Um podcast por dia, nem sabe o bem que lhe fazia (10)
José Maria Gui Pimentel, 11.07.14
São já, creio, uma dezena de anos, os últimos com Xana Alves ao lado, que Fernando Alvim leva ao microfone deste programa difícil de definir: um híbrido, metade talk show radiofónico, metade opinião pública, metade (como diria o Outro) programa de comédia. É um formato pouco ortodoxo, com poucas regras e pouco planeamento, o que gera resultados mistos. Muitas vezes, a desenvergonhada falta de preparação do locutor que cria angústia no ouvinte por não serem colocadas questões que conduzissem a entrevista num sentido muito mais interessante (pelo contrário, a entrevista tende a fluir livremente, perdendo-se muitas vezes em pormenores desnecessários). Noutras vezes, todavia, essa espontaneidade tem o mérito de, por um lado, não condicionar o entrevistado e, por outro, dar lugar a momentos improváveis e hilariantes, que seriam completamente impossíveis num programa mais sério. E mais: é essa espontaneidade que permite que um programa com estas características, quase diário, continue fresco e imprevisível.