Hoje é dia de
Hoje assinala-se O Dia Internacional Contra o Fascismo e o Anti-semitismo
"Neste 9 de Novembro, Dia Internacional Contra o Fascismo e o Anti-semitismo, o Presidente da República evoca a necessidade urgente de substituirmos o ódio e o antagonismo pela linguagem do diálogo e da abertura ao outro, seja próximo ou distante.
A história do nosso continente destinou a esta data um momento de contrição e reflexão, mas também de projecção no futuro da nossa capacidade de nos renovarmos como sociedade.
Hoje, como nunca, esta aspiração enfrenta obstáculos de todos os lados. Em vez de muros e fronteiras, demos as mãos, escutemo-nos uns aos outros, unamo-nos.
Às trincheiras respondamos com pontes. À divisão respondamos com a racionalidade do diálogo e da conciliação — em memória das chagas da nossa história comum, em memória do exemplo, recentemente homenageado, de Aristides de Sousa Mendes, e em nome de um futuro melhor, mais aberto, mais inclusivo, mais próspero, mais humano, para todos. À divisão respondamos com a racionalidade do diálogo e da conciliação.»
As lutas que se entabulam com a noção de que estão perdidas à partida são as mais difíceis de travar. Para lutar contra uma máquina de guerra assassina, sem rede, num total desconhecimento a cada hora do minuto seguinte, é preciso ser feito daquela fibra que os antigos cantavam nas suas epopeias. Num cenário como o presente na Ucrânia nascem heróis e humanitários, todos os dias, sempre numa luta incessante e desigual para travar o poder da besta. Alguns serão bem sucedidos, outros terão pugnado em vão, mas lutaram pelo que crêem e defendem. Esse tipo de coragem, nós, os que habitamos tranquilamente apascentados neste rectângulo à beira-mar plantado, nunca conseguiremos entender na realidade, apenas nas produções de Hollywood.
A 9 de Novembro celebra-se A Queda do Muro de Berlim
«A queda do Muro de Berlim foi um dos acontecimentos mais marcantes do final do século XX. Aconteceu de 9 para 10 de Novembro de 1989. Foi um dos capítulos essenciais na derrocada do bloco comunista que existia no Leste europeu e deu início a um processo político que culminou na reunificação da Alemanha, em 1990.
O Muro de Berlim, erguido em Agosto de 1961, foi um produto da Guerra Fria na antiga capital do Reich, ocupada desde 1945 por forças norte-americanas, britânicas, francesas e soviéticas. A cidade viria a permanecer com forte presença militar estrangeira durante mais de quatro décadas. Tal como a própria Alemanha. A metade ocidental, onde desde 1949 passou a vigorar uma democracia liberal, chamou-se República Federal da Alemanha. A metade oriental, sob tutela da União Soviética, denominou-se República Democrática Alemã.
Cedo se tornou evidente que a Alemanha Ocidental oferecia muito mais liberdade e prosperidade às pessoas. Como não existiam barreiras entre as duas Alemanhas, os habitantes da Alemanha Oriental começaram a mudar-se para Oeste em vagas cada vez maiores. Entre 1948 e 1961, cerca de três milhões de pessoas fugiram da RDA para a RFA.
A solução encontrada em Moscovo, que vigiava de perto os dirigentes da Alemanha Oriental, foi mandar construir um muro de betão para isolar Berlim Ocidental. Ficou a ser conhecido por "Muro da Vergonha".
Com o passar dos anos, a ditadura tornou-se mais feroz. Erich Honecker, o dirigente pró-soviético instalado em Berlim Leste, reforçou a repressão e contribuiu para reduzir ainda mais o nível de vida dos alemães residentes na metade oriental. A insatisfação popular originou diversas manifestações que contribuíram para a queda do regime comunista nas principais cidades: Belim, Leipzig e Dresden.
Em 8 de Novembro, vários ministros da RDA demitiram-se. Os acontecimentos precipitaram-se: no dia seguinte, o porta-voz do Governo anunciou - por alegado lapso - que as fronteiras com a Alemanha Ocidental iriam ser abertas de imediato, o que precipitou a deslocação de largos milhares de pessoas para a fronteira. Assim caiu o Muro, derrubado por uma população reprimida que ansiava por liberdade.»
E ficámos estáticos e expectantes a ver. Com todo o objecto contundente que tinham à mão, martelaram e furaram, de lá para cá e de cá para lá, até se encontrarem, naquele ponto em que caiu o muro que os torturava e que lhes sugava a liberdade. As lágrimas corriam, os carros enfileiravam-se por quilómetros nos postos fronteiriços anteriormente inexpugnáveis, as pessoas cantavam odes à liberdade, porque, assim que a placa de betão caiu, ela estava ali, de peito aberto para todos os que a quisessem respirar.
(Imagens Google)