Tiros nos pés (2)
Não sei se ainda foi por vergonha, ou se por receio do que aí pudesse vir, que retrocederam. Desta vez escapam. Espero que não volte a haver próxima.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Não sei se ainda foi por vergonha, ou se por receio do que aí pudesse vir, que retrocederam. Desta vez escapam. Espero que não volte a haver próxima.
Esta votação demonstra já o que se perspectiva para o próximo governo. Efectivamente, apeado António José Seguro, o PS de António Costa está inteiramente vocacionado para um governo de bloco central, juntamente com o PSD, apostado em satisfazer os interesses do costume, especialmente os dos políticos. Os funcionários públicos perderam até 10% dos seus salários e tanto Passos Coelho como António Costa só os prometem devolver nas calendas gregas. Mas entretanto repõem aos seus amigos uma imoral subvenção vitalícia, obtida ao fim de 12 anos de "trabalho" no parlamento. São estes privilégios dos políticos que os sacrifícios dos cidadãos pagam. Tenham vergonha.
A menos de um ano das próximas eleições legislativas o bloco central abriu uma oportunidade de ouro para a oposição à esquerda do PS, o populismo e os demagogos que espreitam uma oportunidade para "Poderem". A proposta de reposição das subvenções vitalícias a políticos, por muita razão que possa ter na sua génese, pela forma desastrada como foi conduzida e apresentada, só pode servir para afastar ainda mais os portugueses dos partidos políticos e dos políticos. Os indicadores da confiança relativamente a estes e que constam das bases de dados, designadamente das sucessivas levas do European Social Survey, são elucidativos. Depois, o que se viu, ajudou ainda menos, embora quanto a este ponto - no que estou totalmente de acordo com ele - Carlos Carreiras esteja coberto de razão. O CDS tentou passar entre os pingos de chuva abstendo-se, mas do partido do governo ao PS ninguém sai imune. Com decisões destas e políticos que têm umbigos do tamanho da despesa do Estado, a democracia e o regime é que saem a perder.