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Delito de Opinião

Vão-se catar.

Luís Menezes Leitão, 24.05.16

Até agora o mandato de Marcelo Rebelo de Sousa na presidência tem sido um absoluto desastre, não se percebendo para onde quer ir o Presidente. Apesar de ter sido eleito pela Direita, só tem feito o jogo da Esquerda, chegando ao ponto de querer minimizar as péssimas notícias que todos os dias surgem, lançando areia para os olhos dos portugueses. A viagem que fez a Moçambique, onde propôs ser mediador entre o Chefe de Estado do país visitado e um simples guerrilheiro, deve ficar nos anais da História como o maior absurdo diplomático alguma vez praticado por um Presidente, mesmo contando com aquela vez em que uma intervenção de Jorge Sampaio levou a África do Sul a expulsar o embaixador português.

 

Há, porém, um ponto em que Marcelo tomou uma iniciativa louvável: a abolição do acordo ortográfico. É verdade que a intervenção dos talibans do costume, para quem o acordo ortográfico é o mais sagrado de todos os textos religiosos, de uma verdadeira inspiração divina, o fez recuar em toda a linha. Talvez para o castigar pela ousadia, o Diário de Notícias resolveu escrever que o Presidente foi visitar o Conservatório Nacional e comprou um "cato triste". Confesso que ao ler esta notícia, fiquei a pensar a que se referia o texto: ao político romano Catão, o Velho? Ao Kato, o chinês das artes marciais, que costumava acompanhar o Green Hornet? Ou será que o Presidente, cansado do cão que lhe deram os militares, decidira antes comprar um gato?

Mas depois, ao ler o texto, percebi que se falava antes de plantas, portanto o que o Presidente comprou foi um cacto, segundo explicou para não ficar demasiado optimista. Bem precisa o Presidente do tal cacto para perceber os espinhos das políticas que este governo, que tanto tem apoiado, anda a causar todos os dias ao país. E a imagem do cacto é um excelente aviso aos portugueses, que terão na planta, que acumula água no deserto, um exemplo da necessidade de poupança para os tempos negros que se avizinham.

Já em relação àqueles que continuam a querer à força obrigar toda a gente a escrever desta forma absurda, digo simplesmente: vão-se catar.

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