A estrada de Damasco
Ana Sá Lopes é uma jornalista conhecida da imprensa escrita, assim como de programas de rádio e de frequentes aparecimentos televisivos. Actualmente é redactora-principal do Público. Quem já leu o que escreve e já ouviu o que diz, sabe que é uma pessoa de esquerda, frequente defensora do poder socialista assim como de muitas propostas mais à esquerda. Nada de novo de baixo do sol.
Com esta informação como pano de fundo, confesso que fiquei surpreendido com a sua crónica de ontem no Pùblico, quando, no que respeita às suas convicções sobre a superior capacidade do estado em gerir a saúde, assume ter atirado a toalha ao chão.
Reconhece que, por experiência pessoal, pode afirmar que nos hospitais Beatriz Ângelo e das Caldas da Rainha, o fim das PPP’s correspondeu a um serviço muito pior.
Ao contrário do que certamente faria se deles não necessitasse, o que é sempre um mau motivo, reconhece que “os serviços de excelência dos tempos da PPP, que cobria uma faixa enorme de população, não necessariamente a mais favorecida, desapareceu”. Mais à frente reconhece que o SNS está à beira da implosão.
Lamento que tenha sido necessário lidar com a necessidade de assistência médica para deitar para trás das costas a ideologia, mas vergo-me à honestidade intelectual que lhe permitiu escrever esta crónica.