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Delito de Opinião

25 Maravilhas – V – continuação

Paulo Sousa, 05.11.23

Já tive a sorte de visitar Biblioteca Pública de Nova Iorque. É um edifício imponente, que juntamente com o Bryant Park, preenche todo um quarteirão. A fachada neoclássica da biblioteca está virada para a 5ª Avenida, o que só pela centralidade sublinha a importância que o acesso público à cultura e ao conhecimento tem para os norte-americanos.

Reparei a primeira vez nela através do filme "O dia depois de amanhã" passado num futuro distópico em que o mundo fica mergulhado num inverno gelado e quem se consegue refugiar no seu interior, e para se aquecer, acaba por ter de recorrer à queima livros. Muito  razoavelmente, começam pela secção de fiscalidade.

 

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No filme acima referido este átrio central, invadido de neve por uma das janelas partidas, tem bastante destaque.

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Conforme está designado à entrada pelos seus criadores o acesso desta biblioteca é gratuito, mas para além de se tratar de um espaço público é também um local que foi construído para encantar pela arquitectura e decoração. Só por isso já merece a realmente a visita.

A foto do postal inicial é da principal sala de leitura. É mesmo uma maravilha.

Fiel a si própria

Cristina Torrão, 15.08.19

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Fonte: Stina Stjernkvist/imago images

 

Com esta greve dos motoristas de matérias perigosas, os portugueses acabaram por descurar algo que, não fosse a dita greve, provocaria discussões acaloradas nas redes sociais: Greta Thunberg iniciou ontem a sua viagem a Nova Iorque, a fim de participar numa cimeira das Nações Unidas.

Afinal a mocinha sempre vai poluir os céus. Que alívio, pensarão os críticos, podemos atacá-la como a qualquer outro ambientalista de pacotilha.

Não, não podem! Greta não vai de avião. Esteve meses à procura de uma alternativa e a escolha acabou por cair na embarcação Malizia II, equipada com painéis solares e turbinas submersas que geram electricidade sem emitir dióxido de carbono. A viagem durará cerca de duas semanas. O barco é dirigido por um velejador alemão.

Greta Thunberg continua fiel a si própria. E, não obstante todos os seus admiradores e apoiantes, há muita gente a odiá-la. Gente que critica os tais “ambientalistas” que passam a vida a cruzar os céus, de cimeira em cimeira. Em relação a Greta, a crítica não chega, passa-se ao ódio. Apenas por ela se manter fiel às suas convicções. É perverso, mas é a realidade.

Ulrich Wagner, psicólogo social e Professor de psicologia na Universidade de Marburg, dá a sua explicação para este tipo de comportamento:

Muitos consideram que o aquecimento global não é um problema. Outros consideram que é, mas que não podemos fazer nada contra ele, ou seja, mudar o nosso estilo de vida não faz sentido. Por isso, não aguentamos bem que haja alguém que ponha os nossos comportamentos básicos em questão.

A intervenção de Greta Thunberg, a sua postura, obriga as pessoas a pensarem em si próprias, a fazer uma análise crítica de si. Gera-se um conflito interior, coisa que não apreciamos.

Quando nos vemos em conflito com o mundo, tendemos a procurar explicações simples para isso. Pomos então a responsabilidade em pessoas concretas. Rejeitar pessoas é sempre muito fácil. É o que se chama “piscologiar”: os que destoam e assumem posições polémicas são apelidados, em casos extremos, de doentes mentais.

Outra técnica é a desacreditação: tenta-se desacreditar Greta Thunberg, acusando-a, por exemplo, de servir de propaganda a terceiros, em vez de defender convicções próprias. É um comportamento habitual. Pessoas que trazem inovações não são apreciadas.

Pois é, gostamos mais de fracos, de vira-casacas, de hipócritas. Esses, sim, mostram-nos que afinal ainda há quem possamos censurar, quem nos eleve a modelos de virtudes.

 

Nota: o segundo link é alemão; a tradução é livre, de minha autoria.

 

P.S. O pai da Greta acompanha-a. Grande Pai!

Descobertas Superlativas

Francisca Prieto, 02.02.14

Descobri recentemente o projecto Humans of New York e, como sou particularmente chegada quer a Humans, quer a Nova Iorque, ando deliciada com as histórias que todos os dias são publicadas.

O mentor do projecto chama-se Brandon e fotografa nova-iorquinos desde 2010. O Humans of New York partiu da ideia de construir um census fotográfico da cidade de Nova Iorque. Brandon pretendia  criar um catálogo exaustivo dos habitantes da cidade e, para isso, propôs-se fotografar 10.000 pessoas. No entanto, algures a meio do percurso, o projecto tomou outros contornos quando Brandon decidiu recolher pequenos depoimentos das pessoas que ia conhecendo e anexá-los às fotografias.

O resultado é um blogue por onde apetece vaguear em dias adomingados.

Perguntas de Algibeira, #2

Ana Cláudia Vicente, 31.10.12

 

 [Foto: Túnel de Carey, Nova Iorque (Andrew Burton, Getty Images)]

 

Está vista a força da Técnica contra a técnica da Força*, neste caso, claro, a da Natureza: a Técnica quebra ou verga, a Natureza não. E manda, mesmo naquele que ainda é um centro do mundo. A Gawker, como tantos outros grupos, ficou apeada um dia inteiro, e regressou há pouco em modo de gerador-ligado-na-garagem, para dar conta das novidades do costume, mas também informar os que lá estão sobre como e quanto tempo vão ficar sem as coisas de primeiro mundo. Passam amanhã 257 anos sobre o dia em que nos calhou coisa assim. Daí que me esteja a roer a seguinte questão: assim de repente, quantos de vocês têm um plano mais ou menos desenhado no caso de se dar uma situação destas? Vá, dedos no ar: quem tem em casa um rádio a pilhas, uma lanterna a funcionar e pelo menos um garrafão de água potavel?  

 

* copyright Gabriel Alves.