Telefones e gravadores
É irresistível, agora que voltou à liça, comparar o caso do desvio dos gravadores com o do Público/Relvas. Factos: um confiscou os gravadores dos jornalistas que o entrevistavam, o outro perdeu as estribeiras ao telefone com uma jornalista, ambos na sequência de perguntas que os incomodaram. Quando posteriormente apresentaram desculpas pelo seu comportamento os dois alegaram sentir-se pressionados. Ricardo Rodrigues usou para o efeito a expressão violência psicológica.
Francisco Assis, na época líder parlamentar do PS, recusou-se a fazer comentários "sobre o que se passou exactamente, porque se tratou de uma reacção motivada por uma grande indignação". Os deputados socialistas decidiram igualmente não discutir o assunto na Assembleia da República e a Comissão de Ética decidiu não analisar o caso, com os votos contra do PSD e CDS.
Quanto a Relvas, como se sabe, os apoios e acusações registam-se em idêntica proporção, com o PSD e o PS mais a ala do PSD que o odeia a assumirem posições inversas. Na bloga, esta alternância democrática também se registou, como lembra aqui Miguel Noronha.