Solidariedade com os sindicalistas presos
Depois da solidariedade com a Venezuela bolivariana, esperemos que na próxima Festa do Avante não se esqueçam de fazer circular o abaixo-assinado para libertação dos sindicalistas presos.
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Depois da solidariedade com a Venezuela bolivariana, esperemos que na próxima Festa do Avante não se esqueçam de fazer circular o abaixo-assinado para libertação dos sindicalistas presos.
Ajudar.
Ajudar pouco? Pode ser, mas é muito gratificante ver que de algum modo estamos presentes.
Foto Google
(créditos: Getty Images, daqui)
No momento em que escrevo estas linhas estão em curso operações militares russas no território soberano da Ucrânia.
Por volta das 4 horas da madrugada passada, o príncipe dos modernos autocratas anunciou aquilo que há muito se sabia que iria acontecer. Não porque a diplomacia tivesse falhado, mas porque decidira violar todas as regras do Direito Internacional e invadir o seu vizinho ucraniano.
Na arenga que produziu no Verão passado para justificar os actos de agressão contra o povo ucraniano, o ditador Vladimir Putin invocou uma série de argumentos, na sua maioria falsos e distorcidos, para justificar uma decisão que é a todos os títulos ilegal e que contraria a sua própria argumentação, esquecendo-se que ao fazê-lo coloca em causa a ordem mundial saída da II Guerra Mundial e pós-Guerra Fria. É esta que agora importa, com a qual vivemos desde 1945 e que tem permitido, mal ou bem, não obstante a existência de múltiplos e sangrentos conflitos um pouco por toda a parte, alguma paz e desenvolvimento no mundo.
Putin contraria a sua própria argumentação, na medida em que, pelas palavras de Gromiko, ao tempo ministro dos Negócios Estrangeiros soviético, que mais não fez do que defender as posições oficiais, designadamente de Stalin e Molotov, ainda que à revelia da própria Constituição soviética então vigente para justificar a necessidade de para além da União Soviética, a Ucrânia e a Russa Branca (Bielorrússia) – inicialmente inclusive a Lituânia – terem direito a votos autónomos nas Nações Unidas, porque esses países tinham as suas próprias constituições e autonomia em matéria de assuntos externos: “they have their own constitutions and deal independently with their own foreign affairs” (cfr. Alger Hiss at Yalta: A Reassessment of Hiss’s Arguments against Including Any of the Soviet Republics as Initial UN Members, Journal of Cold War Studies, January 2020).
Esse assunto fora alvo de controvérsia e discussão na conferência de Ialta, e embora ninguém acreditasse na autonomia das repúblicas soviéticas, acabou por ser admitido pelos Aliados, fazendo com que a Ucrânia fosse um dos estados fundadores da ONU na Conferência de S. Francisco. A partir daqui a História não pode ser apagada.
Este é um facto incontornável que Putin pretende ignorar e fazer esquecer, pois que como todo o bom ditador tem medo da sua própria sombra e não se coíbe de alterar, deturpar e mentir para garantir a sua permanência no poder e da sua clique.
Se alguém tinha dúvidas sobre o calibre de Putin, um filibusteiro que se o deixarem atingirá o nível de um Estaline, de um Hitler ou de um Mao, perdeu-as com os acontecimentos das últimas semanas.
Com o reconhecimento das “repúblicas” independentistas do Donbass, Putin não rasgou somente os Acordos de Minsk, rasgou também a Carta das Nações Unidas e colocou em causa todos os periclitantes equilíbrios do pós-guerra.
E entrou nessa cruzada apoiado numa aliança espúria com a China, visto que quem anda à procura de prestígio e reconhecimento internacional; que quer, com razão, em função do seu peso demográfico, económico e direito ao desenvolvimento, ser um parceiro respeitado na arena internacional não pode fazer alianças, ainda que circunstanciais, com quem não tem palavra, não se dá ao respeito, se comporta como um selvagem e está a conduzir a Rússia e o seu povo para uma humilhação sem precedentes no tempo recente.
E não me venham alguns com a conversa de que a OTAN prometeu não se expandir para Leste quando todos sabemos que as negociações de adesão de qualquer um dos novos membros foram conduzidas com transparência para toda a comunidade internacional e no seguimento de decisões tomadas por estados soberanos que queriam reerguer-se livres da pata e da gula do urso russo.
E também não se queira estabelecer qualquer comparação com a crise dos mísseis em Cuba. Nem a Ucrânia é um fantoche totalmente dependente e na órbita do Ocidente, como era o regime de Castro em relação à extinta URSS, como também não é menos verdade que não há, nem nunca houve, mísseis instalados à socapa e pela calada da noite que estivessem apontados a Moscovo, ou incursões desestabilizadoras no território russo, violando as fronteiras do estado vizinho e que tivessem sido estimuladas e pagas por exércitos de mercenários para conduzir acções de intimidação e de natureza secessionista em países independentes, por capricho próprio e para satisfação de egos doentios.
Têm por isso mesmo todo o significado os discursos de ontem na Assembleia Geral da ONU, proferidos pelo Secretário-Geral António Guterres e o MNE ucraniano, premonitórios das acções militares de um “doente mental”, como lhe chamou o pintor russo Konstantin Bessmertny. A imagem de Putin na conferência de imprensa de há dias no Kremlin, em que destratou e humilhou em directo e perante o seu país e a comunicação social mundial um dos seus mais próximos colaboradores, é reveladora do seu carácter e da sua natureza intrínseca.
Tivesse a comunidade internacional tido uma atitude de firmeza perante a ocupação da Crimeia e nada disto teria hoje acontecido. Não estaríamos, como estamos, perante um conflito que se não for travado rapidamente poderá assumir proporções épicas e que será sempre catastrófico para o povo ucraniano, para o povo russo e para toda a comunidade internacional.
Seria bom que a China, como membro permanente do Conselho de Segurança, também o percebesse. A actual situação em nada ajudará à estabilização da sua situação interna ou à reunificação com Taiwan, não se vendo como se pode, coerentemente e sem hipocrisia, apostar ao mesmo tempo no apoio ao regime putinesco e ao seu ditador autocrático e conduzir internamente uma operação anti-corrupção e de "limpeza” de como não havia memória contra o abuso, o desvio e a apropriação indevida de recursos públicos.
Importa, pois, que Portugal e as nações livres de todo o mundo conjuguem esforços no sentido do restabelecimento da paz, colocando termo ao conflito, punindo severamente o agressor russo, mas também os seus aliados, e evitando a perda de mais vidas e a imposição de ainda mais miséria sobre um povo que apenas quer ser livre, viver pacificamente e sem ter de enfrentar as constantes ameaças, imposições arbitrárias e a prepotente miséria moral planificada do seu vizinho.
O saudoso Tony Judt sublinhou a importância desproporcional da Ucrânia na história russa e soviética, a qual se reflectiu na liderança da URSS (Khrushchev e Brejenev eram russos vindos da região leste da Ucrânia, Chernenko era filho de kulaks ucranianos deportados para a Sibéria, Andropov foi director do KGB na Ucrânia), mas isso não é culpa dos ucranianos, e nunca representou uma maior consideração dos russos pelo povo ucraniano ou podia apagar uma história de “independência descontínua”.
Convirá ainda não esquecer que após a queda do Muro de Berlim foram os comunistas do Soviete da Ucrânia, liderados por Leonid Kravchuk, um apparatchik, não um peão do imperialismo dos EUA, que em 16 de Julho de 1990 votaram a chamada declaração de soberania a favor do estabelecimento das suas próprias leis e para terem as suas forças militares.
E ainda há dias, na New Yorker, Masha Gessen recordava que “Hannah Arendt observed that totalitarian regimes function by declaring imagined laws of history and then acting to enforce them.”. Este é mais um desses casos. Não nos iludemos com a propaganda.
Nestes momentos é preciso saber de que lado se está. E manifestá-lo sem receio. Eu estou do lado de Yaremchuk e do povo ucraniano, em defesa da sua liberdade de escolha, do seu direito a viver em paz, e de um mundo mais livre e mais seguro, contra a ditadura de Putin, os seus amigos, os idiotas úteis, os parceiros de ocasião, a sua corte de mercenários, dependentes e capangas.
Não passarão.
«Nessuno si salva da solo», diz o Papa na oração mais solitária do seu pontificado. Impressionante, a imagem do sucessor de Pedro a rezar numa Praça de São Pedro vazia como nunca.
Pungente metáfora desta tragédia sem fronteiras que mudará para sempre as nossas vidas.
Ricardo Araújo Pereira começou esta semana, sozinho e por iniciativa própria, uma série de espetáculos solidários de apoio às vítimas dos incêndios. Vai no seu carro, sem qualquer espécie de acompanhamento e percorrerá as zonas mais sinistradas, para lhes trazer o conforto do humor, de que tanto devem carecer. Humor esse que que se irá transformar em dinheiro, integralmente destinado a minorar o sofrimento dessas gentes.
Confesso que sempre me impressionou quem mete mãos à obra, sozinho, usando e oferecendo aquilo que tem. No caso de Ricardo Araújo Pereira, a decisão que tomou merece, da minha parte, os maiores elogios, porque não sei se haveria muita gente capaz de fazer o mesmo. Para mim, ele ganhou um lugar muito especial no campo da solidariedade, porque não só contribui, mas também se envolve diretamente na acção.
Eu que até não simpatizava muito com ele em determinada altura da minha e da sua vida, dou a mão à palmatória. Trata-se, de facto, de uma pessoa que merece a minha admiração, num campo em que sou sempre muito cautelosa. Aqui fica, portanto, o meu testemunho!
Hoje a minha sobrinha Matilde foi ao programa do Medina Carreira prestar o seu testemunho enquanto voluntária num campo de refugiados na Grécia. Desde que chegou que tem tido vários convites e eu sigo sempre tudo, muito atenta, de olhos colados ao ecrã. Porque tenho um imenso orgulho na forma como estabeleceu prioridades na sua vida, mas também porque tenho um raio de um defeito de profissão que me faz analisar a pertinência das perguntas e o peso de cada palavra no resultado da comunicação.
Gosto da forma como ela resiste em cair em histórias sensacionalistas, mesmo quando há insistência da parte do entrevistador. E gosto da forma como se ri e oferece uma resposta curta quando quer escapar a um tema sobre o qual prefere não falar.
Gosto desta ética. Da forma como não assume que os episódios hediondos que lhe passarem pela frente são sua propriedade. Que o sofrimento extremo de terceiros, mais do que uma boa história para contar, é matéria para respeitar.
No outro dia perguntavam-lhe em tom afirmativo se após esta experiência se tinha tornado uma pessoa diferente. É preciso não conhecer a Matilde para não perceber que ter estado num campo de refugiados, em situações limite, é apenas mais um degrau no caminho de vida que tem construído na ajuda ao próximo.
Não acontece a uma miúda qualquer acordar um dia e debandar para um campo de refugiados. Há um percurso que já se fez, há uma cabeça que já estabeleceu prioridades, há um coração que cresceu até ficar maduro.
Só está preparado para uma missão destas quem já lidou de perto com a morte, com cenários de pobreza extrema e com pessoas em registo de sobrevivência. Só sabe fazer isto quem desenvolveu o instinto de agir antes de olhar a juízos de valor. Quem aprendeu a ler o sofrimento alheio e a perceber que ferramentas tem para o poder minimizar.
E quem conhece a Matilde sabe que ela já tinha aprendido tudo isto antes de embarcar para a Grécia. É por isso que a experiência, ainda que brutal, não representa mais do que um dos muitos degraus que tem vindo a escalar.
É por isso que ouvi-la falar é comoventemente inspirador.
Quando o pai da Matilde, que era amigo cá de casa, foi para o céu, a Matilde tinha catorze anos. Quis o destino, ou a sua própria vontade, que a ela se fosse gradualmente aproximando da nossa família, ao ponto de hoje ter um lugar no nosso coração tão grande como qualquer um dos nossos sobrinhos, e uma intimidade muitas vezes superior.
A Matilde tem um percurso francamente diferente do da maior parte das raparigas da sua idade porque contrabalança na perfeição o seu tom cor de rosa betinho, com uma desarmante capacidade de compaixão para com o próximo.
A Matilde realiza-se no exercício do consolo e, por isso, nos últimos anos tem procurado, por iniciativa própria, diferentes formas de dar colo a quem desespera por um gesto de ternura.
Durante uns anos, integrou-se numa organização de distribuição de alimentos aos sem-abrigo. O que quer dizer que, quando calhava ir com ela jantar para as bandas da avenida da Liberdade, tínhamos sempre de abrandar o passo enquanto ela cumprimentava uma data de gente enfiada em sacos-cama pelas ombreiras das portas, avenida acima. Se íamos para fora e a levávamos connosco, já sabíamos que tínhamos de guardar as embalagens de champô dos hotéis porque ela era perita em convencer os sem-abrigo a irem tomar duche aos banhos públicos. Para confirmar que a operação se realizava, e que não havia margem para desculpas, apresentava-se à hora combinada, em cima da sua Vespa cor de rosa, frente ao edifício dos duches, com o frasco do champô e a imprescindível moeda de cinquenta cêntimos.
Depois, por alturas das férias da Páscoa, começou a ir em missões para o interior do país, oferecer os seus préstimos a lares de terceira idade. Vieram também as procissões e os campos de férias onde, no seu papel de monitora, conseguia enturmar na perfeição miúdos de famílias estruturadas com crianças problemáticas de instituições.
No meio disto tudo, chegou a altura da faculdade. Optou por enfermagem e está algures a meio do curso.
Um dia destes disse-me que queria ir para um campo de refugiados, que não podia olhar para o que se estava a passar e ficar de braços cruzados. Mas que tinha estado a investigar e que os voluntários tinham de pagar a viagem e a estadia do seu próprio bolso. Pediu-me ajuda para arranjar dinheiro, de maneira que coloquei a minha velha expertise pedinchona de angariação de fundos em acção e após uns posts no facebook e uns emails a amigos mais próximos, conseguiu-se em 24 horas ultrapassar a quantia necessária.
Lá embarcou a Matilde para a ilha de Lesbos, na Grécia, onde ficou durante os cerca de vinte dias que as suas férias da faculdade permitiam.
Voltou com as histórias com que tinha de voltar. Com o olhar de quem assistiu ao sofrimento humano na sua forma mais crua.
Perguntámos-lhe o que fazia no campo. Respondeu prontamente que tratava das “pontas soltas”. Isto, para quem a conhece, sabe que quer dizer que andou à procura dos aflitos mais aflitos para consolar. Que fez inúmeras visitas às lojas do chinês da cidade para, com o dinheiro que lhe sobrava, comprar gorros e sapatos para as crianças que se apresentavam de chinelos num lugar onde as temperaturas chegavam abaixo de zero. Que deslindou, das cinco mil pessoas que a rodeavam, quem precisava das luvas que ela própria tinha calçadas, ou quem tinha de seguir imediatamente para o hospital.
E que, apesar de se ocupar prioritariamente das crianças, eram os homens quem lhe fazia mais pena. “Porque para os homens nunca chegava nada. Era quem dormia ao relento quando já não havia espaço, era quem ficava sem comer quando não chegava para todos, era quem ficava sem cobertor quando a pilha acabava”.
E eu ouvi isto calada, primeiro porque não consigo imaginar o que é gerir uma enormidade destas, mas sobretudo porque de alguma maneira tudo parece menos cruel na doce voz da Matilde.
Imagine que se voluntaria para abrir um negócio solidário. Reúne 50 voluntários, arranja maneira de conseguir doações permanentes de bens e até arranja um parceiro que lhe oferece o espaço. Tudo para que 100% dos lucros revertam para uma instituição.
Mas quer fazer tudo como manda a lei, que se é para ser voluntário não quer chatices com as finanças. De maneira que funda uma Associação, tão transparente como um copo de água, compra um software de facturação homologado, vê-se às aranhas para perceber como é que a geringonça funciona, mas lá regista todas as vendas, que é para ficar tudo certinho, certinho.
No primeiro ano a actividade corre sobre rodas. De maneira que é para continuar. Só que, para continuar, agora é preciso pagar IVA.
Ou seja, 50 pessoas trabalham de graça, gastam tempo, gasolina e estacionamento do seu bolso. Centenas de pessoas oferecem bens vendáveis. Uma entidade oferece espaço. Tudo para que seja possível reverter 100% da angariação para uma causa.
E, depois de um ano de benevolência por parte do Estado, agora só vai ser possível reverter 94% desse valor; há 6% que vão direitinhos para os cofres das finanças.
Da minha parte, fico com uma tremenda sensação de injustiça. Estão a obrigar-me a oferecer 6% do meu tempo e do meu esforço para o estado (reforço que ganho 0 euros e que trabalho praticamente a tempo inteiro para a Associação). Também deduzo que as pessoas que doam os bens com a intenção de que sejam convertidos em fundos de caridade, não achem piada nenhuma que uma percentagem siga para uma entidade que não a instituição que pretendem privilegiar.
Mas é assim que teremos de funcionar. Raismapartam.
A Livraria Solidária Déjà Lu abre portas ao público no próximo dia 28 de Fevereiro. Situa-se na Cidadela de Cascais e é um projecto da nossa querida Francisca Prieto.
As receitas da venda dos livros revertem na totalidade para a Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21. No caso desta Associação, importa ainda referir que este projecto pretende apoiar a profissionalização dos jovens portadores de Trissomia 21 uma vez que, após a grande conquista da inserção no ensino regular, é agora importante orientar estes jovens para o futuro.
Esta livraria já existia de certa forma através do blog Déjà Lu, que leiloava livros “já lidos”. O espaço virtual ganhou forma e conta com o apoio de todos os que queiram dar a mão a esta causa.
Não costumo fazer parte de "movimentos". Abro raríssimas excepções, desde que os mesmos partam da sociedade civil, não tenham qualquer conotação política e envolvam objectivos e pessoas confiáveis. Julgo que esta poderá ser uma das poucas vantagens de se ser conhecido: dar rosto por uma causa em que se acredita
O Movimento Sociedade Civil Solidária pretende lançar um apelo, a nível nacional, tendo em vista maior justiça social, respeito pela dignidade humana e pelo bem comum, e drástica redução das desigualdades e da pobreza.
Foi apresentado ao público no dia 30 de Maio, no Centro Cultural de Belém. Apesar de já contar com o apoio da Cruz Vermelha Portuguesa, acabou por não ter tido grande visibilidade. Daí ter-se chegado à conclusão de que se tornava urgente, agora, dinamizar várias iniciativas na comunicação social. O que se fez como um pequeno filme de 30 segundos e várias entrevistas, a explicar melhor como todos poderão participar e dar o seu apoio. O qual será sempre a nível nacional, e em diferentes áreas nomeadamente, restaurantes e lojas solidárias, apoio a desempregados, famílias em situação difícil e outras situações de graves carências.
Todos os portugueses poderão participar, com pequenas ou grandes contribuições, através:
1. Do NIB 003603249910000923653 do Montepio Geral, atribuído a uma conta em nome de Sociedade Civil Solidária.
2. Do site: http://www.scsolidaria.org/
3. De chamadas de VA para o n.º 760 105 010
4. Ou visitar-nos no Facebook no:
https://www.facebook.com/MovimentoSociedadeCivilSolidaria onde poderá criar uma grande rede de amigos e pedir maior apoio. Por questões técnicas este é o actual endereço no Facebook.
Como foi referido no Manifesto, o que se pretende é colocar ao dispor de todos os portugueses um meio prático de expressarem a sua solidariedade.
Acreditamos, que este Movimento “Sociedade Civil Solidária” poderá constituir, com a generosidade e a participação de todos, um meio dessa sociedade civil se expressar de uma forma activa, dinâmica, generosa e verdadeiramente solidária.
Contam, assim, aqueles que neste movimento se empenharam, com a ajuda de todos!
Eu sei que existirá sempre quem olhe este tipo de actuação como uma forma de caridadezinha desculpabilizadora dos vários responsáveis por este estado de coisas. Esses nada farão. Nós tentaremos, apesar disso, não ficarmos indiferentes às mais básicas carências daqueles que, nesta altura, só querem é poder ser ajudados. Venha essa ajuda de onde vier.
O texto que se segue é, na sua maior parte, a transcrição de um comentário feito no blogue duas-ou-tres.blogspot.com.
Programa de luta contra a fome.
Nada é o que parece.
Ora vê:
Decorreu este fim de semana mais uma ação, louvável, do programa da luta contra a fome, mas....façam o vosso juízo!
Recolha em hipermercados, segundo os telejornais, 2.644 toneladas !
Ou seja 2.644.000 Kilos.
Se cada pessoa adquiriu no hipermercado 1 produto para doar e se esse produto custou, digamos, € 0.50 (cinquenta cêntimos), repara que:
2.644.000 kg x 0,50 € dá 1.322.000 € (1 milhão, tresentos e vinte e dois mil euros), total do que as pessoas pagaram nas caixas dos hipermercados.
Quanto ganham?
o Estado 304.000 €(23% iva)
o hipermercado 396.600 € (margem de lucro de cerca de 30%).
Nunca tinhas reparado, tal como eu, quem mais engorda com estas campanhas...
Devo dizer que não deixo de louvar a ação da recolha e o meu respeito pelos milhares de voluntários.
MAIS....
É triste, mas é bom saber...
-Porque é que os madeirenses receberam 2 milhões de Euros da solidariedade nacional, quando o que foi doado era de 2 milhões e 880 mil?
Querem saber para onde foi a "pequena" parcela de 880.000 € ?
A campanha a favor das vítimas do temporal na Madeira através de chamadas telefónicas é um insulto à boa-fé da gente generosa e um assalto à mão-armada.
Pelas televisões a promoção reza assim: Preço da chamada 0,60 + IVA. São 0,72 no total. O que por má-fé não se diz é que o donativo que deverá chegar (?) ao beneficiário madeirense é de apenas 0,50.
Assim oferecemos € 0,50 a quem carece, mas cobram-nos € 0,72, mais € 0,22 ou seja 30 %.
Quem ficou com esta diferença?
1º - a PT com € 0,10 (17 %) isto é a diferença dos 50 para os 60.
2º - o Estado € 0,12 (20 %) referente ao IVA sobre 0,60.
Numa campanha de solidariedade, a aplicação de uma margem de lucro pela PT e da incidência do IVA pelo Estado são o retrato da moral a que tudo isto chegou.
A RTP anunciou com imensa satisfação que o montante doado já atingiu os 2.000.000 de euros. Esqueceu-se de dizer que os generosos pagaram mais 44 % ou seja mais 880.000 euros divididos entre a PT (400.000 para a ajuda dos salários dos administradores) e o Estado (480.000 para ajuda ao reequilíbrio das contas públicas e aos trafulhas que por lá andam).
A PT cobra comissão de quase 20 % num acto de solidariedade!!!
O Estado faz incidir IVA sobre um produto da mais pura generosidade!!!
Confesso que este comentário me alertou para algo em que não tinha, ainda, pensado. E mesmo que as contas não sejam exactamente estas, o que está em causa é o lucro do intermediário entre quem dá e quem recebe.
São inenarráveis as críticas que li ao Zero Desperdício, projecto nascido da mais pura Sociedade Civil, pelas mãos de gente como o Comandante António Costa Pereira, a Patrícia Vasconcelos e a Paula Policarpo. A frase da polémica, presente no hino da iniciativa, "o que eu não aproveito ao almoço e ao jantar / a ti deve dar jeito / temos de nos encontrar", não é, de facto, feliz, e peca por crua. Deve no entanto analisar-se a fundo a ideia e ver que, para além dos seus méritos, a música foi escrita pelo Tim, sim, o vocalista dos Xutos & Pontapés, e interpretada por nomes como Sérgio Godinho, Jorge Palma, Ana Bacalhau (dos Deolinda) e Boss AC. Parece-lhes mesmo que toda esta gente é passível de ser adjectivada daquela forma? Parece-lhes mesmo que um projecto deste cariz, em que os promotores se limitam a fazer trabalho de diplomacia, através ligação entre privados e autarquias, sem qualquer retribuição ou circulação de dinheiro, merecem ver o seu projecto e nomes vilipendiados desta forma?
É com imenso orgulho que a Junta de Freguesia que os meus eleitores me confiaram, a de Campolide, é a primeira a participar neste projecto. Ao invés de encherem caixotes do lixo, alimentos que sobraram ontem do Hotel Ritz, do Vitaminas do Centro Comercial Amoreiras e do Pingo Doce de Campolide, cobrirão hoje a mesa de mais de uma dezena de famílias carenciadas que os vieram buscar durante o dia. Estas famílias terão uma feliz e tranquila digestão, que a azia dos outros não prejudicará.
Alguns dados sobre os refugiados que estão atualmente no CPR:
- 20 crianças: uma de 1 mês, outra de 8 meses e 18 crianças dos 2 aos 17 anos
1 mulher grávida e 1 idosa.
- adultos, ambos os géneros: 105 pessoas
- necessidades, além dos referidos antes, também frescos, fruta e leguminosas, e cebolas, alhos, sal, açúcar, cenouras, óleo, manteiga.
Além de alimentos: produtos de higiene: sabonetes, pastas de dentes, champô.
Quem preferir, também pode fazer donativos em dinheiro: transferência para o NIB da conta bancária do CPR - 0019 0007 00200021478 20, indicando a referência "ALIMENTOS". O recibo pode ser deduzido no IRS. Para o receber, remeter por e-mail (geral@cpr.pt) os seguintes dados: Nome da pessoa / Entidade / Empresa (se possível um contacto); Morada para onde deve ser enviado o recibo; Número de Contribuinte.
Preciso de dicionários de português, livros infantis, livros para colorir, para mandar para São Tomé. Quem quiser contribuir, por favor enviar para Avenida da república nr6, 9 Esquerdo, 1050-191 Lisboa, o transporte para as escolas em São Tomé está garantido. Eu sei que estamos em crise, mas há quem precise mais ainda.
Atenção, a quem quiser contribuir com donativos (não em dinheiro, mas em géneros) para escolas em São Tomé, preciso de informar que será feito por nós, ou seja, pelo Elvis e por mim, para garantir que não há questões políticas ou de intermediários. As coisas chegarão às escolas, isso prometo. Obrigada.
Um pouco por toda a Terra, a Marcha Contra a Fome começou hoje na Austrália e está a angariar fundos destinados ao Programa Alimentar das Nações Unidas, a fim de minorar as carências dos povos mais pobres do mundo, onde todos os dias se morre por falta de alimentos. No Porto e em Lisboa, seis mil pessoas aderem à iniciativa.
Entre os seis mil portugueses que integram a campanha internacional de solidariedade, a falta mais notória é a de um conhecido adepto das corridas matinais à beira-mar e das maratonas nas travessias do Tejo. A ausência tem explicação: foi a Trancoso com um dos seus doze motoristas receber a medalha de ouro da cidade, atribuída pela autarquia social-democrata por ficar com uma autoestrada à porta.
Não sei se Trancoso fica com uma autoestrada para ver passar alguns carros ao largo, nem sei se teve, tem ou vai deixar de ter centro de saúde, maternidade, postos da PSP e da GNR, estação de correios, tribunal e uma escola com menos de vinte alunos, mas sei reconhecer os sinais dos tempos. Uns correm para recolher fundos pelos que têm fome, outros correm para recolher medalhas por obras que vão empurrando o país para a fome.
Gostei de ler esta notícia. Em tempos de crise generalizada - inclusivamente de valores - e de um desalento qua vai avançando, imparável, minando todas as vontades e iniciativas, é bom saber que a consciência social ainda existe nos espíritos de quem pode, realmente, ser parte da solução dos problemas. Recuso o negativismo de ir à procura de um qualquer motivo escondido, de uma qualquer estratégia de aproveitamento pessoal, de um qualquer... sei lá. Prefiro pensar que vivemos tempos de profundas e dramáticas mudanças, e que é sempre nessas alturas que as consciências despertam para a solidariedade. Deixem-me acreditar nisto, está bem?