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Delito de Opinião

Setúbal, pós-Natal 2024

Pedro Correia, 29.12.24

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«Aparentes senhores de um barco abandonado, / nós olhamos, sem ver, a longínqua miragem... / Aonde iremos ter? - Com frutos e pecado, / se justifica, enflora, a secreta viagem!»

(David Mourão-Ferreira)

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«Lá vão os cercos plo Sado abaixo, / Ao mar vizinho, à sua lida. / "Voltem pesados, co’a borda em baixo!" / Gritam gaivotas em despedida

(Luís Cabral Adão)

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«O rio abre um largo e irregular estuário, as águas entram profundamente pela terra dentro.»

(José Saramago)

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«Ah seja como for, seja por onde for, partir! / Largar por aí fora, pelas ondas, pelo perigo,  pelo mar.»

(Álvaro de Campos)

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«Eu me ausento de ti, meu pátrio Sado, / Mansa corrente deleitos, amena, / Em cuja praia o nome de Filena / Mil vezes tenho escrito e mil beijado.»

(Bocage)

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«Todo eu me alevanto e todo eu ardo. / Chego a julgar a Arrábida por Mãe, / quando não serei mais que seu bastardo.»

(Sebastião da Gama)

Fotos minhas

Santarém, Natal 2024

Pedro Correia, 25.12.24

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«Scabelicastro, cujo campo ameno / Tu, claro Tejo, regas tão sereno...»

(Camões)

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«O Ribatejo deve ser visto das Portas do Sol de Santarém, num dia de cheia.»

(Miguel Torga)

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«Mira-te no Tejo Santarém, princesa que foste e rainha que és…»

(Alexandre Herculano)

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«Um comboio que partisse / Sem sair da estação / No lado esquerdo da linha / Transporte dum coração.»

(José do Carmo Francisco)

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«Santarém, nobre Santarém, a Liberdade não é inimiga da religião do céu nem da religião da terra. Sem ambas não vive, degenera, corrompe-se, e em seus próprios desvarios se suicida.»

(Almeida Garrett) 

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«Na minha juventude antes de ter saído / da casa de meus pais disposto a viajar /eu conhecia já o rebentar do mar / das páginas dos livros que já tinha lido.»

(Ruy Belo) 

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«Livre, liberta em pedra. / Até onde couber / tudo o que é dor maior, / por dentro da harmonia jacente, / aguda, fria, atroz, / de cada dia

(Natércia Freire)

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«Tenho um pátio andaluz no meio de mim. / Todo água, espelhos e pedras preciosas.»

(Rita Tormenta)

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«Aí escutarás o silêncio. Aí se levantará como um canto o teu amor pelas coisas visíveis que é a tua oração em frente do grande Deus invisível.»

(Sophia de Mello Breyner Andresen)

 

Fotos minhas

Óbidos, pré-Natal 2024

Pedro Correia, 19.12.24

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«Em qualquer aventura, / O que importa é partir, não é chegar.»

(Miguel Torga)

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«E contudo perdendo-te encontraste. / E nem deuses nem monstros nem tiranos / te puderam deter. A mim os oceanos. / E foste. E aproximaste.»

(Manuel Alegre)

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«Imagem dos gestos que tracei, / irrompe puro e completo. / Por isso, rio foi o nome que lhe dei. / E nele o céu fica mais perto.»

(Eugénio de Andrade)

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«Há um nascer do sol no sítio exacto, / À hora que mais conta duma vida, / Um acordar dos olhos e do tacto, / Um ansiar de sede inextinguida.»

(José Saramago)

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«Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu, / eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia. / No céu podia tecer uma nuvem toda negra. / E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas, / e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.»

(Herberto Helder)

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«Este céu passará e então / teu riso descerá dos montes pelos rios / até desaguar no nosso coração.»

(Ruy Belo)

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«Como nuvens pelo céu / Passam os sonhos por mim. / Nenhum dos sonhos é meu / Embora eu os sonhe assim.»

(Fernando Pessoa)

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«Sinto a terra na força dos meus pulsos: / O mais é mar, que o remo indica, / E o bombeado do céu cheio de astros avulsos.»

(Vitorino Nemésio)

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«Cada manhã o alvoroço da lua / Me acorda: a luz atravessa a paisagem e a casa! / - A dormir tinha esquecido não as coisas / Mas a sua meticulosa beleza / Múltipla.»

(Sophia de Mello Breyner Andresen)

Fotos minhas

Tão boas praias aqui tão perto

Pedro Correia, 30.08.20

Algumas das mais belas praias do País encontram-se também entre as mais desconhecidas dos portugueses. Situam-se no Barlavento algarvio, entre Lagos e Sagres, e (salvo honrosas excepções) quase nunca ouvimos falar delas.

Basta reparar nos telediários: cada vez que algum alude ao Algarve, em geral e abstracto, só nos mostra imagens de Quarteira, Vilamoura ou Albufeira. É preciso ser muito ignorante para presumir que a nossa região mais meridional pode sentir-se representada por aquelas povoações.

 

Confesso-me cada vez mais rendido aos encantos desta zona costeira, que tenho percorrido com atenção e vagar nesta segunda quinzena de Agosto.

Aproveito para partilhar convosco alguns postais (fotos minhas) destas praias que merecem ser visitadas. Cada qual com o seu charme, cada qual com o seu encanto.

Se ainda não as conhecem, visitem-nas assim que puderem. Espero que gostem.

 

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Praia Dona Ana (Lagos)

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Praia de Porto de Mós (Lagos)

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Praia de Burgau (Vila do Bispo)

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Praia de Cabanas Velhas (Vila do Bispo)

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Praia da Salema (Vila do Bispo)

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Praia do Zavial (Vila do Bispo)

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Praia da Ingrina (Vila do Bispo)

Postal de Natal II

Teresa Ribeiro, 20.12.18

No supermercado, secção de chocolates:

- Ajuda-me lá a escolher.

- Olha, estes são óptimos.

- Ah, nem pensar! São muito caros. 

- E estes?

- Está melhor, mas mesmo assim não quero gastar tanto.

- Ehehe! Forreta!

- Ouve, afinal qual é a relação que eu tenho com os filhos do Jaime? Nenhuma! Os miúdos não querem saber de mim para nada. Vejo-os só no Natal! Para que hei-de então gastar dinheiro com eles? Levo um chocolate para cada um, só porque parece mal não lhes dar nada!