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Delito de Opinião

Execrável

Pedro Correia, 01.03.25

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«Zelenski recebeu orientações da Casa Branca para dress code: "O senhor apresenta-se aqui de fato e gravata." Zelenski voltou a aparecer vestido à Chuck Norris. Vimos como é que Trump ficou irritado logo à chegada. Se a senhora me convida para ir a sua casa, no mínimo ponho uma camisa por respeito pelo anfitrião. Se lhe foi definido um dress code, no mínimo era isso que Zelenski devia ter feito. São normas de boa educação, decoro e diplomacia. Senão, pode ir de chanatas e calções, não é? Se o anfitrião definiu como é que ele deve ir, é assim que ele deve ir...»

 

«Quem atiçou J. D. Vance foi Zelenski, que lhe perguntou se já tinha ido à Ucrânia, se conhecia a realidade... Depois ouviu o que não gostou.»

 

«Alguém que vai a um país que é o seu principal doador para assinar um acordo que representa a sobrevivência do [seu] país não se pode comportar desta maneira. Não pode levantar a voz aos Estados Unidos.»

 

«Zelenski demonstrou uma insolência inqualificável para um país que está numa crise existencial e em vias de ser ocupado pelos russos.»

 

Major-general Agostinho Costa, hoje, na CNNP. O mesmo que, na mesma estação, afirmou a 28 de Fevereiro de 2022: «Estou convencido que o senhor Zelenski já não está lá [em Kiev]. Senão a gente via-o na rua. Já não está lá. Está certamente em Lviv.» 

O propagandista do Kremlin

Pedro Correia, 03.12.24

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«A Rússia vai crescer 3,6%. Não está mal, pois não?»

 

«Putin disse esta semana que faz dez vezes mais mísseis do que todo o Ocidente junto e vai aumentar 25%.»

 

«A Rússia faz mais em três meses, em termos de material de guerra, equipamento e armamento, do que toda a Europa num ano.»

 

«A Rússia tem pleno emprego. O desemprego está menor do que na Europa. A inflação também.»

 

«A Rússia está praticamente imune às sanções ocidentais.»

 

«A população da Ucrânia está cansada de Zelenski.»

 

Ontem, na CNN Portugal. Quando se sabe que um terço do orçamento do Estado da Rússia para 2025 está reservado a despesas militares - facto inédito no país.

Trump Carlson em Moscovo

João Pedro Pimenta, 08.02.24

Depois de se dizer que era mero boato, Tucker Carlson, que acabou despedido da Fox por confessar em privado que tinha dito disparates em notíciário, lá entrevistou Vladimir Putin, para "esclarecer os americanos da verdade", como se Putin não a tivesse divulgado em inúmeras ocasiões, embora nem sempre com a mesma base. Escolheu bem o dia: o mesmo em que a candidatura de Boris Nadezhin, o único contra Putin, acabou recusada, como acontece sempre que há um candidato contra o incumbente.

Entretanto, o Partido Republicano continua a recusar-se a enviar mais ajuda à Ucrânia, mas aprovou o envio de 16 mil milhões de euros para Israel.
 
Claro que não há qualquer ligação entre isto. Podia lá ser...

Como engoliram a propaganda do Hamas

Pedro Correia, 24.10.23

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New York Times foi reproduzindo propaganda do Hamas, em versões diferentes, na sua manchete digital

 

A 17 de Outubro, o New York Times engoliu a propaganda do Hamas - via Al-Jazeera - dando nota de que Israel tinha "bombardeado" um hospital na Faixa de Gaza e provocado ali "mais de 500 mortos". Número redondo, para ter ainda mais impacto, e que lamentavelmente alguma imprensa de referência reproduziu de imediato, em cascata, a partir daí. Acriticamente, sem nada questionar, como se estivesse perante uma fonte credível, independente e desinteressada.

Nem faltou, logo a seguir, uma "conferência de imprensa" debitada pelo «Ministério da Saúde de Gaza" (totalmente controlado pelo Hamas) com médicos envergando imaculadas batas brancas, munidos de um púlpito e bem iluminados por luzes de projectores e holofotes (aparentemente sem o menor receio de voltarem a ser "bombardeados", com toda aquela sinalização luminosa a meio da noite).

 

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Tresandava a aldrabice. Fake news, como se diz agora. Mas os papagaios de turno repetiram-na até à exaustão. Procurando derrotar Israel na guerra da propaganda, em benefício dos terroristas do Hamas, que têm inscrito na sua carta de princípios o mandamento de que é preciso «matar judeus» seja onde for e quando for.

Ontem, num inequívoco gesto de honestidade intelectual, o mais influente diário norte-americano reconheceu ter errado. Numa nota editorial sobre o assunto, que passo a citar na íntegra até pelo seu valor documental:

 

«On Oct. 17, The New York Times published news of an explosion at a hospital in Gaza City, leading its coverage with claims by Hamas government officials that an Israeli airstrike was the cause and that hundreds of people were dead or injured. The report included a large headline at the top of The Times’s website.

Israel subsequently denied being at fault and blamed an errant rocket launch by the Palestinian faction group Islamic Jihad, which has in turn denied responsibility. American and other international officials have said their evidence indicates that the rocket came from Palestinian fighter positions.

The Times’s initial accounts attributed the claim of Israeli responsibility to Palestinian officials, and noted that the Israeli military said it was investigating the blast. However, the early versions of the coverage — and the prominence it received in a headline, news alert and social media channels — relied too heavily on claims by Hamas, and did not make clear that those claims could not immediately be verified. The report left readers with an incorrect impression about what was known and how credible the account was.

The Times continued to update its coverage as more information became available, reporting the disputed claims of responsibility and noting that the death toll might be lower than initially reported. Within two hours, the headline and other text at the top of the website reflected the scope of the explosion and the dispute over responsibility.

Given the sensitive nature of the news during a widening conflict, and the prominent promotion it received, Times editors should have taken more care with the initial presentation, and been more explicit about what information could be verified. Newsroom leaders continue to examine procedures around the biggest breaking news events — including for the use of the largest headlines in the digital report — to determine what additional safeguards may be warranted.»

 

Traduzo a frase sublinhada: 

«Os editores deveriam ter sido mais cuidadosos na divulgação inicial e mais explícitos sobre o tipo de informação realmente confirmada.»

Rectificar quando se erra é um imperativo deontológico, ético e moral. Que o New York Times cumpriu, embora com vários dias de atraso.

Falta agora que a líder do Bloco de Esquerda faça o mesmo.

Convém recordar aquilo que Mariana Mortágua se apressou a verter na rede social X, ecoando - também ela - as trombetas da propaganda do Hamas:

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Ainda vai a tempo. Vale mais tarde que nunca.

Informação ou propaganda

Pedro Correia, 23.08.23

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Reparem nas notícias. 

Nunca há fogos nos países do terceiro mundo. Nunca arde nada na Índia. Nem na China. Nem na África do Sul. Nem no Irão. Muito menos na Rússia. Ainda menos no Brasil, agora que está lá Lula da Silva (com a ajuda do amigo José Sócrates) a estancar o desmatamento na Amazónia.

Incêndios florestais? Só no sinistro "Ocidente". Na Europa Ocidental, onde vivemos. E, claro, na tenebrosa América do Norte.

Isto não é informação. É ideologia.

Alguns vão atrás, convencidos de que é a verdade. Mas já questionava o velho Pilatos muitos antes de figurar no Credo cristão: «O que é a verdade?»

Tabaco, Putin e comunonazis

Pedro Correia, 22.06.22

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Os comunonazis que por estes dias debitam a cartilha em louvor de Putinitler, o carniceiro do Kremlin, recordam-me aqueles médicos e "cientistas" que durante décadas fizeram a apologia das virtudes do tabaco, considerando-o não apenas inócuo como benéfico para a saúde.

Charlatães, cada qual a seu modo: «Chesterfield é o melhor para vocês, Putin é o melhor para vocês.»

Cúmplices morais da morte de milhares de inocentes. Alguns sem o mais leve remorso, ontem como hoje. O que os torna mais repugnantes ainda.

Os papagaios de Putin (número extra)

jpt, 26.04.22

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A série de postais dedicada aos "papagaios de Putin" (1, 2, 3, 4) é do Pedro Correia. Mas espero que ele não se incomode com esta adenda minha, cujo conteúdo é imensamente denotativo do actual "estado da arte".

Trata-se apenas de ligar para um texto do Herdeiro de Aécio - que é um dos meus blogs preferidos desde há mais de década e meia (o outro é o Antologia do Esquecimento, já agora). Ora agora o seu autor, António Estrela Teixeira, tem a pertinente minúcia de se dedicar às comemorações do 25 de Abril e ao excêntrico estatuto assumido pelo "general Carlos Branco (assinalado na foto) [que] tornou-se mais recentemente conhecido (e contestado) por causa da parcialidade pró-russa dos seus comentários a respeito da invasão da Ucrânia."

O texto dedicado a esse paladino do fascismo russo chama-se "O "Penetra" de Abril". E bem justifica a sua leitura.

Os papagaios de Putin (4)

Pedro Correia, 07.04.22

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6 de Março, na Assembleia da República:

«As intervenções de chefes de Estado na Assembleia da República, ao longo dos últimos anos, têm sido muito limitadas. E têm sido sempre na sequência da realização de visitas institucionais ao nosso país, coisa que neste caso concreto não ocorreu. Além disso a AR, enquanto órgão de soberania, deve ter um papel não para contribuir para a escalada da guerra, não deve ter um papel para contribuir para a confrontação, para o conflito, para a corrida aos armamentos, mas o seu papel deve ser exactamente o oposto. O papel da AR deve ser um papel na defesa da paz. O papel da AR deve ser numa posição para encontrar uma solução negociada para a resolução deste conflito e para o desarmamento. E a proposta que está em cima da mesa [convidar Zelenski a discursar aos deputados portugueses] não vai ao encontro destes objectivos e daí o PCP não ter acompanhado esta mesma proposta. Porque não vai ao encontro do objectivo de defender a paz, de promover uma solução negociada.»

«As sanções [à Rússia] não contribuem para a paz, mas para esta lógica de confrontação, de conflito, de corrida, de escalar esta confrontação da guerra. E é isso, de facto, que nós consideramos que não é o caminho para este conflito. O caminho é, efectivamente, a defesa da paz e é nesse sentido que nós consideramos que a AR se deve posicionar.»

«O caminho que quer os Estados Unidos quer a União Europeia e a NATO estão a prosseguir é exactamente o caminho oposto. Da corrida aos armamentos, da escalada, da confrontação, das sanções que tanto pesam sobre os povos, sobre o nosso povo, sobre o povo europeu, com o agravamento das condições de vida, com este aproveitamento que está a ser feito, está à vista que a guerra não interessa aos povos.»

 

Declarações de Paula Santos, nova líder parlamentar do PCP, quando todos os testemunhos de todos os repórteres presentes na Ucrânia confirmam terem sido cometidos crimes de guerra e contra a Humanidade pelas forças de Putin em diversas cidades, das quais Butcha é um dos símbolos mais trágicos.

Com execuções sumárias, prática de tortura, violações, tomada ilegal de reféns, deportação de populações, apropriação ilegal de bens, destruição sistemática de alvos civis (incluindo hospitais) e ataques a missão humanitárias.

Sem surpresa, o PCP foi o único partido parlamentar que se opôs ao convite feito pela Assembleia da República para uma intervenção do Presidente Volódimir Zelenski, por videoconferência, no hemiciclo de São Bento. Justifica esta recusa em nome da «paz», pervertendo o significado de tão nobre palavra.

Os comunistas comportam-se como cúmplices da acção de guerra provocada por Putin na Ucrânia.

 

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Leitura complementar:

Libération - Carnage en Ukraine, blocage à l'ONU

Le Figaro - Les soldats russes violaient sauvagement les femmes après avoir tué les hommes

The Guardian - "Barbarians": Russian troops leave grisly mark on town of Trostianets

El País - Putin aplica en Ucrania el modelo de brutalidad que ensayó en Chechenia

El Mundo - Putin lanza su gran asalto al Donbas con apoyo de milicias nazis

La Repubblica - A Irpin affiorano i corpi dei bimbi violentati. La superstite: "Stuprata accanto a mia madre agonizzante"

L'Osservatore Romano - L'impotenza dell'Organizzazione delle Nazione Unite nell'attuale guerra in Ucraina

Os papagaios de Putin (3)

Pedro Correia, 01.04.22

 

24 de Fevereiro, Record TV Europa:

«Na óptica de Moscovo, esta ofensiva está a ser conduzida porque Moscovo reconhece quer Lugansk quer Donetsk como dois estados soberanos. À luz do direito internacional - e eu tenho uma tese de doutoramento sobre a Rússia e a Ucrânia, portanto posso falar de direito internacional - não existe nenhuma regra que nos diga quais são as condições para que um estado passe a ser soberano. Desde que consiga manter relações internacionais com outros estados, como é o caso destas duas repúblicas, isso indica que já podem ser reconhecidas como estados soberanos.»

«Moscovo está a dar resposta, à luz do direito internacional, a um direito de defesa que estas autoridades soberanas têm enquanto estados soberanos. Logo, não está a invadir qualquer país terceiro: está a neutralizar uma ameaça contra estas duas repúblicas, que neste momento precisam de ajuda.»

«Não existe nada que diga que aquilo que Putin está a fazer é deveras proibido.»

«A óptica de Moscovo é atacar os alvos militares, nunca atacar alvos civis e apenas neutralizar a capacidade ucraniana de poder contra-atacar quer as duas repúblicas que pediram ajuda a Moscovo quer mesmo conduzir uma retaliação contra Moscovo.»

«Putin tem procurado seguir todo o processo formal, todo o legalismo que o direito internacional prevê.»

«Isto à luz do direito internacional está totalmente imaculado.»

«A Rússia já está habituada a lidar com sanções. (...) Indiferença total. O rublo vai aguentando.»

«Quem é que vai conseguir garantir o pão na mesa dos portugueses? É a NATO? Isto é que é importante perguntar.»

Os papagaios de Putin (2)

Pedro Correia, 28.03.22

 

25 de Fevereiro, RTP 3:

«[Os ucranianos] não devem conseguir resistir muito mais tempo.»

«Foi quase totalmente neutralizada a capacidade de defesa anti-aérea porque os seus sistemas - que até eram de origem russa - foram eliminados praticamente pelos russos.»

«Há algum desespero por parte das forças ucranianas - não deles, mas pelo menos dos seus líderes.»

«Quando se fazem apelos - que eu acho incrível que se façam - à população civil para usar cocktails Molotov e kalachnikovs contra carros de combate, contra forças extremamente bem equipadas e armadas, é mandar essas pessoas para a morte. (... ) Um cocktail Molotov contra um destes carros de combate modernos é como um mosquito a picar um elefante. Não é uma atitude digna.»

«Depois de as forças ucranianas estarem praticamente cercadas e sem capacidade de reabastecimento, terão de se render.»

«Eu sou um bocado diferente. Toda a gente gosta de pôr a culpa no Putin. Eu acho que os líderes ocidentais, sobretudo, incentivaram este governo ucraniano. Os Estados Unidos venderam-lhes 600 milhões de dólares de armamento... contra a Rússia, por amor de Deus! Para mim, os líderes ocidentais, a NATO, o Presidente americano, o senhor Boris Johnson e a União Europeia tiveram um comportamento também nas bordas do criminoso, tão mau como o do Putin.»

«O momento em que o Presidente Putin fez o discurso dele, até esse momento eu sempre pensei que iam aceitar algumas das condições que ele tinha posto.»

«Durante oito anos andou-se a insistir do lado russo para que os acordos de Minsk fossem cumpridos. A França e a Alemanha, que foram testemunhas dessa assinatura, nunca fizeram pressão nenhuma sobre a Ucrânia para cumprir a sua parte dos acordos de Minsk.»

«Se têm cumprido aquilo que estava assinado e acordado entre a Ucrânia e os separatistas, não tinha havido nada disto.»

«Putin é tudo menos louco. E é uma loucura da nossa parte se o formos provocar.»

«O Ocidente agora lava a sua consciência e diz: "O homem é um facínora, é mau." Não! A União Europeia tem grandes culpas quando derrubou um presidente que tinha sido eleito, que era o presidente legítimo da Ucrânia. Quem é que ajudou a depor o Ianukovitch? Foram os EUA e foi a UE.»

«Agora o mau é o Putin... por amor de Deus!»

«Quando o puseram num beco sem saída, o que é que ele fazia a seguir? Tinha de atacar a Ucrânia, obviamente.»

Os papagaios de Putin (1)

Pedro Correia, 24.03.22

 

28 de Fevereiro, SIC Notícias:

«Aqui o que vemos é uma disputa entre a Rússia e os Estados Unidos.»

«Onde é que andam os americanos? Onde é que andam?»

«O que assistimos aqui é o senhor Putin a explicar, na prática, uma mudança no conceito de emprego de armas nucleares.»

«Os russos têm a percepção que o Ocidente está em guerra com eles há muitos anos.»

«Não devia ser a Europa a estar a mediar este conflito e não a lançar gasolina?»

«Se houver uma guerra entre a NATO e a Rússia, a Rússia perde. É isto que os russos entendem. A única forma de permitir que não haja uma guerra é pará-la no imediato. E pará-la no imediato é usar bombas nucleares. Armas nucleares tácticas.»

«É para fazer o efeito que os russos chamam "desescalada" - isto é, parar imediatamente.»

«Não são armas nucleares que destroem uma cidade. Não destroem um prédio, como um míssil Tomahawk.»

«Se houver uma guerra nuclear não é nos Estados Unidos, é na Europa.»

«Quem decide a política externa da Europa não são os europeus. Os europeus não decidem nada.»

«As operações militares [russas] estão no terreno no sentido da definição de objectivos políticos. O principal objectivo político russo é a neutralidade da Ucrânia.»

«[Putin] vai conseguir.»

«[Na Ucrânia] há armas a ser entregues a bandidos.»

«Aqui não há bons, há interesses.»

«É preciso vermos estas questões com racionalidade. Porque há muita emoção no processo, há muito ruído.»

«Se a Ucrânia é importante, porque é que não vamos para lá combater?»

«No terreno o que temos é as forças ucranianas a transitar para uma situação irregular e as forças russas numa campanha convencional.»

«Está [a resultar, a invasão russa]. Onde anda a NATO? O senhor Stoltenberg [secretário-geral da NATO] amanhã devia entrar como governador do Banco da Noruega. Já tem emprego. Vai em Novembro, segundo a comunicação.»

«O senhor Borrell [responsável da UE para os Negócios Estrangeiros e a Defesa] até é engenheiro aeronáutico... Quem é que aconselha esta gente?»

«O senhor Putin é um jogador de xadrez. E os dois cidadãos que estão ao lado dele, o senhor Valeri Gerassimov, conhecem-no há muitos anos. E lá não é como cá, não é como cá. O senhor Shoigu, o ministro da Defesa, é um homem de barba rija. Foram eles que desenvolveram o modelo das guerras que temos hoje, que é a guerra híbrida.»

«Estou convencido que o senhor Zelenski já não está lá [em Kiev]. Senão a gente via-o na rua. Já não está lá. Está certamente em Lviv, está certamente em Lviv. É normal, ainda bem, demonstra que é um indivíduo inteligente.»

Coisa mais inútil não há

Pedro Correia, 18.02.22

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Esta semana limpei a caixa do correio: já não recolhia correspondência há duas semanas. Lá bem no fundo, encontrei estes folhetos muito coloridos - que foram de imediato arquivados no saco destinado à reciclagem. O da "moda e acessórios", ainda percebo. Mas a papelada política, de maneira alguma. E apetece mesmo perguntar por que raio estes partidos que tanto falam em valores ambientais e consciência ecológica gastam resmas de papel na era digital.

Mal empregadas árvores, derrubadas para isto. Coisa mais inútil não há.

A corte

João Sousa, 28.01.22

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Encontro em Monsanto de António Costa
com personalidades independentes da cultura e do desporto

 

Quando li numa notícia a frase de Rosa Mota e os gorjeios do Valter Hugo Mãe em Monsanto, então aflorados aqui no blogue pelo José e hoje pelo João Pedro Pimenta, recordei-me logo do seguinte naco de prosa publicado há meses no Luta Popular:

"O governo fascista de António Costa trata os artistas e os trabalhadores da cultura abaixo de cão. Claro que há os artistas da corte, os pimbas e os versejadores da corte. Não nos referimos a esses vendidos."

O Luta Popular pode ser uma leitura divertida pela alucinação dos seus redactores, mas ser-se alucinado não impede que não se acerte, ocasionalmente, no alvo: "corte" é uma descrição perfeita do que sempre tem rodeado o PS. Primeiro, temos a corte de eternos "independentes" que apoiam qualquer líder socialista, em alguns casos até apresentando-se nas listas de candidatos para, quando eleitos, cederem o lugar a um dos anónimos funcionários do partido. Depois, há a corte da Cóltura, sempre disposta a servir de flor na lapela dos líderes do PS. Este beija-mão a Costa, feito por esta corte cóltural, não é mais do que uma reencenação de vários outros do passado - como em 2011 a José Sócrates.

Se bem me lembro

João Sousa, 10.12.21

A ministra do trabalho, Ana Mendes Godinho, disse, em entrevista publicada hoje: "Se bem me lembro, entre 2011 e 2015, o salário mínimo em Portugal aumentou 20 euros". Ora se bem me lembro, entre 2011 e 2015, também aconteceu aquele pormenor de Portugal estar a resgatar-se da bancarrota deixada pela governação do PS de Sócrates - governação da qual, se bem me lembro, a ministra até fez parte (ela e, de resto, muitos dos seus colegas actuais).

Aterraram hoje de Marte?

João Sousa, 20.09.21

Parece haver um certo incómodo (em pouco mais do que três pessoas no país) pela ministra da saúde aproveitar a boleia do seu carro ministerial para fazer uma acção de campanha com o candidato do PS no Porto. Não percebo a polémica: se já se sabia que o dinheiro que é do Estado é do PS, porque diabo não haviam também os carros do Estado de serem do PS?

Queriam o quê? Que a ministra andasse de Clio?

Lido por aí

João Sousa, 20.09.21

"Palavra que me aconteceu: olhando um desses autedores que enxameiam algumas das nossas vias de comunicação (estou ou não em condições de elaborar um relatório policial?), dei por mim a pensar o que ofereciam politicamente à sua autarquia um par de jarras que sorria para a câmara enquanto em legenda se podia ler que estavam “juntos por si”.

Uma fracção de segundos depois é que reparei que não era de política que se tratava, mas sim de imobiliário. Os dois sorridentes da foto (até o imobiliário se encontra rendido às maravilhas do trabalho em equipa), aparentemente não me estavam a querer convencer a votar numa qualquer candidatura autárquica, mas sim só me queriam ajudar a comprar um apartamento. Enquanto duvidava da minha acuidade visual (ao longe), pensei que o busílis da confusão se encontrava menos na semelhança entre as duas actividades (autarca e agente imobiliário) do que no esgotamento de frases que queiram transmitir mais do que nada."

Fernando Proença, Jornal do Algarve (12/09/2021)