Cem escritores que deviam ter recebido o Prémio Nobel (100)
«Não há normas. Todos os homens são excepção a uma regra que não existe.»
Fernando Pessoa (1888-1935)
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
«Não há normas. Todos os homens são excepção a uma regra que não existe.»
Fernando Pessoa (1888-1935)
«Um escritor só começa a viver depois de ter começado a escrever.»
Joseph Conrad (1857-1924)
«A nossa pátria são os nossos mortos.»
Joseph Roth (1894-1939)
«Tudo conduz a nada.»
Thomas Bernhard (1931-1989)
«Os italianos amam os seus santos e os seus heróis de um modo muito particular. Aos seus olhos, um santo e um herói são a mesma coisa. Como se não houvesse nenhuma diferença entre Garibaldi e São Francisco de Assis.»
Curzio Malaparte (1898-1957)
«Entre todos os fenómenos da consciência, o mecanismo da memória é o mais temível e o mais misterioso.»
Sándor Márai (1900-1989)
«O escritor é o olho, o ouvido e a voz da sua classe.»
Máximo Gorki (1868-1936)
«Eu sou eu e a minha circunstância, e se não a salvo a ela não me salvo a mim.»
José Ortega y Gasset (1883-1955)
«A incompreensão do presente nasce da ignorância do passado.»
Marc Bloch (1886-1944)
«Precisamos de inimigos, não de amigos.»
Virginia Woolf (1882-1941)
«Os homens amam a luz acima de tudo. O fogo foi inventado por eles.»
Guillaume Apollinaire (1880-1918)
«É importante estar preparado, é ainda mais importante saber esperar, mas aproveitar o momento adequado é a chave da vida.»
Arthur Schnitzler (1862-1931)
«Em última análise, cada sombra é também filha da luz. E só quem tenha vivido a claridade e a escuridão, a guerra e a paz, a ascensão e a queda, só esse terá verdadeiramente vivido.»
Stefan Zweig (1881-1942)
«Nunca peças nada a ninguém. Sobretudo a quem for mais poderoso do que tu.»
Mikhail Bulgakov (1891-1940)
«Ilumino-me / do imenso.»
Giuseppe Ungaretti (1888-1970)
«O escritor nunca deve ter vergonha de observar. Nada existe que não exija a nossa atenção.»
Flannery O'Connor (1925-1964)
«Reconhecer a validade relativa das próprias convicções, mas ainda assim defendê-las resolutamente, é o que distingue o homem civilizado do bárbaro.»
Isaiah Berlin (1909-1997)
Aquilino Ribeiro (1960), Ferreira de Castro (1952, 1969, 1970) e Miguel Torga (1959, 1961, 1962, 1965, 1966)
Em 115 anos de distribuição do Prémio Nobel da Literatura, Portugal teve até hoje apenas um laureado: José Saramago, distinguido em 1998 - talvez não por coincidência apenas três anos após a publicação da sua obra-prima Ensaio Sobre a Cegueira, que daria um inspirado filme produzido em Hollywood.
Mas valha a verdade: não foi por falta de tentativas que só tivemos até agora um vencedor. A recente abertura aos investigadores dos arquivos do Comité Nobel permitiu saber em pormenor quem foram os escritores considerados em cada ano, desde 1901 até há meio século (de 1972 para cá, as opções do júri continuam abrangidas por cláusulas de confidencialidade).
Na parte que nos toca, é possível concluir isto: nunca faltaram candidatos das letras lusas. Logo desde o primeiro ano, quando foi proposto para o Nobel o dramaturgo D. João da Câmara.
O problema é que quase nunca as sugestões formalmente apresentadas em Estocolmo eram dignas de crédito - por deixarem de fora os melhores escritores da sua época (Torga e Aquilino figuraram entre as raras excepções) e valorizarem nomes de terceiro ou quarto plano, hoje totalmente esquecidos.
Como se pode comprovar pela lista que se segue:
1901: D. João da Câmara (proposto por Joaquim Coelho de Carvalho)
1907: João Bonança (proposto por Teófilo Braga)
1933: António Correia de Oliveira (proposto por 20 membros da Academia das Ciências de Lisboa)
1934: António Correia de Oliveira (proposto por Knut Hammarskjöld, Alberto de Oliveira, Agostinho de Campos, Alfredo da Cunha e Luís da Cunha Gonçalves)
1935: Maria Madalena Martel Patrício (proposta por Bento Carqueja) e António Correia de Oliveira (proposta por Alfredo da Cunha e Luís da Cunha Gonçalves)
1936: António Correia de Oliveira (proposto por Luís da Cunha Gonçalves)
1937: Maria Madalena Martel Patrício (proposta por António Baião) e António Correia de Oliveira (proposto por Luís da Cunha Gonçalves)
1938: Maria Madalena Martel Patrício (proposta por António Baião) e António Correia de Oliveira (proposto por Antero de Figueiredo)
1939: Maria Madalena Martel Patrício (proposta por António Baião) e António Correia de Oliveira (proposto por Pel Hallström)
1940: Maria Madalena Martel Patrício (proposta por António Baião) e António Correia de Oliveira (proposto por António Mendes Correia)
1941: Maria Madalena Martel Patrício (proposta por António Baião)
1942: António Correia de Oliveira (proposto por Knut Hammarskjöld e António Mendes Correia), Maria Madalena Martel Patrício (proposta por António Baião) e Teixeira de Pascoaes (proposto por João Mascarenhas Júdice)
1943: Maria Madalena Martel Patrício (proposta por António Baião) e Teixeira de Pascoaes (proposto por João Mascarenhas Júdice)
1944: Maria Madalena Martel Patrício (proposta por António Baião) e Teixeira de Pascoaes (proposto por João Mascarenhas Júdice)
1945: Maria Madalena Martel Patrício (proposta por António Baião)
1946: Maria Madalena Martel Patrício (proposta por António Baião)
1947: Maria Madalena Martel Patrício (proposta por António Baião) e Teixeira de Pascoaes (proposto por João Mascarenhas Júdice)
1948: Teixeira de Pascoaes (proposto por João Mascarenhas Júdice)
1950: Júlio Dantas (proposto pela Academia das Ciências de Lisboa)
1951: Júlio Dantas (proposto pela Academia Brasileira de Letras e por Knut Hammarskjöld) e Ferreira de Castro (proposto por Holger Sten)
1952: Ferreira de Castro (proposto por João de Barros)
1959: Miguel Torga (proposto por Jean-Baptiste Aquarone)
1960: Aquilino Ribeiro (proposto pela Sociedade Portuguesa de Escritores) e Miguel Torga (proposto por Émile Planchard)
1961: Miguel Torga (proposto por Hernâni Cidade)
1962: Miguel Torga (proposto por Hernâni Cidade)
1965: Miguel Torga (proposto por Göran Hammarström)
1966: Miguel Torga (proposto por Jean-Baptiste Aquarone)
1969: Ferreira de Castro (proposto por António Olinto Rocha e Vitorino Nemésio)
1970: Ferreira de Castro (proposto por António Olinto Rocha)
«Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.»
Clarice Lispector (1920-1977)
«Como te extingues em mim: // ainda no último / e gasto / nó de ar / estás lá com uma / faísca / de vida.»
Paul Celan (1920-1970)