Um abraço
Hoje, manhã de domingo, bebo um café, dois mesmo, com amiga que há muito, demasiado, não via, pois ela emigrada. Ainda tão bela, entusiasmante, até balsâmica, como o era aquando nós no liceu e no sempre depois, porventura mesmo mais se me deixar acreditar neste sentir já trôpego. Conversa larga, rápida mas larga. E diz-me que se testou com a competência necessária. E depois foi a casa da mãe, agora octogenária, já viúva: "Mãe, há quanto tempo é que ninguém a abraça?". "Há mais de seis meses, filha". E abraçaram-se, como é óbvio que deve ser.