Percebeu tarde, mas ainda a tempo
Confirma-se o que aqui escrevi a 6 de Outubro: ele estava mesmo cercado. Ao ponto de ter engolido a vontade inicial de rebentar com a legislatura iniciada há seis meses, virar o tabuleiro e precipitar o País em novas legislativas antecipadas - as terceiras em três anos. Acompanhado por escassa parcela do núcleo dirigente, a que sonha com uma "frente de esquerda": Alexandra Leitão, Isabel Moreira, Marina Gonçalves, Maria Begonha, João Torres, João Paulo Rebelo e Tiago Barbosa Ribeiro.
Prevaleceu o bom senso na noite de ontem. O homem que «odeia que se diga que é impulsivo mas é mesmo impulsivo» rendeu-se à evidência: vai viabilizar o Orçamento do Estado para 2025 apresentado pelo executivo da Aliança Democrática.
Para o efeito, teve de tomar nota do que diziam muitos socialistas com opinião oposta à dele nesta matéria. Incluindo deputados e muitos autarcas. Paciência: vida de líder político é mesmo assim.
Recordo - por ordem alfabética - os nomes que enumerei no meu postal de ontem, publicado várias horas antes do anúncio feito ao País pelo secretário-geral do PS: Adalberto Campos Fernandes, Álvaro Beleza, António Correia de Campos, António Costa, António Costa Silva, Augusto Santos Silva, Eduardo Marçal Grilo, Fernando Medina, Francisco Assis, João Leão, José António Vieira da Silva, José Luís Carneiro, Luísa Salgueiro, Pedro Adão e Silva, Pedro Ribeiro, Pedro Siza Vieira, Ricardo Leão e Sérgio Sousa Pinto.
Fez Pedro Nuno Santos bem em recuar. Talvez assim evite tornar-se num novo Vítor Constâncio. O primeiro durou pouco no poder interno do PS e saiu sem deixar saudades.