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Delito de Opinião

Quando 1960 parece ser mais distante que 64 anos

João André, 29.08.24

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Mulheres a participar na competição de Tiro com Arco nos Jogos Olímpicos de St. Louis em 1904.

Não me saiu bem o post e fartei-me do que li nos comentários. Quem quiser o post (não sei para quê), pode pedir-mo por mail que está guardado. Quem quiser comentar, que o faça, está a caixa ali em baixo, disponível. A minha sanidade mental faz-me apagar o texto do post. Obrigado pela atenção.

Será racismo? Será misoginia?

Pedro Correia, 31.01.20

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O Livre, que foi uma das grandes novidades eleitorais a 6 de Outubro de 2019, aliás celebrada com incontáveis expressões de exultação e júbilo, acaba de perder a sua única deputada na Assembleia da República: Joacine Katar Moreira manterá o lugar no hemiciclo, para o qual foi eleita com toda a legitimidade, mas já sem representar o partido.

A decisão foi tomada por 34 dos 41 membros do chamado Grupo de Contacto - o órgão directivo do Livre - e produz, como consequência imediata, o fim da representação parlamentar do partido, que abdica da deputada, eleita por Lisboa. Um sério revés para o primeiro agrupamento político português que adoptara a introdução de «quotas étnico-raciais» em listas eleitorais.

Subsistem legítimas dúvidas sobre a bondade desta decisão, não faltando quem considere que terá sido meticulosamente orquestrada por gente que recebeu mal a inesperada popularidade de uma deputada capaz de «introduzir diversidade» no Parlamento.

Pertencendo a doutora Katar Moreira, enquanto «presidenta», ao núcleo duro do Instituto da Mulher Negra em Portugal, assumida «entidade anti-racista e feminista interseccional» apostada no combate a quem ouse «retirar ao sujeito negro o lugar de multiplicidade», mais se enraíza em muita gente a convicção de que na origem deste expurgo estarão motivações de índole racista e sexista.

Não será indiferente a tais suspeitas o facto de o fundador do Livre ser homem, caucasiano e agora docente em Harvard - selecto viveiro da classe dominante norte-americana, reduto das elites capitalistas. Já dizia o outro: isto anda tudo ligado.

Livre condiciona a liberdade

Pedro Correia, 14.01.20

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Foto Expresso

 

Paradoxos da política portuguesa: um partido chamado Livre faz tudo para condicionar a liberdade de expressão e de actuação do único representante que tem no Parlamento. Que é mulher e afrodescendente.

Este partido intitula-se feminista e anti-racista. E livre, como a sua sigla proclama. Mas vem praticando um inaceitável assédio moral à sua deputada. Começou por afastá-la da extensa lista de 68 membros dos órgãos nacionais, que serão eleitos no congresso a realizar este fim de semana. E prepara-se para votar uma moção que pretende forçá-la a renunciar ao lugar para que foi eleita por sufrágio universal apenas há três meses.

Caso para perguntar se o núcleo duro que gere o Livre agiria da mesma forma se ela fosse ele. E se tivesse menos melanina a colorir-lhe a pele.

Daqui presto, portanto, a minha solidariedade a Joacine Katar Moreira.