Cavaco devolve 75% do dinheiro da campanha
Evidentemente que é obrigatório.
Evidentemente que decorre da lei.
Evidentemente que talvez nem merecesse ter destaque.
Mas merece.
Porquê?
Simplesmente porque não gastou e podia tê-lo feito.
Declarou que o estado da Nação não lhe permitia uma campanha perdulária. E não a fez.
Recomendou aos seus apoiantes, urbi et orbi, uma intransigente contenção nos actos de aplauso e nas reuniões de propaganda, e cumpriu.
Anunciou que não faria outdoors. E não fez.
Escolheu jantares em locais sem brilho, quase inóspitos, a lembrar os tempos da crise de meados de 80 (quando nos afundávamos também num duplo perigo de ruína financeira e de alienação partidária). E arrancou as palmas mais sentidas quando se referiu ao respeito pelos portugueses e à elementar exigência de moralidade nos gastos que era requerida aos poderes públicos (sim, eu vi toda esta insidiosa perseguição ao voto, galopante...).
Não há autoridade sem exemplo.
Mas neste caso, infelizmente tão isolado, tivemos uma pequena lição.
Não gostam do termo, ó subalimentados do bom senso?
Pois é... mas isto não é demagogia: - é dinheiro sonante que voltou aos cofres do Estado e não nos vai ser arrancados dos bolsos.
- Já agradeceram?