Vamos cá ver: ninguém obrigou o PSD e o PP a coligarem-se. Agora, se o fizeram, devem assumir as consequências. E essas são basicamente, para não perdermos muito tempo, que Passos Coelho é o líder da proposta política que a PaF, ou lá como se chama, tem para apresentar e que o PP tem uma posição de absoluta subalternidade. Vai daí, o normal é que a PaF, ou lá o que é, seja representada nos debates por Passos Coelho. E ponto final. A recusa de participação em debates em que o PP não esteja representado é, por isso, uma péssima decisão. Como já ninguém acredita que políticos que não conseguem explicar a embrulhada da Tecnoforma e que apresentam Miguel Relvas e Marco António Costa como parceiros de viagem se movam por princípios ou ideais, os eleitores concluirão, naturalmente, que Passos Coelho se move pelo mais puro tacticismo. Que teme, vá la saber-se porquê, que o debate lhe seja desfavorável. É, portanto, e repito, uma péssima decisão. Se debatesse, ganharia ou não. Não debatendo, já perdeu. Discutir, esclarecer, sujeitar-se ao escrutínio e ao contraditório são a essência da democracia. Quem invoca argumentos de secretaria para furtar-se a um debate não pode ter a aprovação daqueles que valorizam a democracia. Aliás, só existiriam vantagens em que Passos Coelho participasse sozinho. Tendo em conta acontecimentos que não estão assim tão distantes, bem poderia suceder que Passos Coelho e Paulo Portas se desentendessem em pleno debate.