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Delito de Opinião

Extrema-esquerda pseudo-ambientalista

Pedro Correia, 13.05.25

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Campanha eleitoral para as legislativas. Um líder partidário - Rui Rocha, da Iniciativa Liberal - discursa num comício. De repente sobem ao palco duas pessoas que o interpelam, despejando-lhe pó verde na cara e na roupa.

São «jovens activistas ambientais», apressam-se a escrever os periódicos. Em uníssono. Em tom fofinho.

«Rui Rocha atingido com pó verde por activistas climáticos», titula o Público.

«Rui Rocha atingido com pó verde por a(c)tivistas ambientais», assegura o Jornal de Notícias.

«A(c)tivistas climáticos invadem palco da IL e atiram pó verde a Rui Rocha», diz o Observador.

 

Nenhum jornal usa o termo adequado: extremistas. Da extrema-esquerda pseudo-ambientalista que perverte a nobre causa ecológica pondo-a ao serviço de cartilhas climáticas ultra-radicais. Mesmo com graves atropelos à vida democrática, que implica a livre expressão de ideias, sem coacção de qualquer espécie. 

A defesa do ambiente não pode justificar actos deste género nem atenuá-los no folclore mediático. Enquanto uns encolhem os ombros e outros exibem sorrisos de condescendência. Sem a firme condenação que se impõe.

O primeiro passo para normalizar extremismos é tolerá-los. Sob a capa da juventude. Sob o pretexto do «activismo». Sob a alegação de que agredir e silenciar terceiros se justifica em certas circunstâncias. Com a ilusão de que existem extremismos maus e extremismos bons. Como se nem todos fossem péssimos.

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 13.05.25

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João Campos: «Há anos que ouço falar na crise dos cinemas, na falta de público, na fraca bilheteira para praticamente todos os filmes que não sejam as grandes produções norte-americanas, e nos mais variados bodes expiatórios (a pirataria costuma ser o mais frequente, e é com igual frequência um tiro ao lado). Vai na volta, e o preço dos bilhetes até tem alguma coisa que ver com o caso.»

 

José António Abreu: «A minha prima Cristina confidenciou-me que a mãe, recusando embora admiti-lo para não dar o braço a torcer perante a irmã, já percorreu a pé os trinta e tal quilómetros até Fátima mais duas vezes. Para que a Deus não restem dúvidas acerca do seu empenho. Prometi a Cristina manter o segredo mas, a cada nova reunião de família, pergunto-me se não seria mais caridoso - mais cristão, até - deixar escapar a verdade.»

 

Luís Menezes Leitão: «Parece que hoje é o dia em que tencionam tornar obrigatória a utilização do inenarrável "acordês", que um grupo de ignorantes, que se julgam iluminados, quis impor à força aos portugueses. Pela minha parte tenciono exercer o meu direito de resistência e continuarei a escrever até à morte no português que os meus saudosos professores me ensinaram desde criança. Porque o resultado desta imbecilidade está à vista neste anúncio. O grupo Optivisão agora acha-se "o maior grupo ótico português". Talvez o referido "grupo ótico" devesse saber que, em português, "ótico", como qualquer dicionário lhe pode informar, é respeitante ao ouvido. Se se quiser falar da visão, diz-se antes "óptico".»

 

Sérgio de Almeida Correia: «A fé não se descreve. A fé não se vê. E, no entanto, ela ali está. Em silêncio, entre aquela mole compacta e serena que vê os séculos passarem. Ou serão os séculos que os vêem passar e os vão acolhendo? (...) Sinto-os aconchegados. Vejo os seus rostos, a sua serenidade. A fé deve ser isto. E eu ali, para ali, transportando o tempo comigo, em silêncio, como se nada daquilo fosse possível. Como se nada existisse a não ser aquilo. Aquele silêncio, aqueles cânticos, aquela paz. Aquela luz. Que me traz e que me leva, quando quer, quantas vezes sem eu saber. Silenciosamente. Como se eu não fosse também daqui. Como se eu não fosse também um dos deles. Como se eu não tivesse fé.»

 

Teresa Ribeiro: «A publicidade ao "peixe fresco" das grandes superfícies, diga-se em abono da verdade, é rigorosa. Lá fresquinho é todo ele. Os termómetros não mentem. Quanto à sua frescura, é uma questão de sorte. Se acertou em peixe com pouco tempo de casa, não terá razão de queixa, embora mesmo nestes casos do cheiro a hipermercado não se livra. Cheiro a mar, ou mesmo a peixe, só no mercado ou  na lota. Será que a ASAE anda em cima disto?»

Pensamento da semana

Pedro Correia, 12.05.25

 

A Igreja Católica, que proclama valores universais e absolutos, é hoje a única instituição com verdadeira presença global. Isto ficou novamente comprovado com a morte do Papa, o conclave e a sucessão de Francisco.

Um dia Estaline perguntou quantas divisões possuía o Vaticano, ignorando a força do poder espiritual. Eis a resposta: dez mandamentos e nove bem-aventuranças, sem fronteiras espaciais ou temporais. Além de três palavras essenciais como sementes da civilização: piedade, perdão e paz.

O estalinismo afundou-se em escassas décadas no lodo da História, enquanto o cristianismo permanece vivo dois mil anos depois. Vocacionado para abraçar a eternidade.

 

Este pensamento acompanhará o DELITO DE OPINIÃO durante toda a semana

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 12.05.25

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João André: «- Boa tarde senhor doutor.

- Sim? Em que posso ajudar?

- Sou filho daquele senhor que o doutor andou a tratar do excesso de peso.

- E então, como vão as coisas?

- Malzinho doutor, malzinho. O meu pai morreu...

- Morreu? Mas como?

- De malnutrição. De dores. De úlcera. Enfim, da cura.

- E qual era o peso?

- XX quilos.

- Está a ver como até perdeu peso? Se quer que lhe diga, o mal foi não ter levado a cura longe o suficiente.»

 

Eu: «Há sempre alguém que diz não. Mas muitos militantes socialistas, e até eleitores que nem costumam votar no PS, gostariam que Manuel Alegre dissesse sim. Alguns notáveis que lhe viraram as costas noutras ocasiões (...) consideram que o autor da Senhora das Tempestades merece uma terceira oportunidade, após ter sido derrotado duas vezes nas urnas por Cavaco Silva, em 2006 e 2011. Agora que Cavaco não pode recandidatar-se e nenhuma figura da esquerda se impõe naturalmente na próxima contenda presidencial, por que não uma terceira oportunidade a quem escreveu A Terceira Rosa? Aos 79 anos, que festeja hoje, este benfiquista nativo de Touro - signo de gente determinada e persistente - parece ter-se desinteressado de corridas.»

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 11.05.25

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Helena Sacadura Cabral: «Os cinco anos que o meu blogue Fio de Prumo tem de existência fizeram-me pensar seriamente que há muita forma de intervir na sociedade em que vivemos, independentemente dos partidos. Com efeito, sob o manto diáfano da democracia partidária, tenta-se mostrar aos portugueses que só através daqueles é que se pode fazer intervenção cívica. Não é verdade. A sociedade civil pode e deve fazê-lo, através dos meios ao seu alcance.»

 

Luís Menezes Leitão: «Há muito que acho que o combate ao Estado islâmico é para levar a sério. Tão a sério que nem preciso de acrescentar eufemisticamente o "autoproclamado", como se todos os Estados não fossem autoproclamados até outro país os reconhecer. Trata-se de um Estado terrorista, que demonstra uma crueldade monstruosa contra os desgraçados que têm o azar de cair nas suas garras. Mas o mais grave é que tem um forte potencial para funcionar como elemento agregador do terrorismo islâmico a nível mundial, como se viu na Nigéria, onde o Boko Haram já lhes prestou vassalagem. O Ocidente deveria estar por isso a preparar uma coligação de ataque a esse novo Estado terrorista antes que ele se torne ainda mais forte do que já é.»

 

Sérgio de Almeida Correia: «Convém ao PS não ter ilusões e apostar num discurso claro, objectivo, que seja ideológica e eticamente capaz de fazer a separação de águas. Em relação aos adversários políticos, mas em especial no que se refere a práticas anteriores de alguns membros da "família". E isso ver-se-á, desde logo, pela constituição das listas de deputados e pelos "apoios" que até às eleições forem surgindo de braço dado com a direcção do partido.»

Memória da infame aliança comuno-nazi

Pedro Correia, 10.05.25

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Lula com Putin em Moscovo: vénia do ex-opositor da ditadura brasileira ao tirano russo

 

Lula da Silva, vergonhosamente, foi um dos 29 dirigentes internacionais que ontem compareceram ao beija-mão a Putin na Praça Vermelha, assinalando o chamado Dia da Vitória. Ocasião aproveitada pelo ditador russo, com descarado despudor, para comparar a guerra defensiva que a URSS travou contra a Alemanha nazi à actual "operação militar especial" iniciada em Fevereiro de 2022 pelo Kremlin contra a vizinha Ucrânia, em flagrante violação do direito internacional.

Ver Lula e Putin no mesmo palco é chocante, embora não surpreendente. O antigo opositor à ditadura brasileira presta agora vénia a um dos maiores déspotas do planeta, que oprime e escraviza não apenas o povo russo: quer fazer o mesmo às nações vizinhas.

 

A Praça Vermelha costuma atrair péssima gente. A 1 de Maio de 1941, noutro desfile, apareceram ali outros convidados: oficiais de alta patente da Alemanha hitleriana, então aliada da União Soviética de Estaline no esmagamento de diversos Estados europeus. Da Polónia à França. Passando por Checoslováquia, Dinamarca, Noruega, Bélgica, Luxemburgo, Estónia, Letónia, Lituânia, Finlândia.

Berlim e Moscovo haviam-se aliado em 23 de Agosto de 1939, o que esteve na origem imediata da II Guerra Mundial. Estreita cumplicidade só quebrada a 22 de Junho de 1941, quando Hitler deu ordem à sua tropa para invadir a URSS.

Cinquenta e dois dias antes, nesse 1.º de Maio moscovita, ainda figuravam como sorridentes comparsas no estrangulamento de outros povos. Vale a pena ver o filme desse dia. Para que a infame aliança comuno-nazi não se dissipe no nevoeiro da memória colectiva.

 

DELITO há cinco anos

Pedro Correia, 10.05.25

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João André: «O melhor são as pessoas que usam as luvinhas e as máscaras e depois de mexer em tudo o que encontram, puxam do telemóvel e encostam-no ao ouvidinho, trazem perto da cara. E depois arranjam a máscara constantemente, ajustam óculos de sol, coçam o nariz e comem a comida com as luvas que não lavaram ou trocaram. Lá está, o vírus é simpático, não vai para a comida - eu também não ia para alguma desta comida que se compra na rua.»

 

José Navarro de Andrade: «"Para nós tudo, para os nossos inimigos nada, para os demais a lei." (Frase atribuída a um dos primeiros barões do regime democrático.)»

 

Sérgio de Almeida Correia: «Graças a mais uma decisão, que teve tanto de ilegal quanto de arbitrária e caricata, prossegue o acelerado processo de erosão das liberdades fundamentais e da autonomia da Região Administrativa Especial de Macau, visando a sua integração plena na República Popular da China. Depois de há um mês ter dado autorização para a utilização de espaços públicos para apresentação de uma exposição fotográfica itinerante sobre o 4 de Junho de 1989, e o que aconteceu na Praça de Tiananmen, o Instituto dos Assuntos Municipais (IAM) resolveu, na passada sexta-feira, 8 de Maio, já com a exposição a decorrer, “revogar” a sua própria decisão.»

 

Eu: «Le Métèque entrou-me casa adentro, em sessões contínuas, ficando a marcar o Verão dos meus 13 anos. Quando a rádio me acompanhava de manhã à noite e eu me preparava para mais uma mudança – noutro continente, noutra cidade, noutra escola, com novos colegas, num país em ebulição. Tudo era diferente, até a música que se escutava. O romantismo estava fora de moda, a poesia dera lugar ao estribilho de comício, a política imperava, todos advogavam a revolução para ontem. Por longos meses que nos pareciam décadas, a chamada “língua do império” – a que os Beatles e os Stones conferiram passaporte mundial – fora banida das ondas hertzianas. Soava a “degradação burguesa”, fosse lá isso o que fosse. Sou, portanto, de um tempo em que se ouvia muita música em francês devido às encruzilhadas da História. E, por via disso, dou por mim a pertencer à última geração francófila – muito em função de canções que nunca deixam de me soar na memória.»

Attenborough: amor ao mar, amor à vida

Pedro Correia, 09.05.25

 

Confesso: David Attenborough é um dos meus heróis. Chega aos 99 anos em plena actividade. Acaba de concluir outro dos seus magníficos documentários sobre a natureza que acompanho desde a adolescência sempre com o maior interesse. Poucos como ele me sensibilizaram tanto para a necessidade de preservarmos e valorizarmos o meio ambiente, tesouro da humanidade. 

Ocean - assim se intitula este seu mais recente filme, ontem estreado, no preciso dia em que o célebre antropólogo, naturalista e produtor televisivo entrava no centésimo ano de vida. Longa e profícua existência, tão bem aproveitada para enaltecer este planeta azul, casa comum de todos nós.

«Quase a chegar aos cem anos, percebo agora que a parte mais importante da Terra é o mar», diz-nos nesta sua enésima declaração de amor ao oceano, componente essencial da natureza. Que é também um hino à vida.

Saibamos seguir-lhe o exemplo. Ou tentar, pelo menos. Já valerá a pena.

Slava Ukraini!

Pedro Correia, 09.05.25

Excelente intervenção de Sebastião Bugalho, em nome do PPE, na conferência ontem organizada pelo Parlamento Europeu para assinalar o 80.º aniversário do fim da II Guerra Mundial no nosso continente.

Assinalo alguns trechos:

«A Segunda Grande Guerra confrontou a humanidade com o desumano, o patriotismo com o fascismo, a verdade com a raiva.»

«Aqueles que resistiram à invasão estão aqui, aliados àqueles que jamais invadirão novamente. Aqueles que disseram "Nunca nos renderemos" estão aqui, lado a lado com aqueles que dizem "Lembraremos sempre".»

«Devemos dizer [ao povo ucraniano] que a sua luta já foi a nossa, que a sua vitória será a nossa paz. Eles podem não ser nossos pais ou nossos filhos, mas são nossos irmãos. Nossos irmãos de armas e de direitos. Nossos irmãos na sua esperança e na sua resistência.»

«Hoje é a sobrevivência da liberdade e da democracia que está em jogo no nosso continente. (...) Que o fogo da memória acenda esta causa comum. Que as palavras "Dia da Vitória" também signifiquem - mais cedo do que tarde - "Slava Ukraini!"»

DELITO há cinco anos

Pedro Correia, 09.05.25

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Cristina Torrão: «Infelizmente, cantar tornou-se uma actividade de alto risco. Claro que há a possibilidade de cantarmos sozinhos, em casa. Até podemos fazer vídeos e mostrá-los na internet (no caso de sermos bons solistas, claro, muitos artistas têm optado por esse meio). Mas cantar num coro, ou tocar numa orquestra, principalmente tratando-se de instrumentos de sopro, tornou-se numa actividade perigosa e proibida.»

 

JPT: «As formas cerimoniais por esse mundo afora, ontem e hoje, da celebração do dia da Vitória contra o pior dos fascismos reais, e de aversão às suas hipotéticas reanimações, foi a maior demonstração da mediocridade, tétrica, patética, destas figuras gradas que elegemos, deste Sousa e deste Rodrigues. E dos que os rodeiam. Eu iria dizer que "só não viu isso quem não quis", só não percebeu o significado da diferença entre estas celebrações gerais do Dia da Vitória e as dos dias 25.4 e 1.5., quem realmente não o quer fazer. Mas não seria verdade. Porque a abissal mediocridade que Sousa, Rodrigues et al mostraram neste pequeno episódio é a mesma que nós temos. Pois só uma população medíocre elege isto e gosta.»

 

Paulo Sousa: «Após o colapso da URSS, a minoria russa da ex-república moldava soviética socialista não aceitou a mudança da língua oficial de russo para a língua mãe da maioria romena e desencadeou-se um conflito. Após alguns meses de combates, em 1992 estabeleceu-se um equilíbrio de forças com o rio Dniestre a fazer de fronteira. A Rússia mantém o apoio militar e económico à Transnístria mas a falta de contiguidade territorial não lhe permite descongelar o conflito. Desde então a Pridnistrovian Moldavian Republic (PMR), como se autodenominam, tornou-se um 'país' independente de facto embora sem reconhecimento internacional. Tem governo próprio, hino e bandeira com foice e martelo, imprime moeda e selos, tem tropa e polícia, sistema de ensino e de saúde.»