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Delito de Opinião

O atestado e a pouca-vergonha

João Carvalho, 19.02.11

Depois de ler isto que a nossa Ana Vidal trouxe ao DO, não resisto: o suposto doente foi observado e a doença confirmada, o atestado médico foi passado na hora com toda a consciência e profissionalismo? O suposto doente saiu e foi tomar a medicação ou foi tomar um avião? E foi viajar ou foi pescar robalos?

Exijo saber os detalhes, porque ando há longos anos a ouvir falar da pouca-vergonha que são certos atestados médicos. Quanto à pouca-vergonha do protagonista, essa trata-se de outra maneira e com outra receita, que não na farmácia.

O atestado ou a vida?

Ana Vidal, 19.02.11

 

Esta cena obscena (a cacofonia soa bem aqui, condiz com o tema) não se passou num país africano, na América latina ou numa das ditaduras árabes agora em queda livre. Não, passou-se nesta muito democrática república portuguesa, à beira mar plantada e entregue aos bichos. Pois é, pasme-se. E sabem que mais? Não é Vara, o pequeno déspota de pacotilha, quem eu censuro. Dessa figura sinistra já não espero nada e nada me espanta. Censuro a médica, que dobra a espinha de imediato ao hitlerzinho que confunde um centro de saúde com o seu bunker privado. Eu  punha-o na rua, aos berros, não por ter esperança nalguma réstia de vergonha que exista ainda no homem, mas para que todos soubessem que nem todos somos boys & girls. E que  ainda não vivemos no Irão.

Here we go again

Ana Vidal, 26.01.11

 

Todos inocentes, tudo mentira. Bibi dixit, do alto da sua inquestionável honorabilidade.

 

Fico muito mais descansada. Afinal não há pedófilos em Portugal, como também não há corruptos nem vigaristas. Poupa-se nos tribunais e nas prisões, uma beleza. Gasta-se só um bocadinho mais nos media, com tanto diz-que-disse-mas-afinal-não-disse, mas isso até tem graça. E o povo gosta de festa.

Adivinha de Domingo

Ana Vidal, 09.01.11

 

O que será, que será?
Que andam insinuando pelas campanhas
Que andam congeminando lá nas entranhas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças anda nas bocas
Que andam disparando tiros nos pés
Que estão falando baixo pelos cafés
E dizem os mercados que com certeza
É feito à portuguesa, será que será
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem saída...

 

O que será, que será?
Que escondem as carteiras dos governantes
Que gritam os poetas mais delirantes
Que juram os honestos empertigados
Que falta na casa dos desempregados
Que está no dia-a-dia dos milionários
Que está na fantasia dos funcionários
Nos bolsos dos banqueiros e dos bandidos
Em todos os sentidos… será que será
O que não tem decência nem nunca terá
O que não tem castigo nem nunca terá
O que nos tem perdido...

 

O que será, que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Por que todos os pisos irão desabar
E nenhum candidato vai saber explicar
E nenhum presidente vai solucionar
E todos os políticos vão desembestar
E todos os ministros irão se afundar
E mesmo o xico-esperto que queria mandar
Olhando aquele inferno vai querer se pirar
Porque não tem vergonha nem nunca terá
Porque não tem espinha nem nunca terá
Porque que não tem... voilà.

 

 

(Cê me desculpa o abuso, Chico... brincadeirinha, tá?)