A "Cancel Culture" Contra o Xadrez
jpt, 15.08.21
Recebo várias mensagens com uma denúncia do Xadrez, devido ao seu conteúdo racista, machista, antropocentrista e capitalista. São dislates de quem nem o joga nem lhe compreende os sentidos implícitos. Pois o Xadrez é o jogo mais consentâneo com os bons valores actuais: é a apologia do matriarcado, sendo também memória dessa era histórica, pois nele domina a Mulher-rainha, que tudo e todos come, protegendo o frágil Homem-rei, eunuco passivo, encastrado num quase imobilismo. É, e muito, a expressão da verdade decolonial, pois todos os jogos demonstram a agressão dos brancos face a bem ordenadas e pacíficas sociedades dos negros, condenados à resiliência em estratégias defensivas consagradas. É também expressão do sentir ecológico, na afirmação da irredutível riqueza da Natureza, demonstrada na criatividade única dos rebeldes movimentos do Animal-cavalo. E, finalmente, afixa os direitos de género, não só ao consagrar a elegância arguta do cruising gay, nesses "Bispos" em lestas diagonais debicando meros peões, marujos e magalas das forças adversas. Mas mais ainda na sua proposta filosófica até radical, anunciando o transgenderismo como óptimo existencial, pois tudo estrategizando para promover a cinzenta peonagem em exultantes e ariscas Rainhas.
Parai pois com essas afrontas ao iluminado Xadrez. Jogai-o. Apreendei-o.