Tapar o sms com a peneira
As tentativas de paralisar o acesso de uma Comissão Parlamentar de Inquérito aos sms de Mário Centeno têm sido, em geral, atabalhoadas. Mas, de todos os argumentos já utilizados com esse objectivo, o mais ridículo é aquele que afirma que o prolongamento da discussão do tema põe em causa o futuro da Banco público. Jerónimo afirmou mesmo que uma nova CPI corresponde a fabricar o caixão da CGD, mas o próprio Marcelo não anda longe disso embora com uma formulação mais cuidada. Vamos lá ver. Passámos semanas a ouvir dizer que o que está em causa são tricas e questões sem importância. Se é assim, nunca uma CPI que revelasse tais insignificâncias poderia pôr em causa o que quer que fosse. Aliás, se insignificâncias fossem, o caminho seria bem simples: revelar de uma vez por todas o que foi escrito e deixar a nu a falta de fundamento das acusações da direita. O ponto tem, portanto, de ser outro. As esquerdas e não só sabem que o conteúdo dos sms é grave. Mas não percebem que, se continuarem a prometer o apocalipse para a Caixa perante uma nova CPI, acabam não tarda, por dispensá-la. As afirmações dos geringonços e respectivos padrinhos constituem já uma confissão liminar da gravidade dos factos. Não se imaginava que as esquerdas, na ânsia de esconder, pudessem ser tão transparentes nas suas intenções.