Na falta de um ciclo mais completo que permita às gerações mais novas (e velhas) ver no grande ecrã os clássicos de um dos maiores realizadores que o cinema já conheceu, temos de nos contentar com as migalhas que vão caindo aqui e ali. Há três anos - parece que foi ontem - caiu uma, quando Kubrick regressou finalmente a algumas salas de cinema portuguesas com o assombroso 2001: A Space Odyssey (ver a sequência da Stargate na segunda fila daquela sala enorme no El Corte Inglés será sempre uma das memórias mais marcantes que o cinema me deu). E a partir da próxima Quinta-feira cairá outra, quando o Cinema Ideal começar a passar, até meados de Agosto, a mais recente versão digital restaurada de Barry Lyndon, assinalando as quatro décadas do clássico de época que terá talvez ficado mais famoso pelo virtuosismo técnico de Kubrick (a célebre história das lentes equivalentes às usadas pela NASA). Sim, o virtuosismo é evidente em cada fotograma, autênticos quadros que Kubrick pintou na película - mas a história da ascensão e da queda do Redmond Barry que imortalizou Ryan O'Neal não lhe fica atrás. É uma oportunidade única para ver ou rever.