Muito a propósito
Daqui a pouco mais de um mês é Natal. Em convénio familiar, decidiu-se que a vida não está para gastos em presentes que nem sempre são úteis. Sempre foi uma dor de cabeça decidir o que ofertar a quem, por isso proclamou-se que o Natal é das crianças, transcreveu-se em acta e pronto. Roupa, livros e dois brinquedos.
Para que corra tudo bem, o melhor é mesmo perguntar aos crescidos o que faz falta aos pequenos, fazer uma listinha e ir procurando nas promoções onde compensa mais fazer compras.
Um dos meus sobrinhos enviou-me a seguinte mensagem ao questionário: "Calças ganga, tamanho 5. Jogo Johnny Cagoni." Juro que pensei que fosse piada. Não é. Nem penso que seja para rir.
Talvez inspirado nos acontecimentos actuais um pouco por toda a parte, alguém teve a grande ideia de criar um jogo que diz o seguinte: "Já não aguentas mais? Corre para a casa de banho! O Johnny Cagoni estará à tua espera… Puxa uma carta, imita os puns, gira a maçaneta e... joga! Se o Johnny saltar pelo ar, perdes o jogo e, pior ainda, o papel higiénico sairá disparado na tua direção".
Com tanto tema didáctico para divertir e erudir as nossas crianças, o best seller do Natal parece que é mesmo o Johnny Cagoni...
Eu sei que nos meus últimos postais tenho escrito literalmente sobre m*rda, por isso quem sou eu para ficar macambúzia com um jogo de m*rda para crianças com mais de cinco anos? Quem sabe será uma boa idade para começarem a entender que mexer muito na m*rda, acaba por nos rebentar na cara...
Alguém me disse que o jogo da "Operação" vai passar a ser uma mudança de sexo, ou seja incentivar a criatividade das crianças para que possam criar como quiserem, alguém com quem se possam identificar. Pela parte que me toca nestas modernices, creio que será melhor continuarem a jogar o Johnny Cagoni. No final do dia, vai dar tudo ao mesmo.
(Imagem Google)