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Delito de Opinião

Neve

Cristina Torrão, 10.01.24

Apesar de ser no Norte do país, a zona onde vivo não é a mais fria da Alemanha, pois beneficia da influência do Mar do Norte. Já se sabe que as chamadas zonas continentais são mais de extremos. É raro, por aqui, haver as grandes camadas de neve que se conhecem dos Alpes, ou de outras zonas montanhosas da Europa Central, por ironia, bastante a sul de Hamburgo. Vivo numa região plana, semelhante aos Países Baixos. Também no Norte da Alemanha se têm de construir diques, mas mais por causa do rio Elba. Sendo já muito largo, a partir de Hamburgo, ele estender-se-ia sem controlo pelas planuras do seu caminho até à foz, a cerca de 90 km desta cidade portuária.

Isto não quer dizer, claro, que não seja frio. As temperaturas negativas são normais, nesta altura do ano, mas raramente descem abaixo dos -5ºC, ao contrário do que acontece nas montanhas a sul. Costuma, porém, haver pouca neve. Muitas vezes, estamos abaixo de zero, sem neve, nem geada, uma situação interessante, em que o solo congela. Quem tem jardim, pode verificar isso perfeitamente.

Por acaso, neste Outono/Inverno, tem havido bastante neve. Sei que também está frio em Portugal, mas, como na maioria do nosso país não há neve, nem congelam os lagos dos parques, resolvi partilhar algumas imagens que tenho captado, em Stade, nos últimos tempos, e que reuni neste vídeo. Viel Spaß!

O primeiro nevão do ano

João Pedro Pimenta, 03.03.23

Como parece que o Inverno ainda não acabou, ao contrário do que os optimistas pensavam em meados de Fevereiro, mesmo que estejamos no mês do seu fim, deixo aqui algumas recordações dos momentos mais frios, a 18 de Janeiro. As imagens foram tiradas na serra do Alvão, provando que não é só na serra da Estela que há neve.

 
 
Ao longe o monte Farinha, encimado pela Senhora da Graça, paragem obrigatória da Volta a Portugal, como uma ilha no meio de um oceano branco.
 
 
 
 


Hoje é dia de

Maria Dulce Fernandes, 16.01.23

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Este é O Dia Mundial dos Beatles

«A UNESCO negou, em mensagem na sua conta no Twitter, em 2013, que tenha promovido a consagração de um dia mundial dedicado aos Beatles. “Mas nada impede ninguém de celebrar a música", concluía a postagem.

O dia 16 de Janeiro era, desde o ano anterior, dedicado à obra musical de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr. Apesar do anúncio da UNESCO, os fãs continuam a comemorar, ano após ano.

A razão para esta escolha é, aparentemente, o facto de 16 de Janeiro ser a data da abertura do Cavern Club (em 1957, em Liverpool), que se tornou famoso por se tornar palco das actuações iniciais dos Beatles antes de atingirem fama mundial.»

 

Qual é a sua banda preferida? É uma pergunta difícil de responder, porque são Os Beatles, os primeiros que vêm à ideia, porque estiveram e estão presentes até hoje. Creio que é a única banda que tem músicas que eu sei de cor, duas ou três, em todos os seus álbuns... dos Queen também, mas essa é outra história. Qual é a sua música favorita dos Beatles? Pois, não sei... todas? Hey Jude? Olha, Let it Be! Vá, Come Together e vamos pensar nisso.

 

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Hoje é O Dia Mundial da Neve

«Esta data é anualmente assinalada em todas as estâncias de esqui e em muitos outros locais onde cai neve.

A Federação Internacional de Esqui e em Portugal a Federação de Desportos de Inverno de Portugal, nesta data, pretendem sensibilizar a população para o potencial dos desportos associados à neve. 

Existem dois tipos de neve, a húmida e a seca. Designa-se húmida quando é precipitada em flocos de grandes dimensões, em áreas onde a temperatura ronda os 0 ºC. Já a neve seca caracteriza-se por ter flocos de pequenas dimensões e regista-se em áreas onde a temperatura é muito inferior a 0 ºC.

Noutras áreas da Península Ibérica, onde a neve é mais abundante, os “desportos de Inverno” são muito importantes para as actividades turísticas. A Serra Nevada e a Cordilheira dos Pirenéus são locais de excelência onde é possível praticar desportos associados à neve durante praticamente todo o ano. Em Portugal apenas há uma estância de esqui, localizada na Serra da Estrela.»

 

Ver nevar pode ser tão belo como assustador. Numa ida à Serra da Estrela, o céu ficou negro de repente e o vento assobiava frio ao nosso redor. Fizemos inversão de marcha e fomos a passo pela estrada estreita. Não se via vivalma e não queríamos ficar presos num nevão. A neve começou a cair puxada a vento, com rajadas que fustigavam e sacudiam o carocha cor de areia. Não tinha nada a ver com a imagem dos floquinhos fofos a dançar lá fora, a acumularem-se alvos no peitoril da janela. Quando chegámos a Manteigas, respirámos fundo, mas continuámos a afastar-nos, sempre com a neve na nossa peugada. 

 

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Hoje é O Dia Internacional da Comida Picante

«O mote deste dia é proporcionar surpresas ao paladar. A variedade é o tempero da vida. Confeccionar pratos com malaguetas, pimenta e outros ingredientes picantes dá um sabor extra à comida e permite descobrir novas combinações deliciosas.

À comida picante são apontados vários benefícios, desde o consumo de energia do corpo, e consequente emagrecimento, ao fortalecimento cardiovascular. Estas são duas razões para dar uma hipótese à comida picante, nem que seja só neste dia. Podendo-se experimentar diferentes cozinhas, como a mexicana, a crioula, a indiana e a tailandesa. É preciso, porém, ter bebidas à mão em boa quantidade, para o caso de o calor apertar.»

 

É no calor que está o sabor. A D. Emília era uma cozinheira de mão-cheia que trabalhava com os meus tios em Jacarepaguá. Fazia petiscos maravilhosos, mas tinham todos a sua dose de calor. Puxava ao chopinho, puxava muito mesmo, mas sabia tão bem! É das melhores lembranças dos meus vinte e poucos.

           (Imagens Google)

Neve na minha rua

Cristina Torrão, 09.02.21

Na Alemanha, estamos atolados em neve. Estava a nevar quando me levantei, às sete da manhã, e ainda não parou.

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É frio, mas só cá fora. Resolve-se com agasalhos.

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Em ruas pequenas como a nossa, não há limpa-neves.

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Tem de se andar devagar. Mas não só quando há neve. Moramos numa “rua de brincar” (Spielstraße), as crianças (e os adultos, se quiserem) podem e devem brincar na rua. Têm absoluta prioridade, os carros andam a passo, ou seja, não mais do que 10 km/h, esteja o tempo que estiver.

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Atenção à placa!

Vivemos num mundo meio assim

Paulo Sousa, 11.01.21

Uma vez explicaram-me o ponto óptimo como sendo um valor matemático. Trata-se de um valor em que se conseguem equilibrar duas realidades com comportamentos distintos. Quantas horas demora um operário a abrir um buraco no chão? Se em vez de um, recorrermos a dois operários o buraco será feito mais rapidamente. É óbvio. Mas se aumentarmos repetidamente o número de operários chegará um momento em que nenhum se conseguirá movimentar. Então definir o ponto óptimo deste problema passa por saber até que ponto vale a pena enviar mais operários para que o buraco seja feito mais rapidamente.

Neste conceito existe uma racionalidade que podemos transportar para a nossa vida pessoal, e não só. Faz sentido procurar estes equilíbrios, embora que, em questões pessoais, cada um terá a sua própria equação de valores, estímulos e tolerâncias.

Mas não será esta procura de pontos de equilíbrio, também uma fuga aos factos e às consequências de cada escolha?

Queremos uvas sem grainha, batatas-fritas sem gordura, café sem cafeína, partos sem dor, coca-cola sem açúcar e de caminho acabamos por aceitar que os políticos digam meias-verdades e a acreditar que conseguem equilibrar as contas sem fazer cortes. Uma “leslatura” é um mandato de quatro anos, e em caso de abusos podemos recorrer à “Constuição”. Agora é assim.

No final do ano passado, juntamente com dois amigos, pude regressar à Serra da Estrela. Em meia dúzia de horas subimos pela vertente norte do vale glaciar de Alvoco da Serra até à Torre, e regressamos pela vertente sul. Chegamos ao carro ao anoitecer, o que confirmou que foi um bom plano.

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No primeiro quilómetro o gelo quase não existia, mas em poucas centenas de metros tudo mudou. Longe de se tratar de uma escalada, ganham-se mil metros de altitude em menos de três quilómetros de deslocação. Não podemos dizer que o declive seja uma meia inclinação, e o ponto de equilíbrio passa por ficar em casa. Ali a realidade é tão inteira como a manhã do dia 25 no poema de Sophia. Ali não há meias medidas, nem meias verdades, nem perguntas a que se responda: “Sei lá”!

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O frio, o vento, o ruído do vento, a luz que consegue trespassar a neblina, o gelo acumulado nos vincos da roupa, as mariolas de pedras, o peso do gelo que verga as giestas, tudo é efectivo e real.

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Vivemos num mundo onde se cortam as curvas, onde se limam as arestas e onde se sofre por antecipação da dor. Por isso é bom sair umas horas das rotinas desta vida, desta coisa em forma de assim.