a fazer o que sempre fez, lançando a confusão e capitalizando com ela.

 

Imagem do historiador e político Rui Tavares

(créditos: FFMS)

LIVRE:  Aumenta em 50% o seu grupo parlamentar, ganha quase 50 mil novos eleitores. Rui Tavares continua a fazer passar a sua mensagem, sem que tal constitua qualquer garantia de futuro e de crescimento. Noutras condições, com um PS forte poderia ter uma voz em termos governativos. Assim, de pouco serve, apesar de se esperar uma intervenção parlamentar mais forte, mais esclarecida, europeia, civilizada e equilibrada, o que será sempre de saudar e se pode revelar muito importante na criação de pontes dentro de um parlamento crispado e ainda mais fragmentado.

 

333.jpg(créditos: Homem de Gouveia/LUSA)

JPP:  Conquistou um deputado em S. Bento. O resultado não tem qualquer relevância. O partido representa 0,34% dos votos que contam; são 20 mil eleitores perfeitamente localizados e sem expressão nacional. Contribuirá para o charivari parlamentar, acentuando a sua vertente regional.

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