Coisas realmente importantes
Notícia de primeira página desta edição do Expresso
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Notícia de primeira página desta edição do Expresso
«- Que pessoa viva mais admira?
- O Manuel João Vieira.»
De um questionário no Público, ontem, à professora universitária Susana Peralta, colunista do jornal
"Caos en el mayor incendio de la historia de Portugal: 64 muertos, un avión fantasma y 27 aldeas evacuadas." Foi este o título da peça do El Mundo de 21 de Junho que perturbou o Governo e mobilizou a guarda pretoriana do poder, que parecia hibernada em pleno Verão.
Tudo normal. Mas nunca imaginei que o Sindicato dos Jornalistas - organismo que tem como incumbência e dever a defesa dos interesses socio-profissionais dos jornalistas - se envolvesse com tanto fervor no assunto, emitindo 48 horas depois da publicação da notícia um comunicado em que garante não haver "qualquer registo de documento profissional" acerca do nome Sebastião Pereira, o autor do texto. Nesses escassos dois dias, o SJ teve tempo de indagar a direcção editorial do El Mundo e os sindicatos espanhóis, "informando-os sobre o caso e pedindo cooperação para o esclarecer".
Gostaria de ver o Sindicato dos Jornalistas, agora mobilizado na batalha da propaganda contra quem ousou publicar além-fronteiras uma peça tão incómoda para Sua Excelência o Presidente do Conselho de Ministros, pronunciar-se com tamanha rapidez contra os despedimentos maciços de jornalistas nos órgãos de informação, a crescente proletarização da profissão e o incumprimento de elementares obrigações contratuais pelas entidades patronais.
Quanto à identidade do misterioso correspondente que tanto tem alvoroçado São Bento, não vale a pena enviarem mais correios electrónicos para a redacção do El Mundo nem incomodarem as estruturas sindicais espanholas: o Sebastião Pereira sou eu.
Ao contrário do que alegam alguns usurpadores, incluindo este e este.
Mais esclareço que escolhi Sebastião por ter nascido em São Sebastião da Pedreira e Pereira em homenagem ao ex-ministro Pedro Silva Pereira, que num destes dias encontrei num supermercado.
Aproveito a oportunidade para revelar que também utilizo ocasionalmente as assinaturas Repórter X, Fradique Mendes, Dennis McShade e Bob Dylan - sem ter feito vénia nem pedido autorização ao Sindicato dos Jornalistas, falha de que muito humildemente me penitencio.
Pergunto-me se não seria possível decretar a suspensão da silly season até acabar a campanha eleitoral. É que a sobreposição tira-nos a possibilidade de usufruir plenamente dos motivos de galhofa que qualquer uma das duas nos proporciona. Ou vá. Se não for possível, fazer ao contrário: adiar a campanha eleitoral para depois de terminar a silly season.
O acordo entre a Grécia e os credores marca o final da Syriza Season. Passos Coelho anunciou, entretanto, o início oficial da Silly Season.
Lili Caneças roubada em Barcelona
Notícia do Jornal de Notícias
"Uma praga de melgas está a perturbar as férias dos turistas na zona de Armação de Pera, no Algarve. Os insectos surgem normalmente à noite e estão a suscitar queixas quer dos turistas quer dos próprios empresários e comerciantes. Queixas enviadas tanto para as autarquias como para as autoridades da saúde."
Lançamento de uma notícia que hoje preencheu sete minutos do Jornal da Tarde, da RTP
Pelo visto, a última moda nas praias de Qingdao, na China, é a utilização pelas banhistas de elegantes e práticas máscaras de nylon com o objectivo de proteger os rostos joviais dos raios de sol, mantendo a frescura e palidez naturais:
Sofia Aparício, num generoso e importante contributo para a solução dos problemas do país.
"Fico excitado com os aplausos"
(Marco Paulo, na revista Visão)
Hoje houve uma gigantesca manifestação junto ao MNE contra a NATO. A Lusa estava lá para narrar os acontecimentos...
P.S. -- Almas mal-intencionadas diriam que começou a silly season. Não é verdade. Uma manifestação com cinco pessoas, mesmo que organizada por uma obscura Plataforma -- tipo Movimento Verde Eufémia -- merece cobertura noticiosa tal qualquer manifestação com 100 mil intervenientes.
Com a crise generalizada, o desemprego, a insegurança, a gripe A e outros mimos com que todos os dias são presenteados os humanos, bom mesmo é ser-se vaca. Sobretudo se se tiver a sorte de nascer nesta exploração de Portalegre, onde o extremoso proprietário não poupa esforços para oferecer às suas "meninas" todo o conforto e felicidade que possa proporcionar-lhes: cama, mesa e roupa lavada, e agora também ar condicionado e música ambiente, para combater o stress. Tudo isto em troca de uns litros de leite diários? Peanuts! Mesmo assim, há logo vizinhos que vêm pôr defeitos na escolha musical: Beethoven não é suficientemente relaxante, talvez Haydn ou Mozart. Teresa Leite (um nome curiosamente apropriado), especialista em musicoterapia, confirma a utilidade da ideia. Seja como for, se a música não resultar ainda resta ao senhor Ventura Nunes o recurso ao Prozac, misturado na ração. Digo eu, que de repente passei também a achar importantíssimo que as vaquinhas se sintam nas nuvens.