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Delito de Opinião

A gente vamos ao Continente?

João Carvalho, 06.10.11

Finalmente, começo a perceber que não sou o único chocado com o caso, o que me deixa muito mais aliviado.

O Continente

Somos Todos Nós

O país inteiro tem visto e ouvido isto vezes sem conta. Mas, apesar do massacre orgulhosamente exibido, bem pode a marca limpar as mãos à parede. O Continente somos?! O sujeito na primeira pessoa do singular e o verbo na primeira pessoa do plural? Tipo a gente queremos ir ou a gente vamos? E por que não o Continente é todos nós?

O erro é de palmatória. Longe vai o tempo em que a SONAE Distribuição tinha uma direcção de marketing exigente, que punha qualquer agência a deitar fumo pelas orelhas, se quisesse ficar com a conta do Continente. Adivinha-se que esta falta de exigência hoje em dia nada augura de bom.

Afinal, era tão simples criar a mesmíssima ideia em bom português. E até dava para incluir uma rima no slogan (o que, nestas coisas, às vezes não é totalmente indiferente).

O Continente

É Toda a Gente

Tão simples que até chateia. Claro que "ele é" não gera o mesmo envolvimento que "nós somos", mas não se pode ter tudo ao mesmo tempo. As campanhas servem precisamente para preencher o que falta e resolver isso. Só nunca resolvem a promoção da subcultura.

Ao cuidado dos clientes da banca

João Carvalho, 21.02.11

Estamos em crise agudíssima, cresce a pobreza, a banca estrangula o crédito. Pois é: faz parte. Também é verdade que os bancos não são contribuintes como os outros, mas é (quase) surpreendente que tenham apresentado um aumento invejável de lucros. De tal modo que, depois do contrato publicitário do BES com o Ronaldo, agora é o BCP que está em campanha promocional com o Mourinho. São, talvez, os maiores investimentos de sempre feitos em comunicação no mercado nacional.

Deixem-me ver se adivinho a quem é que a banca debita a despesa...

Comunicação e chavões

João Carvalho, 24.09.09

A SIC anda a promover o programa que vai emitir a partir da tardinha de domingo. É normal. Porém, fecha o anúncio a dizer: «na noite em que escolhemos o primeiro-ministro de Portugal». É muito grave? Não é, certamente, mas pode ser mentira e, sobretudo, manifesta pouco respeito pelo autêntico objectivo de um acto eleitoral que faz parte da essência do nosso próprio regime. Da parte de um meio supostamente especializado em comunicação, então já começa a ser grave, pela falta total de rigor.

É igualmente certo que a comunicação em geral tem descido de nível a cada passo, da expressão à criatividade, passando pela generalidade das vertentes que quisermos encarar. A título de exemplo, veja-se o chavão da SIC-Notícias num dos seus preparados de autopromoção: «O orgulho de poder dizer». Ou ainda aquele do Banif que aparece por todos os cantos: «A força de acreditar». Muito imaginativos e interessantíssimos, estes e outros que tais.

Anúncios de bom gosto (16)

João Carvalho, 19.05.09

«— Eu vinha comprar braçadeiras 'Alfredo', daquelas para ir ao mar e não ter medo...

— Ó amigo, não tenho. Só tenho braçadeiras 'Guiomar', daquelas para ir ao mar para quem já sabe nadar. Mas tem mesmo de saber nadar. É que rebentam muitas vezes... Bem, quase sempre... A bem dizer, sempre!!!»

 

(Post possível com a colaboração da nossa comentadora MACarvalho.)