De acordo com o Jornal de Notícias, a PSP de Ovar identificou duas mulheres, de 31 e 35 anos, que se faziam passar por videntes, por suspeita da prática do crime de burla. Na sequência de uma denúncia de uma alegada vítima, agentes policiais abordaram as duas mulheres e uma das suspeitas deixou cair no chão um carrinho de linhas, um artigo que, segundo a PSP, é utilizado pelos autores deste tipo de crime para ludibriarem as vítimas e fazê-las crer que são videntes. As mulheres foram conduzidas à esquadra policial e, após revista, foram-lhes apreendidos três anéis, cinco brincos, uma medalha de um signo, um frasco de perfume, dois carrinhos de linhas, 11 dentes de alho, seis pontas de alecrim seco, uma caixa de palitos e cerca de um metro de papel higiénico. Pois no que me toca, digo que a existência de todo este material que foi apreendido me inspira uma certa confiança no trabalho destas videntes. Há em tudo isto uma preocupação genuína de respeito pelos cânones da actividade, uma nota de profissionalimo, uma dimensão quase deontológica. Confesso que Marques Mendes pareceria mais credível se se apresentasse aos Sábados com um carrinho de linhas, uma ponta de alecrim seco na lapela e um molho de alhos ao pescoço. E que estaria muito mais desconfiado se, em vez de um metro de papel higiénico, as suspeitas fossem portadoras de papel comercial do BES.