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Delito de Opinião

Então isto não está muito melhor?

Sérgio de Almeida Correia, 09.02.15

"Desta comparação parece, pois, resultar claro que o mau desempenho da zona euro durante a crise não era inevitável; que esse desempenho poderia ter sido melhor; que se o não foi, tal não pode deixar decorrer da política económica seguida; e que, por conseguinte, tudo sugere que a política económica usada pela zona euro para responder à crise foi desadequada."(...)

"A zona euro dedicou mais de um terço da sua vida a um ajustamento desequilibrado, que empobreceu toda a zona. Os custos desse ajustamento recaíram quase exclusivamente sobre os países mais pobres, empobrecendo-os ainda mais e aumentando o seu desnível para com os mais ricos." (...) - Vítor Bento, economista, Conselheiro de Estado

Os nossos Bentos

Helena Sacadura Cabral, 13.09.14
 

Não, não é de religião que falo, nem dos ungidos por ela. Tão pouco me refiro ao anterior Papa Bento XVI, ou aos "ventos" nortenhos, com a sua tão típica troca entre bês e vês.

Não, nada disso.  É de Vítor Bento e de Paulo Bento que me ocupo. Um a sair de um banco que deveria ser bom. O outro a sair de uma selecção que já foi boa. Ambos numa altura igualmente complicada para as áreas em que trabalhavam. Um percebe-se, o outro nem tanto.

Mas o que é que deu no país? Será que estamos sob a influência de uma corrente de "bento" gelado, vindo de uma qualquer depressão situada algures nos Açores, já que nem sequer o tempo que temos corresponde à estação em que nos encontramos?

Confesso que não terei ficado muito admirada com qualquer das saídas, porque, julgo - e é mera opinião pessoal -, nenhum dos Bentos se encontrava, no momento actual, adequado ao que se lhes estava e pedir.

Novo banco, história velha.

Luís Menezes Leitão, 13.09.14

 

Tinha escrito aqui que a solução encontrada para o BES era um desastre, devido aos inúmeros litígios judiciais que iria causar, podendo estender o colapso a toda a Banca, e que no fim, tal como no BPN, seriam os contribuintes a pagar a factura. Na altura, a minha posição foi criticada por inúmeros comentadores, que louvavam esta medida. Agora o desastre da solução encontrada está à vista com a administração do Novo Banco em debandada. É evidente que o Novo Banco não vale o dinheiro que o Estado lá colocou e que, por muita publicidade que todos os dias faça, a sua marca não tem qualquer valor num sector altamente competitivo. Por isso, ninguém sabe o que fazer. Se o mesmo fosse vendido hoje, será por tuta e meia, ficando o Estado a arder com a maior parte do dinheiro que lá colocou. Se for vendido mais tarde, corre o risco de ainda valer menos, saltando o Estado de administração em administração, deixando arrastar as coisas numa penosa decadência. Em qualquer dos casos serão sempre os contribuintes a pagar a factura. Na verdade, a solução Banco Bom-Banco Mau vale tanto como a história do Lobo Mau e do Capuchinho Vermelho, só servindo para adormecer as criancinhas. O problema é que os investidores não são criancinhas para acreditar piamente na pureza do Bom, agora que o que era Mau foi expulso. Por isso os resultados estão à vista. Pena é que haja tanta gente que prefere continuar a acreditar em contos de fadas, em lugar de ver a dura realidade à sua frente.