O que será, que será?
Que andam insinuando pelas campanhas
Que andam congeminando lá nas entranhas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças anda nas bocas
Que andam disparando tiros nos pés
Que estão falando baixo pelos cafés
E dizem os mercados que com certeza
É feito à portuguesa, será que será
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem saída...
O que será, que será?
Que escondem as carteiras dos governantes
Que gritam os poetas mais delirantes
Que juram os honestos empertigados
Que falta na casa dos desempregados
Que está no dia-a-dia dos milionários
Que está na fantasia dos funcionários
Nos bolsos dos banqueiros e dos bandidos
Em todos os sentidos… será que será
O que não tem decência nem nunca terá
O que não tem castigo nem nunca terá
O que nos tem perdido...
O que será, que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Por que todos os pisos irão desabar
E nenhum candidato vai saber explicar
E nenhum presidente vai solucionar
E todos os políticos vão desembestar
E todos os ministros irão se afundar
E mesmo o xico-esperto que queria mandar
Olhando aquele inferno vai querer se pirar
Porque não tem vergonha nem nunca terá
Porque não tem espinha nem nunca terá
Porque que não tem... voilà.
(Cê me desculpa o abuso, Chico... brincadeirinha, tá?)