Desabafo sportinguista
Vou ser sincera: nunca considerei o Rúben Amorim um treinador fora de série e ficava de pé atrás, quando o punham nos píncaros. É um treinador bom, sim, mas nenhum fenómeno. E todos sabemos que o Sporting também não tem um plantel fora de série.
Mas uma coisa é certa: a química funcionava de maneira incrível. Amorim soube gerir como ninguém a dinâmica criada entre jogadores mais velhos, com alguns anos de clube, e a vontade de brilhar de jogadores novos, desejosos de dar nas vistas, principalmente, na Champions League.
Tratava-se de uma situação especial. E, perante o início fulgurante desta época, eu perguntava-me quanto tempo iria durar a magia. É claro que também não o sei dizer agora. Poderia durar até ao fim da época. Mas também podia quebrar a meio, mesmo sem mudança de treinador.
Perante a continuação dos desaires do Manchester United, podemos dizer que Amorim está no início, que tem de se adaptar à equipa e vice-versa, que os resultados acabarão por vir... Mas o mesmo se pode dizer de João Pereira.
O erro de Amorim foi ter quebrado uma situação que ele próprio talvez nunca mais consiga igualar com outra equipa. E deixou o Sporting órfão, também incapaz de igualar a performance conseguida até à sua partida, mesmo que se substitua o actual treinador por outro mais experiente.
Espero sinceramente que, tanto para Rúben Amorim, como para o nosso clube, estas minhas profecias pessimistas não se cumpram. Mas uma coisa é certa: tendo lido, há algumas semanas, numa qualquer rede social, algo como: "este é o Sporting com que sempre sonhei", nunca perdoarei a quem nos roubou esse sonho.