Livros de cabeceira (13) - série II
Nunca tenho só um livro começado. Nunca estou a ler só os da mesa de cabeceira, nunca só os que andam comigo na mochila, carteira ou mesmo no telefone, ebooks e audiobooks - já cá disse que audioleio (e gosto). Às vezes paro um, começo outro, que se junta a outros 3 ou 4, mais tarde volto ao que larguei, e assim vamos andando. Gosto muito de adormecer a ler, repetir a mesma linha, uma e outra vez até reconhecer que hoje já não vou passar dali e recolher.
Estes são os que tenho de momento ao lado da cama:
"A Minha Europa", de Maria Filomena Mónica, ainda nas primeiras páginas, mas já me sinto levada nos seus apontamentos de viagem e infinito conhecimento. É o meu seu primeiro livro.
"Libero di Sognare", a autobiografia de Franco Baresi, porque o futebol italiano dos anos 90 será sempre especial, e Baresi um grande embaixador desse Milan que muito admirei. Gosto muito do trocadilho "libero" - Baresi jogava como líbero, uma posição em desuso, agora revisitada por um ou outro guarda-redes mais subido. Um líbero de sonho, livre de sonhar. Em português não funciona tão bem, enfim. Tento ler em italiano, já com algum sucesso, para praticar a língua escrita. Das origens modestas, no campo, na zona de Brescia aos grandes aeroportos e campos onde se sagrou campeão dos campeões, na primeira pessoa.
Os livros seguintes são de crónicas, textos mais curtos para ler a gosto e rir um pouco ao deitar.
"Côrte & Costura: as maiores fofocas da nossa realeza", de Márcia Pedroso. Teve origem no seu podcast, com o mesmo nome, e diz logo ao que vem: segredos de alcova, boys lixo de coroa, bastardos e rainhas vingativas. É divertido, não pretende ser um documento histórico, cumprindo a quadrilhice a que se propõe.
"Vamos Todos Morrer", de Hugo van der Ding. Mais um livro nascido de um podcast - programa de rádio, no caso - que está entre os meus favoritos, ouço-o diária e militantemente. A cada dia do ano, Hugo van der Ding escolhe um defunto dessa data, de qualquer época e origem, e fala sobre a sua vida e obra, com muito delírios e verdadeiras pepitas de ouro pelo meio. Sempre gostei de História contada de forma divertida, de referências, cultura pop e uns pozinhos de erudição. É capaz de não haver aqui um rigor irrepreensível, mas diverte-me muito, saio daqui talvez com menos factos, mas muitas gargalhadas e mais algum conhecimento sobre as mais variadas figuras deste nosso planeta.
"Elefante na Sala", de Joana Marques. As crónicas de Joana Marques sobre ocorrências irrelevantes, porque afinal alguém tem de escrever sobre elas, e a perspicácia e atenção da Joana ao irrisório são irresistíveis.