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Delito de Opinião

Um ano depois do massacre

Pedro Correia, 07.10.24

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Faz hoje um ano, ocorreu no sul de Israel o maior massacre de judeus desde a II Guerra Mundial. Por acção do Hamas, movimento terrorista armado e financiado pelo Irão. Só nesse trágico dia 7 de Outubro de 2023, foram assassinadas mais de 1200 pessoas e outras 251 - incluindo menores e velhos - seriam alvo de sevícias e transportadas para diversos pontos da Faixa de Gaza, onde cerca de um terço acabariam executadas.

 

Seguem-se duas breves reflexões associadas a esta triste efeméride, que funcionou como rastilho suplementar no barril de pólvora em que há dezenas de anos se transformou o Médio Oriente, ambas citadas hoje por Jorge Almeida Fernandes no Público:

 

A primeira, na Economist: «O Hamas de [Yabya] Sinwar foi para a guerra com dois pressupostos: de que teria um apoio forte e unido do "eixo da resistência", a constelação das milícias pró-iranianas, e de que a reacção de Israel inflamaria e mobilizaria a região. Esta ideia era partilhada por responsáveis árabes, israelitas e ocidentais. (...) [Mas] os Estados árabes têm sido espectadores numa guerra israelo-árabe. Denunciam a guerra de Israel em Gaza mas não cortam os laços com o Estado judaico. Ao mesmo tempo, procuram desesperadamente evitar qualquer confronto com o Irão. (...) Neste mesmo momento, os Estados árabes permanecem meros espectadores da História.»

 

A segunda, no El País, pela experiente pena da jornalista Ángeles Espinosa: «No meio das bombas que nestes dias sacodem Gaza e Beirute, surpreende o silêncio dos países árabes. Houve manifestações em países ocidentais e Estados de maioria muçulmana, mas a "rua árabe" permaneceu silenciosa. Os seus líderes não querem confrontos com Israel nem pôr em causa as relações com os Estados Unidos. O que têm em comum é o temor de uma mobilização da rua perante a sua falta de legitimidade democrática. (...) No fundo, por muitos excessos que cometa, Israel está a fazer o trabalho sujo de combater os islamistas, tanto os sunitas do Hamas como os xiitas do Hezbollah.»

 

Dá que pensar.

 

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