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Delito de Opinião

Israel e Palestina, as causas de um conflito

jpt, 02.11.23

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Já aqui deixei nota que - com a minha vetusta idade, a qual me permite lembrar de Moshe Dayan, Golda Meir e Yasser Arafat -, não tenho qualquer disponibilidade para escutar/ler os doutos que  na imprensa se afadigam a explicar o que se passa lá no longínquo Mediterrâneo.
 
Mas tenho solidariedade e piedade. Solidariedade com as vítimas dos estrategas do fascismo palestino. E, concomitantemente (que bela articulação retórica me sai aqui), com as dos "falcões" israelitas - esses que desta não se safarão durante as próximas décadas. E julgo que após ter exarado esta profunda opinião, arguto diagnóstico da situação, o mundo melhorará.
 
E tenho piedade - cristã, a do cristianismo ateu - por tantos dos meus compatriotas (ou de países aliados) que têm enchido o meu Facebook com as suas aceradas opiniões, quase sempre comprovadas com indiscutíveis fontes bibliográficas ou filmográficas.
 
Entre estes há os mais arqueológicos, que se desdobram na partilha de "mapas étnicos" dos tempos bíblicos - comprovando que os "judeus" já então eram os "donos da terra", assim julgando resolver as coisas de hoje. E há os mais sociológicos, incansáveis na proclamação da justeza das reclamações históricas da também imorredoira "nação palestiniana". Gentes futebolistas, estas minhas ligações-FB, sempre adeptos fervorosos sobre tudo o que mexa, seja qual for o campeonato em causa, fiéis ao mandamento do grande holigão René Descartes, fundador da claque do Paris-St. Germain, e autor do lendário lema "Torço, logo existo!".
 
Entretanto, sobre o continuado confronto entre israelitas e palestinianos, no canal Sic Notícias, no programa Toda a Verdade, está a ser transmitido este esplêndido documento "A Origem de um Conflito". Tem três episódios, são transmitidos a cada domingo (dá para recuar e ir ver). Já passou o segundo. É muito recomendável.
 
Mas será, também, um desperdício de tempo para judeófilos e para palestinianófilos. Para esses recomendo o canal Onze - que está porreiro. Em especial o aprazível programa "Sagrado Balneário", charlas sobre velhas histórias dos jogadores e treinadores de futebol,

A recepção camarária ao Benfica

jpt, 30.05.23

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(Fotografia de Miguel A. Lopes/Lusa)
 
Terminou o campeonato nacional de futebol e seguiram-se os festejos. Há quem lamente a alienação popular, essa que conduz milhares (milhões) ao êxtase por causa dos sucessos de uns tipos (endinheirados) que dão uns pontapés na bola. Tudo isso em detrimento de uma verdadeira cultura - esta normalmente sinalizada por livros, os produtos mais associados a essa tal cultura, pois raros são os que para afirmarem a sua pertença à "Alta Cultura" mostram os seus arquivos digitais epub ou pdf, o rol de música gravada ou mesmo os velhos cds/vinis, ou a arte, original ou replicada que afixaram em casa própria, ou quaisquer outros itens patrimoniais.
 
Há dois anos o meu Sporting foi campeão, quebrando um longo jejum que durava desde bem antes de sofrer eu da maldita radiculite que me triturou nos últimos dias. E lá fui eu, proto-sexagenário, rumo ao Marquês, adornado e eufórico, em companhia amiga para comemorar a vitória dos tais (nossos) pontapeadores da bola. Grande alegria, grande festa (o futebol é festa - e não devia ser pancadaria, mas isso é outro assunto). E aviso os mais renitentes - há tempo na vida para um tipo puxar pela cabeça o mais que pode (com os resultados dependentes das capacidades de cada um) e também se deliciar com as futeboladas. E com as futebolices (entre as quais a mais deliciosa é gozar os outros, nas derrotas e nos triunfos, claro está).
 
Ontem, dois dias depois do triunfo benfiquista e do subsequente arraial dos adeptos na Marquês de Pombal - e não anteontem, domingo, como seria mais normal e até adequado ao ritmo urbano - o presidente da Câmara da sede do clube campeão cumpriu a (recente?) tradição de receber a equipa campeã nacional. E nisso o povo adepto acorreu a saudar os jogadores - um post-scriptum da festa. Julgo esta recepção autárquica exagerada - não se cumpre para todos os desportos existentes - mas é apenas um ademane populista dos autarcas. Não é por isso que cairão os vizinhos "Carmo e Trindade".
 
Na televisão ouvi um pouco do discurso do presidente Moedas. Texto talvez da sua lavra, porventura de um qualquer assessor mais benfiquista... Achei-lhe eu, sportinguista, um tom demasiado enfático. E àquilo de "Cosme Damião e mais 24" terem criado o "sonho de Lisboa" resmunguei um "nunca mais voto neste tipo" e mudei de canal - desiludindo-me com alguém que até gostaria que estivesse num lugar mais importante, rumo a São Bento. Enfim, talvez não venha a cumprir esta minha imprecação, mas senti o autarca por demais lampião para momentos oficiais...
 
Mas enfim, azia futebolística à parte, o que é mesmo criticável - verdadeiro sinal de alienação -, e agora sem qualquer ironia, é que essa recepção aos jogadores de futebol tivesse sido acompanhada em directo por 7 canais televisivos. Sete. Mais o canal Benfica, mas esse é evidente que cumpria a sua função nesta transmissão.
 
Sete (+ um) canais televisivos a transmitirem o percurso do autocarro pelas ruas de Lisboa e a ascensão dos jogadores à varanda da câmara. É totalmente demencial. E um sintoma do boçalismo das direcções editoriais. E não me venham dizer que isto que resmungo é antibenfiquismo.

Momento publicitário

Cristina Torrão, 24.01.23

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Não sei se já ouviram falar na série documental Duplas à Portuguesa, que costuma passar na RTP2, às quartas-feiras, pelas 22:50 horas. O 10º episódio, dedicado à dupla D. Afonso Henriques/Egas Moniz, vai para o ar no próximo dia 1 de Fevereiro.

A 13 de Julho de 2021, desloquei-me ao Museu Soares dos Reis, no Porto, a fim de ser entrevistada sobre essa dupla, para essa mesma série. A entrevista durou cerca de uma hora, mas deduzo que apenas alguns momentos serão mostrados, pois são entrevistadas várias pessoas sobre cada tema.

E era isto. Se pudessem ver, agradecia.

Rui Knopfli - I'm really the underground

jpt, 23.12.22

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Em geral convém ser moderado nos elogios, pois em não o sendo quando apregoamos um qualquer apreço pouco impacto isso terá, resumido pelo fastio alheio num "lá está este...". Mas ainda que assim seja apregoo agora que este documentário "Rui Knopfli - I'm really the underground" (realização de Ricardo Clara Couto, argumento de Nuno Costa Santos) - que acabo de ver na RTP2 - é muito bom, mesmo muito bom. Excelente! E não só pelo tom e encenação, apuradíssimos - e com protagonismo cénico dado a um rádio igual ao que herdei da minha avó materna e que vim a fazer transitar para um dos seus bisnetos, pormenor que me deliciou mas que é bem secundário neste meu encanto... Pois este vem, repito-me, da excelência e pertinência do documentário.
 
Eu gosto muito da poesia de Knopfli, talvez pelo seu classicismo (como ali resume Francisco José Viegas - um dos entrevistados, junto à filha e à neta do poeta, e a Pedro Mexia, Eugénio Lisboa, Vasco Rosa, João Francisco Vilhena e ao já mais-velho Luís Carlos Patraquim, todos com deveras interessantes contributos), nisso sem lânguidos meneios oitocentistas nem poses crípticas de formalismos (pós-)modernos, bem ritmada ("jazzística" dela diz Eugénio Lisboa) e sem a deriva das metacitações, onanismo poético que me é insuportável.. E porque, poeta de Moçambique, isento dos sempre habituais tons "curio", essas "cores" ocres, esses linguajares "apoetizados" de "indigenismos" e, pior do que tudo, os malvados sentimentos "profundos" e "humanitários" tão ditos como "líricos", que fazem as delícias dos leitores africanófilos e dos "tops" de literatura "lite" premiável... E, ainda por cima, sem se conspurcar por gota que seja de "causas".
 
E gosto, adoro, a inteligente pertinência que teve ("atropelado pela História", muito bem dele diz Mexia), rara no seu mundo. Um dia usei-lhe um poema como epígrafe de um texto meu: "Feita de lavras / em pousio e esperança adiada / pertencemos todos a esta áfrica lusitana / que pelas outras se expandiria. Por estas / andámos perdidos, ignorando então / que a passagem obrigava ao regresso.", poema em fim de vida - mas dolorosa presciência já presente no seu inaugural "O País dos Outros" de 1959 - em apenas seis versos explicando o XX português, esse dos "portugueses em transição" (como diz Lisboa) num "paraíso a prazo" (Patraquim) que tão poucos dos seu contemporâneos pressentiram, sentiram e compreenderam e que ainda alguns, não tão poucos assim, insistem em incompreender. E no dia em que me fiz vir embora de Moçambique, irremediável passo mal dado, exigindo-me sozinho no rumo para o aeroporto deixei dito, lembrando-o, "Não sou o Knopfli, o Kok já morreu ["Kok Nam, o fotógrafo, baixa a Nikon / e olha-me obliquamente nos olhos: Não voltas mais? Digo-lhe só que não"], escreveu o poeta narrando-se em Mavalane à saída," quando indo-se da independência] - ele então expulso, partindo para um exílio perpétuo. E, como se viu e o sentiu ele, desabrigado, apesar do amparo pragmático que recebeu do país e do Estado.
 
Hoje à noite ao ver o belo documentário lembrei-me de quando Knopfli ressurgiu, no ano em que viria a morrer, com o terminal "O Monhé das Cobras", naquela década em que tinha visitado Moçambique, sendo surpreendido pelo acolhimento de escritores e leitores - na época muito dinamizado pelos seus admiradores Nelson Saúte e Francisco Noa, já então intelectuais centrais no país. O regresso em livro do "velho" poeta era marcante - e porque me deu para isso encomendei algumas dezenas (5? 10?) de exemplares, que era o que podia, para distribuir pelas bibliotecas e leitores do país. Decerto que terão sido lidos, justifico-me... E lembro também a excitação tida, coisa de um ano depois, aquando da publicação por António Sopa da pequena pérola bífida, a colecção de crónicas de José Craveirinha e Rui Knopfli chamada ""Contacto e outras Crónicas" (Craveirinha) + "A Seca e outros textos" (Knopfli), textos ditos "menores" mas riquíssimos...
 
Mas isso são memórias minhas, o relevante agora é ver o documentário. E o melhor é perceber que este não se fica (como temi) no Knopfli de Inhambane a Lourenço Marques, como é costume nas (ainda assim algo raras) invocações do poeta. Pois se ele veio a dizer que "daí nunca mais saí" o filme percorre um pouco do seu "exílio" londrino, o seu descabimento alhures. Ficou apenas por remexer aquele "Ilha de Próspero", sempre incensado mas que é, de facto, a grande fronteira do poeta, apesar de tudo homem do seu tempo - pois o macuti, a "Ilha" mesmo, onde vive quem de lá é e quem para lá vai, era-lhe externo, foi-lhe impenetrável, e é isso coisa que os dos estudos "culturais" e "literários" nunca conseguem perceber... Mas não seja por isso, pois o filme é mesmo (bi-repito-o) muito bom. E porque termina com este seu magnífico "Cântico Negro" - ensinem-no aos jovens, nas escolas e universidades, desempreguem os sacristãos de pacotilha que para aqui andam:
 
Cago na juventude e na contestação
e também me cago em Jean-Luc Godard.
Minha alma é um gabinete secreto
e murado à prova de som
e de Mao-Tsé-Tung. Pelas paredes
nem uma só gravura de Lichtenstein
ou Warhol. Nas prateleiras
entre livros bafientos e descoloridos
não encontrareis decerto os nomes
de Marcuse e Cohn-Bendit. Nebulosos
volumes de qualquer filósofo
maldito, vários poetas graves
e solenes, recrutados entre chineses
do período T´ang, isabelinos,
arcaicos, renascentistas, protonotários
– esses abundam. De pop apenas
o saltar da rolha na garrafa
de verdasco. Porque eu teimo,
recuso e não alinho. Sou só.
Não parcialmente, mas rigorosamente
Só, anomalia desértica em plena leiva.
Não entro na forma, não acerto o passo,
não submeto a dureza agreste do que escrevo
ao sabor da maioria. Prefiro as minorias.
De alguns. De poucos. De um só se necessário
for. Tenho esperança porém; um dia
compreendereis o significado profundo da minha
originalidade: I am really the Underground.

A minha caixa de Pandora

Maria Dulce Fernandes, 17.06.22

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Tinha eu talvez 6 anos de idade, quando o meu avô Américo chegou uma tarde a casa com uma caixinha escura com um arame rertorcido por cima a que chamavam antena. E à caixa escura, chamavam televisão. Não era novidade para mim ver figuras a preto e branco movimentarem-se a pé, a cavalo, de carroça, de bicicleta, de carro ou até de avião dentro duma janela minúscula, pois acompanhara bastas vezes a minha madrinha a lanches à Provinciana, pequena pastelaria que além das torradinhas tinha uma daquelas caixinhas na parede, para onde a minha madrinha olhava embevecida, seguindo avidamente as aventuras do Mascarilha, o Lone Ranger e seu fiel amigo Tonto, faladas numa linguagem compreensível mas estranha, que era o Português do Brasil. Eu aguardava que, a todo o momento, uma pequena porta se abrisse e as pequenas figuras saíssem após acabar o episisódio, mas para grande desapontamemto o meu as longas esperas foram sempre em vão.

Aquela caixinha escura abriu-me a grande porta do mundo mágico e hilariante que continha as tropelias do Charlot, as burrices do Bucha e Estica, os desenhos animados do irreverente manda Chuva, as ursadas do Zé Colmeia e Catatau, os calhaus dos Flintstones… dezenas, centenas de hora de riso e diversão.

Foi pela mão do meu pai que aos 9 anos de idade vi o meu primeiro filme: a Música no Coração. Não era dobrado, precisei que o pai fosse explicando, mas penso que percebi bem, pois fartei-me de chorar no fim. Mas foi um choro feliz, aliviado, de completa realização. Ainda agora, e seguindo os velhos hábitos do pai, que era um sentimentalão, quando preciso descarregar, vou ver a Música no Coração, a Fuga para a Vitória, o ET ou o Campo de Sonhos; acabo lavada em lágrimas, mas com o espírito muito mais leve.

Há filmes intemporais. Adoro bons argumentos, bons personagens, bons actores e sobretudo bons realizadores.

Adoro Hitchcock: Vertigo, O Homem que Sabia Demais, A Janela Indiscreta, Os Pássaros. De John Houston, O Falcão de Malta; Casablanca, de Michael Curtiz; Até à Eternidade, de Fred Zinnemann; Ben-Hur, de William Wyler; E Tudo o Vento Levou, de Victor Fleming... Muitos, dezenas, centenas, da chamada era de Ouro de Hollywood, e alguns carismáticos, mais recentes, como o Milos Forman, que tornaram imortais personagens como R.P. McMurphy, em Voando Sobre um Ninho de Cucos.

Qualquer Spielbergada é excitante. Os melhores, são sempre os menos divulgados como Amistad, A Cor Púrpura ou Encontros Imediatos do 3.º Grau. A geração mais nova só conhece o Tubarão, o E.T., os Indiana Jones, os Parque Jurássico... muito bem feitos, muito divertidos, muito comerciais, mas A Lista de Schindler, O Resgate do Soldado Ryan ou o recente War Horse são espectaculares e precisos, bons filmes de época, e que sendo também blockbusters, juntaram o útil ao muito agradável.

Depois, vêm todos os filmes de ficção científica, alguns dos quais considero de culto: Star Trek, Star Wars, LOTR, X-Men & Cia da Marvel e DC Comics (os meus favoritos foram os Hell Boy, vá lá saber-se porquê...) e mais recentemente o Avatar, do Mr. Titanic, que não apresentando nenhum argumento sui generis, foi muito bem conseguido.

E todo o universo Marvel e DC, de que eu devorava os comics e agora devoro filme atrás de filme com a mesma devotada excitação. Os Hellboy, por exemplo, foram ambos de uma precisão insuperável.

Há tantos e tão bons, que podia passar dias inteiros a falar sobre eles. Por isso vou rematar com chave de ouro: adoro Tim Burton. Todos os filmes do Tim Burton são fantásticos e têm a capacidade de serem sempre inovadores e de me surpreenderem. Tem uma maneira estranha e sombria de retratar o seu imaginário, o que o torna sonhador, irreal e tétrico em toda a sua grandiosidade. O universo de Tim Burton é povoado de magia criada a partir da matéria de que são feitos os sonhos e os pesadelos e que estranhamente nos catapulta para a bizarra realidade:

“Boys and girls of every age

Wouldn't you like to see something strange?

Come with us and you will see

This, our town of Halloween”…

Este país pode não ser Halloweentown, mas é sem dúvida Holloweenland, e o pior é que o Pesadelo não é só de Antes do Natal, parece que veio para ficar e lamentvelmente por muito tempo.

A higiene do Camarada General

jpt, 16.04.22

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Leio algumas pessoas contestando este General Branco, sempre defensor da pertinência da "operação militar especial" russa na Ucrânia e muito pouco expedito na análise acurada das componentes tácticas e estratégicas que a compõem, matéria na qual será não só especialista como é basto graduado...
 
Julgo que há algum exagero nessas críticas, pois as pessoas têm direito não só às suas opiniões como às suas opções em termo de higiene pessoal, como o general Branco aqui evidencia. Ainda assim tenho um reparo: uniformizado deste modo o nosso General surge com um aprumo capilar facial bastante deficitário. Dado o que o Camarada General refere será que na tropa funcionária de agora já não se faz a barba com água fria?

Viajar no sofá da sala

Maria Dulce Fernandes, 06.04.22

Meutres à

Não é segredo para ninguém que me pelo por um bom filme/série-thriller/policial. Problemas de saúde obrigaram-me a um certo tipo de confinamento por mais tempo do que gostaria e, tirando a leitura, sobrou a televisão. A televisão passa sempre mais do mesmo em sessões contínuas. Por vezes é bom, induz o sono e descansar a cabeça quando se tem insónia é sempre bom.
Calhou deparar-me com uma série franco-belga que passava no AXN White, Meurtres à...

É uma série de telefilmes de antologia policial que se desenrolam cada um, e são muitos, numa região diferente de França.
Os episódios são independentes, os enredos não são famosos, apesar da participação de vários actores francófonos conhecidos, mas as paisagens são fabulosas. A França nunca foi só Paris e depois de ver esta série fiquei cheínha de vontade de ir à descoberta de toda a beleza que fica por divulgar nos catálogos das agências de viagens e até mesmo no Visit.fr

Meutres à:

Temporada 1

1. SAINT-Malo                     

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2. Pays Basque
3. Rocamadour
4. Rouen

Temporada 2

1. Guérande       

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2. L'ile d'Yeu
3. Étretat
4. Carcassone
5. Mont Ventoux

Temporada 3

1. Collioure       

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2. La Rochelle
3. Borgonha
4. Avignon
5. L'ile de Ré
6. Le lac Léman

Temporada 4

1. La Ciotat      

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2. Dunkerque
3. Martinique
4. Grasse
5. Aix-en-Provence
6. Strasbourg

Temporada 5

1. Les Landes      

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2. Auvergne
3. Sarlat
4. Orléans
5.  Pays d'Oléron

Temporada 6

1. Cornouaille   

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2. Haute-Savoie
3. Brides-les-Bains
4. Morvan
5. Lorraine

Temporada 7

1. Colmar     

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2. Lille
3. Belle-Île
4. Tahiti
5. Contentin
6. Le Jura
7. Corrèze

Temporada 8

1. Pays Cathare     

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2. Cayenne
3. Cognac
4. Granville
5. Albi
6. Pont-l'Évêque
7. Pointe du Raz
8. Toulouse

Temporada 9

1. Berry    

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2. Mulhouse
3. Trois Vallées
4. Îles du Frioul
5. Blois
6. Marie-Galante
7. Mont Saint-Michel
8. Figeac
9. Porquerolles
10. L'oubliée d'Amboise
11. Amiens
12. Nancy
13. Champagne

 

A língua francesa infunde algo de muito belo ao conjunto.

1200px-Mont-Saint-Michel_vu_du_ciel.jpgOs guiões não são inovadores nem excepcionais nem mesmo muito diversificados, algumas interpretações deixam muito a desejar e não abonam em nada a ideia romântica heróica e virtuosa dos bravos gendarmes, mas talvez sim aquele conceito mais safado tão bem personificado por Louis de Funès, mas passamos a conhecer uma França com muitas histórias locais, pontos de interesse, usos e costumes diferentes e paisagens de tirar o fôlego.

(Todas as fotos: Google)

Sugestões televisivas

Cristina Torrão, 05.04.22

O canal franco-alemão ARTE vai apresentar, hoje, dois documentários sobre temas actuais e polémicos, que não posso deixar de sugerir a quem tenha conhecimentos de francês.

O primeiro, com o título Sauvages, au coeur des zoos humains, vai para o ar às 20:15 horas (19:15, em Portugal) e fala-nos como crianças, mulheres e homens de terras longínquas eram exibidos na Europa, entre 1810 e 1940, ao estilo de zoos humanos, a fim de justificarem a colonização. Esta prática tornou o racismo quotidiano.

O segundo intitula-se Restituer? L’Afrique en quête de ses chefs-d’oeuvre, será exibido às 21:50 horas (20:50, em Portugal) e debruça-se sobre as obras de arte que a Europa, durante mais de um século, roubou às colónias.

Todos e todas nós temos opiniões mais ou menos formadas sobre os temas tratados. Mas é sempre aconselhável alargarmos os nossos horizontes. E, quanto mais polémico for o assunto, mais se aconselha. A modificação da opinião, ou não, é naturalmente decisão de cada pessoa.

Nota: os documentários já estão disponíveis para visualização nos links indicados.

CNN Portugal

jpt, 28.12.21

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Há algumas semanas uma estação televisiva portuguesa - há pouco adquirida por um colectivo polarizado por um industrial dos transportes com propaladas ligações ao poder político - atribuiu um dos seus canais ao molde de negócios "franchising", alocando-o ao rótulo CNN. Fê-lo com alarido, a pompa e a cerimónia da gala pirosa, e o vasto apregoar de Doutores comentadores apresentados como "vozes livres e independentes". E logo continuou o seu rumo noticioso que, dizem-me amigos atentos, segue afável para com os poderes incumbentes.
 
Aquando da "abertura" do canal - de facto, um mero "face-lifting" - muita gente, até minha amiga, jornalista e não só, reparou no assunto e saudou a chegada do que se aventou como uma diferente forma de jornalismo televisivo, mais intensa e abrangente, mais problematizadora, se se quiser, ecoando alguma competência e o perfil da estação-mãe, a já velha CNN americana.
 
Hoje o popular SLB mudou de treinador. O tal canal-franchising esteve (pelo menos) entre as 13.45 e as 14.45 a falar do assunto (julgo que antes já estaria, e que terá continuado, apenas refiro o período em que a minha tv esteve ligada), focando a sala de imprensa do Benfica, vazia, enquanto um vasto painel de comentadores dissertava sobre o assunto, tudo emoldurado por um banda sonora repetitiva, um instrumental potenciador de ansiedade. Após as "importantes" declarações, ainda que curtas, do presidente e do treinador de futebol, o painel perorou durante alguns minutos sobre o verdadeiro conteúdo do abraço que ambos haviam trocado.
 
Ou seja, e goste-se ou não da CNN original, em termos de "franchising" isto é o mesmo do que um tipo ir a um Burger King português e comer bacalhau à Brás ou rojões à moda do Minho. Ou, para me centrar no "franchising" na imprensa portuguesa, comprar a National Geographic portuguesa e encontrar uma revista de tipas nuas ou o Le Monde Diplomatique português e receber uma revista de culinária. Por outras palavras, este canal da TVI é uma pura fraude. E são fraudulentos todos os tais Doutores comentadores que ali são colaboradores avençados (de facto sendo colaboracionistas em tamanha fraude).
 
Mas isso ainda é o menos... O que realmente me irrita é a patetice desses que eu conheço que ainda atentaram, saudaram e até aventaram sucessos, a esta tralha mais-do-que-anunciada. Como saberão os que por aqui passam, elementos femininos da minha família vedam-me o uso público do vernáculo. E não será em plena quadra festiva, ainda a 10 dias do libertador Dia de Reis, que vou agredir essa vontade das que me são tão queridas. Por isso fico-me com esta invectiva, dedicada a esses amigos ainda apatetados: ide comer filhoses!! E interpretem-na, à invectiva, como deve ser, pois ida de mim.

Júlio Isidro e Paulo Dentinho

jpt, 04.12.21

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O Paulo Dentinho é um jornalista da RTP que, entre inúmeras outras tarefas, foi correspondente em Moçambique entre 1997 e 2000, papel no qual se muito se notabilizou. Foi então que nos conhecemos. E, decerto que pelo gosto nas memórias dessa época, de vez em quando tem a paciência de me aturar à mesa, local onde peroramos sobre os bens e os males do mundo.

O Dente é um grande repórter - o que se nota ainda mais num país onde escasseia esse tipo de profissional. E é um gajo porreiro, algo que em alguns segmentos da vida também escasseia. Enfim, há alguns anos um governo dito de "centro direita" - e o qual ele zurzia sistematicamente, algo "gauchiste" que segue - convidou-o para chefiar a informação do canal estatal, coisa inusitada no país que somos. Funções que exerceu durante alguns anos, seguindo com evidente sucesso a sua deontologia de "jornalista não amestrado". Passados alguns anos um outro governo, dito de "esquerda", substituiu-o, o que é normal dado não serem eternos os cargos. E por ser conhecido o apreço possidente pelos "amestrados", funcionários ou avençados. E a RTP emprateleirou-o, o que já não me parece assim tão normal. Ainda que seja, sabe-se, habitual.

Assim vai ele fazendo um belo programa sobre as actualidades do mundo, debatendo-as com um painel de jornalistas estrangeiros - e sem esses "comentadores" de agenda feita, tudólogos que abundam alhures. O programa passa num horário esconso num canal quase incógnito, claro! E entretanto escreveu um belo livro, as suas memórias de 30 anos de reportagens internacionais, nas quais habita uma reflexão sobre o actual estado do jornalismo luso: é o "Sair da Estrada" (aqui botei um postal sobre o livro). 

E agora mesmo, até porque é um jovem sexagenário (e, repito, emprateleirado pelas chefias, assim algo disponível para registos coloquiais mais distendidos) deu uma interessante "entrevista de vida" ao programa "Inesquecível" de Júlio Isidro na RTP.... Memória. É uma belo momento, com uma hora de duração, percorrendo a sua longa carreira e com o bónus da produção do programa ter feito uma vasta selecção de imagens de arquivo das suas reportagens. Sons e imagens de outras décadas... 

Fica aqui a ligação à entrevista, para quem tiver interesse e tempo.

Da rádio pirata ao palco global

Nuno Santos

Pedro Correia, 02.12.21

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Nuno Santos não deve ser supersticioso. Se o fosse, talvez sugerisse outro dia para o lançamento da CNN Portugal. 22 de Novembro é uma data traumática para milhões de norte-americanos: recorda-lhes a fatídica manhã em que o Presidente John Kennedy foi assassinado em Dallas, fez agora 58 anos. Nessa altura ainda o jornalista iniciado numa rádio pirata na Amadora não tinha nascido. Mas chegou à profissão a tempo de testemunhar as maiores mudanças desde sempre registadas num meio que transitou do analógico para o digital. Da monopolista RTP a preto e branco a que ele assistia em miúdo à informação instantânea que hoje recebemos nos telefones de bolso, a revolução tecnológica alterou a face do planeta. O canal de notícias fundado em 1980 pelo magnata Ted Turner – a Cable News Network, com sede em Atlanta, Geórgia – foi um primeiro passo nessa direcção com a sua aposta deliberada nas transmissões em directo. Encarando o mundo como palco global.

Director da CNN Portugal, nascida nesta segunda-feira, Nuno Santos inaugura aos 53 anos outra etapa numa vida profissional em que subiu a pulso desde aqueles dias remotos na Rádio Regional da Amadora. Seguiram-se a Rádio Mais, a Comercial, a TSF – e depois a televisão, onde seguiu o mesmo percurso ascendente. Dirigiu a programação dos três canais generalistas e comandou a informação da RTP. Em 2001 foi ele a conduzir o parto da SIC Notícias, contrariando as vozes agoirentas que sempre se escutam nestas ocasiões, incluindo a de muitos jornalistas, avessos à mudança. Teve sucesso, como sabemos: a marca impôs-se. E não hesitou em assumir rupturas sempre que entendeu ser necessário.

Andou por fora durante seis anos, trabalhando em projectos ligados à comunicação na área digital em países tão diversos como a África do Sul, Emirados Árabes Unidos e Espanha. Regressou em 2019 para lançar outro projecto de raiz: o canal 11, da Federação Portuguesa de Futebol – hoje uma referência no panorama desportivo nacional. Não tardou a receber uma proposta irrecusável da TVI, onde foi director de entretenimento e director-geral. Mantém-se no grupo Media Capital, agora com o maior desafio da sua carreira, nesta parceria entre o canal informativo com sede em Queluz e o grupo americano Turner Broadcasting.

A CNN Portugal é parcela mínima num império que alcança 425 milhões de lares em todos os continentes. Isto não diminui a motivação de Nuno Santos, que continua a entrar em campo com a mesma determinação do futebolista homónimo que integra o plantel do Sporting. A coincidência onomástica deve fazer sorrir o Nuno televisivo, sportinguista do coração.

Na noite da inauguração deste canal que passou a dirigir, pronunciou frases simples e claras: «Queremos elevar o patamar do jornalismo que se faz em Portugal. Acreditamos que é possível.» Palavras ambiciosas, num tom que raras vezes se escuta neste país de queixumes e lamúrias. E que de algum modo o definem: ele faz questão de remar contra a corrente.

 

Texto publicado no semanário Novo

Um café (sem uísque)

jpt, 15.11.21

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O José Navarro de Andrade (nosso bloguista no Delito de Opinião e meu [e não só] co-bloguista no sportinguista És a Nossa Fé) estreou a semana passada o seu programa de entrevistas "Vamos Beber Um Café..." - que passa na RTP2 mas pode ser visto ad aeternum na RTP Play. O Navarro tem a coisa (muito) boa de ser um entrevistador que interpela os seus entrevistados, assim evitando a conversa mole e as proclamações autorais, até pomposas (estas muito em especial habituais nos consagrados). Vi durante este fim-de-semana o primeiro programa: tem uma entrevista muito interessante com a escritora Djaimilia Pereira de Almeida (que acaba de publicar o romance "Maremoto"), a qual nunca li mas que decerto irei ler depois de a ver aqui. Pois é uma entrevistada como deve ser, sem poses, sem "atitudes", e cheia de pertinência e entusiasmo a falar do seu livro e da sua escrita. Segue-se uma entrevista com o escritor Jaime Rocha, a propósito da sua peça versão da "Filoctetes" de Sófocles - e de repente um tipo pode ver uma interessante e animada conversa sobre tragédia grega e sua refracção actual. Coisa rara e preciosa nos tempos actuais.

Deixo as entrevistas para quem tenha vagar...

(Vamos Beber Um Café..., episódio 1: entrevista a Djaimilia Pereira de Almeida)

(Vamos Beber Um Café..., episódio 1: entrevista a Jaime Rocha)

Recursos Desumanos

jpt, 15.11.21

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Uma amiga telefonou-me a chamar a atenção para este folhetim televisivo, num "lembrei-me de ti, pareces o protagonista...", em risonho sarcasmo a embrulhar, percebo-a, o seu carinho diante do fingimento do desespero que deveras desespera...
 
Sorri, acedi clandestino à Netflix, e vi. O Grande Eric Cantona é o tal rústico protagonista e segue excelente! E recomendo a historieta, tudo aquilo muito bem conseguido.
 

(Bande annonce de Dérapages (Série ARTE, Mandarin Télévision 2020) - ARTE, Netflix)

William Shatner no Espaço

jpt, 15.10.21

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Posso resmungar, avesso a esta explosão do turismo espacial dinamizada pelos multibilionários - tal e qual o príncipe William, o que mesmo assim não servirá para evitar as invectivas e perdigotos de alguns, logo apupando-me (e ao príncipe, se calhar) como "marxista cultural". Mas mesmo assim vibro com esta notícia de que, aos seus 90 anos, William Shatner, o lendário capitão Kirk da "Star Trek" - série celebrizada nessa magnífica época em que não seria politicamente obrigatório reduzir os heróis Kirk & Spock a um casal homossexual - foi ontem ao espaço. É mesmo caso para entoar esta velha "Where's Capt. Kirk?", que fez algum furor na sua época. E clamar, em frenesim de pogo, "está no espaço...".

(Spizz Energi, "Where's Capt. Kirk")

 

 

Vivemos assim em trincheiras

João Sousa, 12.07.21

"Killing Eve (segundas-feiras no amc) é uma boa série britânica no meio do lixo que nos vai inundando, porque tem as medidas certas de humor, suspense e escrita escorreita. (...) Andei a ler umas coisas sobre a série e descobri que na quarta temporada, por via de um menor peso dado à personagem interpretada por Sandra Oh, o povo quase pegou em armas. Resta dizer que Sandra Oh é de origem asiática e terá havido então acusações de racismo à mistura. Vivemos assim em trincheiras, à procura de tudo o que possa configurar desrespeito por uma qualquer identidade. Estamos feitos..."

 

Fernando Proença, Jornal do Algarve (11/7/2021)

A culpa é de Passos Coelho

jpt, 12.03.21

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Estes são dados do Observatório da Emigração. Aproveito para recordar um postal - "O Milagre das Rosas" - de 2010, no qual ecoei um artigo do Libération (o qual deixou de estar disponível). Portugal fora na década então finda o 3º país mundial com menor crescimento económico e tinha 350 mil emigrantes naquele quinquénio. E para não deixar resumir isto da estrutural emigração portuguesa a dichotes advindos das querelas partidárias, recomendo este artigo de 2019, "Portuguese emigration today", do sociólogo Rui Pena Pires. O qual será insuspeito de simpatias pela "direita".

Há muito a reflectir e mais ainda a fazer para obstar a este constante (e histórico) drenar. Mas há algo mais imediato que poderia ser feito, para melhorar essa necessária actuação. Há um mês aqui deixei nota sobre a execrável afirmação televisiva de Ana Drago, no afã de salvaguardar o actual governo: a disseminação do Covid-19 após o Natal deveu-se às visitas dos emigrantes em Inglaterra, fluxo acontecido durante o governo de Passos Coelho. Os números, consabidos, mostram bem a indecência da formulação. Drago nem sequer é (por enquanto) militante do PS, a vil patacoada não foi uma fidelidade conjugal mas apenas um episódio de prostituição política. 

A questão é a da expressão pública televisiva e sua influência. Já nem falo desta pantomina de haver políticos no activo a fazerem de comentadores, em contextos que lhes encenam poses algo "neutrais", como se autónomos dos seus partidos - o caso mais risível é o da secretária-geral adjunta Mendes, ali ombreando com os aparentes "senadores flanantes" Pacheco Pereira e Lobo Xavier. Ou este Medina, que nos cabe como presidente de Lisboa, também "comentador" a tempo parcial, como se não estivesse a "full-time" em campanha. Mas a questão é para além disso, que pelo menos esses os espectadores reconhecem de imediato como "a voz do partido". A questão é a da pertinência das televisões se encherem destes Drago, simulando "olhares distanciados", analíticos e mesmo críticos. E que nada mais são do que "vozes de dono", cartilheiros.

E este caso, constante, da utilização da emigração portuguesa como invectiva a um governo - que geriu, mal ou bem, uma situação herdada - é um exemplo típico do aldrabismo de gente que é paga para nos "fazer a cabeça". Para baixar a emigração será melhor começar por melhorar a locução. Expugar-nos de cartilheiros, venham de onde vierem. E depois fazer o resto...

Um documentário sobre o Gulag

jpt, 20.11.20

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(Fotografia de Marc Garanger)

A RTP está a transmitir a série documental "Gulag, uma história soviética", em três episódios, um documentário francês realizado por Patrick Rotman, Nicolas Werth e François Aymé (uma entrevista de Rotman aqui). 

Julgo saber que se trata de uma (interessante) iniciativa da nova directora do Museu do Aljube, a qual organizou (e patrocinou) a transmissão deste excelente documentário histórico no canal público de televisão. Bem haja, Rita Rato. 

Nota: Para prévios elogios a Rita Rato ler  Alexandre PomarJoão Pedro George, Pedro Correia.

Adenda: Quem tiver pressa poderá ver os três episódios aqui.

Onde está José Gomes Ferreira? - O rumor foi desmentido

Paulo Sousa, 16.10.20

Não irei eleminar o post, mas começo-o agora dizendo que este rumor já foi desmentido com credibilidade que considero suficiente.

"O programa da SIC Negócios da Semana já tem vários anos e o jornalista José Gomes Ferreira é já bem conhecido pela sua frontalidade e acutilância perante a governação socialista. É frequente que que vídeos das suas intervenções sejam partilhados em cadeia pelas redes sociais. É fácil calcular que alguém assim, descomprometido e bem articulado, incomode quem não lhe consegue responder com factos.

O Negócios da Semana é normalmente transmitido todas as quartas-feiras às 23:00, mas nesta semana que agora termina, e sem aviso prévio, deixou de ser transmitido. No site da SIC deixou de existir qualquer referência a este programa.

Pelo silêncio que rodeia este facto, pela ausência de explicações, todas as especulações são possíveis. Eu estou em querer que este será mais um degrau que se desceu. Estamos cada vez mais próximos do socialismo."