A aparente pertinência crítica
jpt, 13.03.22
No Facebook vejo alguns prezados amigos (reais) expressarem algum desagrado com esta azáfama toda - acolhimento, protesto, apoio logístico, apoio político-moral, etc. - com a Ucrânia invadida.
Fazem-no partilhando um incisivo grafíti, que quer explicitar a dualidade de critérios dos apoiantes da invadida Ucrânia, a qual eles decerto remetem para hipocrisias de cariz ideológico: nele é patente uma assimetria entre o tonitruante protesto contra esta invasão com 12 dias (o momento do tal grafíti) e o relativo silêncio face à situação na Palestina, ocorrida desde há 74 anos.
Para além do mais importante, isto de não me meter a discutir em público com amigos reais - guardarei o hipotético debate para um qualquer dia, mais ou menos longínquo, quando pudermos partilhar um qualquer líquido, preferencialmente de teor espirituoso.
E nesse dia (pelo menos por mim) desejado eu pedir-lhes-ei para juntarem, se assim o souberem, ao tal manifesto grafitado uma alusão ao Tibete. Ou 73 anos de ocupação não chega para ser referida, uma causa perdida ao photo finish? (Até porque dificilmente lhes dará para criticar a malvada "Europa"... e o pérfido "Ocidente").