O iluminismo agora
O populismo faz parte da actualidade e parece que está para durar. Este movimento político baseia-se num pessimismo sobre o sentido em que o mundo caminha, num cinismo para com a modernidade e na incapacidade de conceber um propósito superior. A razão, a ciência, o humanismo e o progresso, os ideais do iluminismo parecem estar fora de moda. Outras facetas da natureza humana como a lealdade para com a tribo, a deferência para com a autoridade, o pensamento mágico e a culpabilização de malfeitores pelo infortúnio, parecem hoje ser muito mais apelativas. Parece que os países estão a ser arrastados por forças malignas para um paraíso distópico em que a única salvação passará pela resistência inspirada por um líder forte que impulsione o país para trás, para o levar de regresso a um chão conhecido. A modernidade parece ter falhado e a vida encontra-se numa crise profunda. Sem o progresso que temos vivido, os problemas seriam bem mais simples de resolver. O Ocidente está tímido em relação aos seus valores e não tem confiança no liberalismo que o trouxe até aqui.
Mas se observarmos os dados do que somos, e do que fomos, talvez possamos avaliar todo este fenómeno de outra forma.
Este é um pequeno resumo do início do livro “O iluminismo agora” de Steven Pinker que recebi ontem de prenda de Natal.
Os dados comparativos entre a actualidade e o passado não muito recuado são imensos e arrasadores para quem insista em ser pessimista.
Imagino que da leitura deste livro possam surgir alguns textos que aqui tentarei publicar.
A título de exemplo deixo uma representação da evolução da percentagem da população mundial que viva no que descrevemos como sendo pobreza extrema.