Pensamento da semana
A democracia não é a preservação do consenso, mas a gestão de conflitos.
Este pensamento acompanha o DELITO DE OPINIÃO durante toda a semana
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A democracia não é a preservação do consenso, mas a gestão de conflitos.
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Mais vale haver saudosistas da ditadura em democracia do que haver saudosistas da democracia em ditadura.
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Quando Marta se queixou da sua irmã Maria por não cumprir tão bem como ela as tarefas domésticas, Jesus alertou-a: «Andas inquieta e perturbada com muitas coisas, mas só uma é necessária. Maria escolheu um caminho superior.» (Lucas, X, 39-42). No Sermão da Montanha - um dos mais belos trechos da Bíblia - Cristo enaltece os lírios do campo que sem fiar nem coser excedem toda a glória de Salomão (Lucas, VI, 25-29). Lição a reter nesta Semana Santa: trabalhar em excesso, sem ser por imperiosa necessidade, tem reduzido valor moral. O homo faber, centrado na actividade profissional, deve coexistir com o homo ludens.
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A chamada esquerda esqueceu as suas pretensões de sempre, centradas na igualdade, para defender múltiplas identidades tribais, cada vez mais diversas e microscópicas. Com isso distanciou-se dos cidadãos concretos, mergulhando numa crise de tal envergadura que pode tornar-se irrecuperável.
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O regresso de Donald Trump à Casa Branca, a 20 de Janeiro, tem demonstrado que o grande adversário geoestratégico da Federação Russa é a União Europeia - acrescida do Reino Unido, como se o Brexit tivesse ficado para trás. Outra "conquista" de Putin, tal como a adesão da Suécia e da Finlândia à NATO, a protecção nuclear francesa aos parceiros europeus e o rearmamento alemão.
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Podemos tentar "compreender" a vertente social, cultural e psicológica de um acto criminoso. E, se formos advogados de quem o cometeu, até talvez devamos invocar tudo isso como possível atenuante em tribunal. Nada apaga, no entanto, a componente do livre-arbítrio. É o grande trunfo - e também o grande fardo - da condição humana.
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Num mundo ameaçado por perigos crescentes, as pessoas procuram mais segurança, não mais liberdade. Refugiam-se em casa como entre muralhas, reduzem ao mínimo a vida social. Aderem em grau crescente ao teletrabalho, ao comércio digital, às vídeo-reuniões, à telemedicina. Em regime de reclusão voluntária. A rebeldia pertence a um mundo cada vez mais distante.
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Não há verdadeira paz sem justiça.
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A Ucrânia faz parte da Europa. Ao invadir a Ucrânia, Putin rasgou uma regra básica do direito internacional e da geopolítica definida em 1945, na Conferência de Ialta, e ratificada em todos os tratados e todas as convenções subsequentes. Nós, europeus, devemos encarar esta guerra de agressão como ameaça existencial ao nosso continente, que não queremos ver amputado nem submetido à rudimentar lei da força.
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A democracia é, por natureza, o regime do homem comum. Quem sonha com lideranças carismáticas e providenciais para resgatar a pátria arrisca-se a manter um conflito insanável com a democracia.
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A Rússia de Vladimir Putin, assombrada pela natalidade regressiva, só consegue hoje afirmar-se pelo seu arsenal nuclear. Sem ser modelo para ninguém. É uma ditadura filofascista com ambições de cariz imperialista que não olha a meios para atingir os fins, reprimindo as aspirações de liberdade e prosperidade do seu povo. Sinal de fraqueza, não de força.
Putin poderia repetir a pergunta de Estaline: «Quantas divisões tem o Papa?» Olha, mas não vê. O essencial é invisível aos olhos dos tiranos.
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As propostas de apaziguamento dos países livres às autocracias que violam grosseiramente a Carta das Nações Unidas jamais conduzem à paz: só estimulam novos conflitos e novas guerras.
Um regime incapaz de respeitar os direitos e liberdades do seu próprio povo faz da agressão externa uma senha de identidade política. Imaginar que acatará normas de civilidade no plano internacional é ignorar todas as lições da História.
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Em nome do bem absoluto, não falta quem professe hoje a doutrina da equidistância moral entre carrasco e vítima. Contemporizando assim com o mal absoluto: o indivíduo que degola é equivalente em humanidade ao degolado. No limite, relativiza-se até o horror na sua dimensão máxima - atingida, por exemplo, no campo de extermínio de Auschwitz, libertado há 80 anos.
Diga-se que nada disto é original. Longe disso. Não tem faltado, desde os confins dos tempos, quem estabeleça paralelo moral entre Abel e Caim.
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Acabou de vez a velha dicotomia entre a esquerda e a direita do sistema num quadro democrático. A partir de agora entramos no choque frontal entre o sistema e o anti-sistema. Até nos mais altos patamares políticos.
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A globalização arrancou mais de 500 milhões de pessoas da miséria em apenas 30 anos - não há memória de algo semelhante na história humana. Mas entrámos noutro ciclo, o da contra-globalização. Vai acentuar-se, à medida que o populismo for contaminando as ideologias clássicas. Daqui a uma década já será bem evidente que a página foi virada. É temerário antecipar que seja para melhor.
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Em vez de servir para libertar o ser humano, a tecnologia vai servindo muitas vezes - demasiadas vezes - para diminuir e reprimir a liberdade. Este é um dos mais sérios problemas dos nossos dias.
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Não devemos viver, a cada 24 horas, como se decorresse apenas mais um dia no calendário. Cada dia deve ser celebrado, à sua maneira. Só assim a vida faz sentido.
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Gosto da palavra Natal. E de a escrever também. Assim. Sempre com maiúscula.
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As democracias liberais têm má imprensa no Ocidente, onde as autocracias voltam a merecer acenos de simpatia cem anos após terem incendiado grande parte do solo europeu. A verdade, porém, é que estamos preparados para enfrentar a pulsão imperialista e neocolonial de Vladimir Putin. A Europa (obviamente dissociada da tirania de Moscovo, inimiga declarada do "decadentismo liberal") é mais forte do que a Federação Russa. Mesmo que acabe por perder o escudo protector dos EUA.
Não precisamos do Irão nem da Coreia comunista nem de mercenários do islamismo radical iemenita para nos fornecerem armamento e combaterem por nós. Ao procurar esses aliados entre a escória do planeta enquanto ameaçava destruir o Ocidente com bombas nucleares (cenário paranóico que nem Estaline ousou traçar), Putin escolheu um campo de onde já não sairá ileso. E deu enorme prova de fraqueza, não de força.
Tendo sido incapaz de conquistar Kiev, assassinar Zelenski, instalar um fantoche à frente do Governo ucraniano e até de preservar o seu vassalo Assad na Síria, é capaz de quê? De "conquistar" cerca de 45 mil km2 de ruínas, o equivalente a menos de metade da superfície de Portugal. Entre avanços e recuos, apenas exibe isto como débil troféu de caça na Ucrânia desde Fevereiro de 2022.
É inútil os seus apaniguados cá na terra alimentarem ilusões: mais depressa cairá o ditador russo do que alguma pedra essencial mudará na Europa Ocidental - a tal "decadente" parcela do globo que muitos abominam, quase todos invejam mas onde ninguém recusaria viver. Por ser o pior continente, à excepção de todos os outros.
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Busto de Hafez Assad, pai de Bachar e ditador de 1971 a 2000: era o "carniceiro de Damasco"
Bachar Assad, verdugo que oprimia a Síria desde 2000, acoitou-se na capital russa deixando um rasto trágico: 13 anos de guerra civil provocaram mais de meio milhão de mortos e quase 14 milhões de desalojados. Putin, seu amo e protector, cumpriu os mínimos ao conceder refúgio ao fiel vassalo em fuga, apavorado perante a revolta popular. Palavras, leva-as o vento: em 2017, o caudilho do Kremlin ameaçou os que se insurgiam contra a tirania da família Assad de serem «destruídos por armas nunca vistas». Bravata verbal que os factos tornam hoje caricata. A queda deste pau-mandado de Moscovo constitui a primeira derrota estratégica do novo eixo Rússia-Irão-Coreia do Norte. Outras peças de dominó cairão num futuro próximo.
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