Mariana tem paciência, irás à presidência
Se Mariana Mortágua decidisse ser candidata a PR teria o meu apoio. É que a Presidência quase não tem poderes nenhuns, está reduzida à imagem cerimonial e à magistratura de influência, pelo que o que quer que ache o Presidente não conta para nada e logo por aí Mariana não tem contraindicações. Quanto à imagem: Dos candidatos com hipóteses de ganharem temos o almirante, que é demasiado alto e com uma carantonha de sargento e Marques Mendes, que é demasiado baixo, além de António José Seguro que é sério e por isso mesmo muito chato. Dos outros e outras nem falo porque não têm hipóteses, além de serem feios ou terem defeitos insuperáveis, como Centeno, que tem um sorriso em forma de esgar, Cotrim, que anda sempre com a camisa desabotoada, ou Sampaio da Névoa (os jornalistas costumam grafar “Nóvoa” por razões misteriosas), que parece o Professor Pardal.
De imagem estamos conversados. Mariana é decorativa, tem voz doce, e isso levaria a que não nos firmássemos no que ela realmente estivesse a dizer, que seriam invariavelmente asneiras. Isto, que pode parecer contraditório com o acima referido papel da função, não o é se tomarmos como referência o que fez Marcelo: fartou-se de dizer coisas agradáveis e já serão raros os portugueses que não tenham uma selfie com ele, emoldurada em cima da lareira, mas ninguém lembra nada do que disse, prova provada de que tanto faz paleio assim como assado. E convir-se-á que se Mariana trocasse de fato de banho na praia, como fez Marcelo, semelhante gesto atrairia muito mais atenção, e simpatia, do que a manobra daquele.
Tudo isto chega para justificar o meu voto? Não. Mas os Portugueses, por esta altura, já sabem que vão eleger um rei constitucional a prazo e não sabem mas também não interessa que este rei eleito ainda tem menos poderes que o saudoso D. Carlos. Cujos pais, avós e tetravós sabíamos quem eram, o que garantia ser das melhores proveniências.
De modo que Mariana Mortágua acabaria por consolidar a ideia de que se calhar valeria a pena experimentar outra coisa, e essa coisa só poderia ser a monarquia.
Se sou monárquico? Hoje sim, se aparecer um candidato que me encha, ainda que só pela metade, as medidas, talvez volte a ser republicano.































