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Delito de Opinião

O legado da geringonça

Paulo Sousa, 21.12.20

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Excerto da capa do Correio da Manhã de 21 de Dezembro de 2020

aqui escrevi sobre como a ausência de cautela é imagem dos governos de Costa. A geringonça foi uma invenção para distribuir riqueza que afinal não existe. Se alguém lhes perguntasse a que critérios recorreram para todas a medidas que tomaram no passado, diriam que estavam certos de que o diabo nunca se atreveria a estragar-lhes os planos.

Recorrendo à comparação da moda, na Suécia por exemplo, e para fazer face às consequencias económicas pandemia, foi instituído um regime de trabalho a tempo parcial, que pode reduzir as horas de trabalho em 20%, 40% ou 60% — com o governo a assegurar 75% da remuneração, ficando os restantes 25% a cargo dos empregadores e empregados. Logo em Março o governo anunciou medidas com impacto financeiro superior a 29 mil milhões de euros, onde se incluía o adiamento de um ano dos pagamentos à Segurança Social e de IVA.

Por cá a salvação será o donativo extraordinário a que chamaram Bazuka, e para que este não se atrase até fingimos que não reparamos que na Hungria se encerram universidades por criticarem o governo, se perseguem jornalistas e se mandam para a reforma juízes por se atreveram a ser independentes do poder político. Os princípios são uma coisa muito bonita, mas os fins são bem mais apelativos.

Entretanto o PIB per capita português (em paridade de poder de compra) desliza ano após ano para o fundo da tabela da UE. Ainda temos a Bulgária como guarda-costas mas veremos por quanto tempo. 

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Considerando que fomos governados pelo PS em 19 dos últimos 25 anos, importa perguntar até que ponto teremos de chegar para que os portugueses sintam necessidade de tentar algo diferente?

Obesidade mórbida

Paulo Sousa, 26.02.20

Olhando para o site da Direcção Geral do Orçamento e comparando a relação de grandeza entre o total da despesa pública e o PIB no ano de 2019, podemos afirmar que a riqueza produzida no país deixou de ser consumida pelo estado apenas no dia 23 de agosto pelas 12 horas e 14 minutos.

Neste rectângulo à beira mar plantado nunca o contribuinte luso foi chamado a contribuir com tanto para os cofres do estado. Podemos por isso afirmar com toda a propriedade que vivemos tempos históricos.

Esta data é simbólica mas serve para provar o excessivo peso do estado na vida dos seus cidadãos. Infelizmente não inclui todo o esforço que temos de despender para cumprir com todas as burocracias que nos são impostas.

A título de exemplo basta imaginar quantas horas terão sido gastas nestes últimos dias a conferir e validar facturas no portal das finanças? Cada contribuinte ou agregado terá consumido no mÍnimo duas ou três horas a fazê-lo, e a partir daí basta fazer as contas.

Fosse o estado um daqueles clérigos glutões tão bem descritos por Eça e estaria à beira de uma apoplexia.

Agora é que o PIB vai disparar

Pedro Correia, 21.04.14

O Benfica sagrou-se finalmente campeão, quatro anos depois, embora com a equipa menos portuguesa de sempre. Excelente notícia para o Governo, segundo a lapidar definição do doutor Mexia da EDP, que já há um ano suspirava por esta vitória: "Era bom para Portugal que o Benfica fosse campeão, isso teria um efeito positivo no produto interno bruto." 

E o PIB?

José Navarro de Andrade, 09.06.12

 

Contas feitas e concluíu-se que a criminalidade violenta no Brasil depauperava o PIB nacional em cerca de 9%.

Faço o sr. Ministro das Finanças o favor de pedir a um desses seus assessores doutorados em Espumante de Urinóis que se aplique num excel a projectar o impacte da absolvição destes dois crápulas no PIB de Portugal.

Atente, sr. Ministro, que o meu humilde requerimento não vai no sentido de saber quanto é que eles já consumiram ao Estado português entre processos judiciais infrutíferos, cobranças fiscais alienadas, sacos azuis e economias paralelas. Para isso bastam umas estatísticas, mesmo das nossas, e uma máquina de calcular.

Eu que sou leiguíssimo em economia e economês ia jurar que já haverá modelos e algoritmos para identificar e articular as parcelas correspondentes à potencial retracção do investimento estrangeiro em Portugal.

Suplico-lhe, sr. Ministro, que me esclareça como vai persuadir os tão ambicionados investidores a aplicarem o seu capital num país com leis destas, uma justiça destas e autarcas assim. Olhe que um road show não deve chegar.