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Delito de Opinião

Sinais?

Maria Dulce Fernandes, 02.05.19

Passados os medos da infância e as inseguranças da juventude, adquirida a licenciatura empírica da experiência de viver e aquela sabedoria balofa e conformada que confere aos antigos uma superioridade de conhecimento muito própria, olhando em retrospectiva, não consigo apontar o momento exacto em que estatuí que não existe predestinação.
Fado, fortuna, sorte, sina, ventura… nada acontece por acaso. Somos o somatório das nossas decisões que se intersectam no multiverso dos muitos caminhos que por acções ou reacções abrimos á nossa passagem. Não excluindo de modo algum a existência do Criador e do plano, acredito que são as escolhas a definir o propósito.
Disciplino-me em pensar nas fatalidades nas grandes tragédias . Se abala as minhas convicções? Claro! “ Mas as crianças, Senhor…”
Disciplino-me em pensar que uma arma na mão de um louco que apaga uma vida em segundos e desmorona existências num estampido de fogo e fúria não é karma, maktub, ikisaki, ghaya, mudi de, proorismou, unga…
Afinal é o quê? Sinais dos tempos ou sinais dos homens?

Diz que vem aí nova bolha imobiliária

Teresa Ribeiro, 14.07.17

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Ouvi esta conversa e não estranhei. Os sinais estão aí: preços das rendas a subir, o que leva, como no passado recente, muita gente a considerar que mais vale comprar casa, e a confiança dos consumidores a aumentar, em resultado de um optimismo que nasce mais da necessidade de acreditar que há futuro do que do efectivo melhoramento das suas condições de vida.

O caldo já está ao lume, por isso o jovem dado à especulação imobiliária, que há dias comentava este assunto, esfrega as mãos de contente. As oportunidades estão aí para quem estiver atento. Venda-se agora ao melhor preço para depois voltar a comprar os despojos dos que, movidos pelo desejo de ter uma vida, se vão estatelar ao comprido, mais cedo do que tarde.

Tic, tac, tic, tac... 2008 não foi assim há tanto tempo, mas o relógio biológico do sistema neo-canibal nunca pára.

Não era preciso ser bruxo

Sérgio de Almeida Correia, 05.12.14

phpThumb.php.jpgConsiderando as intenções de voto da era de Seguro e o centrão convergente de Francisco Assis, calculo que a única coisa que aqueles tenham a dizer sobre estes resultados é que são apenas sondagens

Eu acrescentaria, também, que falta um ano para as eleições e que esta sondagem ainda não reflecte os acontecimentos da semana passada, nomeadamente a prisão preventiva de José Sócrates, o Congresso do PS e a peregrina decisão da Convenção do BE sobre a respectiva liderança.

Vai ser importante saber quais os efeitos destes factos no estado de espírito dos eleitores, e se estes lhe atribuem alguma importância, designadamente confundindo o arguido José Sócrates com o PS e o seu actual líder.

Os resultados desta sondagem são apenas sinais que poderão determinar as estratégias que serão seguidas pelos partidos nos próximos meses. Em relação ao PS e a António Costa eu diria que se abre uma janela de esperança em relação à maioria absoluta, que não permitindo lançar foguetes parece ser consentânea com a vontade dos inquiridos. Quanto ao PSD, 28% é apesar de tudo um bom resultado, pois parece demonstrar a contenção da sangria. O PCP segura o seu eleitorado tradicional e o BE e o CDS/PP prosseguem no processo de esvaziamento, o que revela o desacerto das decisões que as respectivas lideranças têm tomado. Vai ser interessante saber se as próximas sondagens já incluirão o Livre e Marinho e Pinto para se perceber até que ponto estes dois poderão influenciar as escolhas. Finalmente, registe-se também o elevado nível de popularidade do líder do PS, o mais alto entre todos os que surgem na sondagem. 

Maniqueísmos

Sérgio de Almeida Correia, 11.03.11

É sina. Quem não o aplaude é porque não percebeu. Ou então está de má-fé. Discordâncias, críticas, não é com ele. O Público escreve esta manhã que "24 horas depois do discurso presidencial, os dois maiores partidos ainda procuram interpretar os sinais de Cavaco". Sim, porque nem todos nos chamamos Vasco Graça Moura ou José Eduardo Martins. E eu a pensar que a dificuldade era exclusivamente minha. Se dúvida ainda houvesse quanto ao sentido do que afirmou, Vasco Pulido Valente encarregou-se de eliminá-las: "ele é, como se sabe, desde 1985, um exímio demagogo". Há quem não veja isso. Nem nunca há-de ver. Porque não quer, mas muitos porque não conseguem. Quanto a estes não há nada a fazer. Serão sempre uma espécie de comunistas de direita. Mansinhos e reverentes.