Transparência zero
Nuno Santos foi atropelado mortalmente no dia 18 de Junho por uma viatura ministerial. Quarenta dias depois, subsistem várias questões por explicar. Continuamos sem saber, por exemplo, a que velocidade seguia o automóvel e se a GNR fez - como se impunha - um teste de alcoolemia ao motorista. Questiono-me se haveria tanto silêncio em torno deste caso se o atropelado tivesse sido um turista norte-americano em vez de um trabalhador português.
Entretanto o Governo, instado uma vez e outra acerca da perigosa velocidade a que seguia o automóvel, continua firme na recusa em responder - tal como guarda silêncio sobre a autorização dada por Eduardo Cabrita à celebração do título do Sporting em Lisboa, a 11 de Maio. Ao ponto de o primeiro-ministro ter ordenado ao grupo parlamentar do PS para chumbar a audição do titular da Administração Interna na Assembleia da República - comportamento próprio de regimes proto-ditatoriais.
Como se estivessem em causa segredos de Estado. Como se o Governo não devesse prestar contas ao Parlamento.