Outra derrota de Pedro Sánchez
Derrota copiosa dos socialistas espanhóis. Mais uma, neste domingo. Agora foi na Galiza. Como já tinha sido em Madrid, na Andaluzia, em Castela e Leão, na Extremadura, em Valência, em Múrcia, na Cantábria, em Aragão, na Rioja e nas Baleares. A nível territorial, o PSOE só conserva hoje a presidência por maioria absoluta de um dos 17 territórios autonómicos do país vizinho: Castela-A Mancha, aliás governada pelo maior opositor interno de Pedro Sánchez, Emiliano García-Page.
Um descalabro.
Já tinham sido derrotados nas legislativas de Julho de 2023, embora acabassem por formar governo traindo tudo quanto haviam prometido ao celebrarem um acordo pós-eleitoral com cinco forças nacionalistas, três das quais assumidamente separatistas. Sánchez, tentando manter-se no poder a qualquer preço, cedeu em toda a linha aos independentistas catalães e aos herdeiros políticos da ETA no País Basco.
O caderno reivindicativo destes parceiros de coligação, que não escondem a intenção de destruir o Estado espanhol, vai acumulando cada vez mais exigências: a frágil maioria do PSOE irá quebrar-se a curto prazo. Algo inevitável, quando uma deputada independentista proclama no plenário das Cortes, em Madrid: "Não podemos estar submetidos ao poder judicial." Alude à magistratura nacional espanhola, em linguagem de "povo colonizado" contra a potência colonizadora. Parece que vão a bordo de uma nave de loucos.
Neste quadro, as regionais na Galiza funcionaram também como sondagem à gestão política de Sánchez, indivíduo totalmente desprovido de escrúpulos. Basta lembrar que formou o governo anterior com a esquerda mais extrema após ter afirmado, durante a campanha, ser «incapaz de dormir à noite, tal como 95% dos espanhóis», se o Podemos chegasse a ter pastas ministeriais. Contados os votos, mandou a jura às malvas e abraçou-se a eles.
Agora vê o seu partido sofrer a maior derrota de sempre no noroeste peninsular. Com apenas 14%, o PSOE perde cinco deputados: restam-lhe nove. Atrás do Partido Popular (47,4%, 40 deputados) e do Bloco Nacional Galego (31,6%, 21 deputados). Houve ainda um deputado regionalista, eleito por Ourense.
O PP atraiu 60 mil novos eleitores, em comparação com as anteriores autonómicas, em 2020, enquanto os socialistas viram fugir mais de 50 mil votos. Os extremistas mantiveram-se fora do parlamento regional: nem a ultra-direita do Vox (2,2%) nem os comunistas do Sumar (0,89%) nem o Podemos (0,26%) conseguiram representação. Todos naufragaram nas urnas, excelente notícia.
O cerco ao PSOE, cada vez mais evidente, está a suceder por via das sucessivas eleições regionais. Em 2021, em Madrid, o PP teve mais mandatos do que toda a esquerda: então, também aí, os socialistas registaram o seu pior resultado de sempre. Em 2022 sofreram uma inédita derrocada eleitoral no seu feudo andaluz.
Sánchez, a partir de agora, vai dormir cada vez pior. Não por causa do Podemos, que quase desapareceu do mapa político devido a uma série de convulsões internas, mas das ligações perigosas ao supremacismo catalão - incluindo o partido que mantém comprovados vínculos com Moscovo.
Tem tudo para acabar mal. E não duvidem: vai acabar mesmo.