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Delito de Opinião

Um intenso cheiro a esturro

Sérgio de Almeida Correia, 13.03.15

Ainda não está o ar limpo do mal esclarecido caso das contribuições para a Segurança Social do primeiro-ministro e eis que volta à baila a questão, já anteriormente falada, da existência de uma lista "VIP" nas Finanças. A Dr.ª Manuela Ferreira Leite não quer acreditar. Eu também não, mas hoje em dia até da minha sombra desconfio. O Expresso e a Visão ainda são dos poucos que no pobre panorama jornalístico nacional merecem credibilidade, e o facto de haver quem dê a cara e o nome - coisa rara em Portugal - por aquilo que o secretário de Estado Paulo Núncio negou, a confirmar-se, seria um caso de tal forma grave que tudo o que já aconteceu ficaria obnubilado.

Uma situação destas impõe à Procuradoria-Geral da República o dever de actuar de forma célere e conclusiva. Não estamos no campo das "lutas político-partidárias". Este é um assunto que interessa a todos os portugueses. E das duas uma: ou o secretário de Estado e os responsáveis pela situação são chamados à pedra com todas as consequências políticas e criminais ou alguém deverá responder em juízo pelas gravíssimas suspeitas que levantou. O assunto é demasiado sério para ficar pela rama e, no que me diz respeito, estou farto de meias-verdades e da protecção de algumas camarilhas rascas que apostam em lançar a confusão de cada vez que surgem casos destes com a sua gente. Qualquer que seja o partido em causa. É bom que fique claro porque essa cambada já mostrou ser toda igual na hora dos apertos e preferir a fuga em frente, a desvalorização da gravidade dos casos, o ataque soez aos adversários políticos, ao rápido esclarecimento da verdade. À limpeza do ar.