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É um filme de sempre. Será para mim o filme do corte do dedo, do Harvey Keitel nu, de uma Holly Hunter calada, sublime, de uma miúda a tentar perceber a vida, de uma ideia de mar e de perplexidade. A música? A música é eterna.
Henry Hey não é o pianista de jazz mais famoso da actualidade, nem o mais interessante, nem o mais inovador; mas como grande parte dos jazzmen dos nossos dias, tem um domínio seguro das formas musicais.
Sarah Palin é um bocado desligada, em vários sentidos da palavra, nenhum deles abonatório. As suas falas são por isso desconexas, como se estivesse a descobrir as respostas no preciso momento em que lhe fazem as perguntas. Tornou-se por isso uma especialista em calinadas abissais, que depressa se transformam em catch frases ou em T-shits
O que Henry Hey fez foi capturar as precipitadas inflexões rítmicas e harmónicas do discurso de Palin e compor com elas uma peça de piano ao correr das suas alocuções. Não saiu uma obra-prima, nem isso se esperava, mas não deixa de ser brilhante. Ou intrigante. Não é um trabalho recente, embora seja de todo inédito em Portugal.