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Delito de Opinião

Isto anda tudo ligado

Sérgio de Almeida Correia, 22.01.16

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(Foto de Pedro A. Pina, RTP) 

Eu já estava admirado com a sua ausência. Pensava que o homem se refugiara num retiro sabático no Copacabana Palace ou no Polana até depois das eleições, mas compreendo que não quisesse desiludir ninguém e eis que resolveu aparecer a tempo de dar uma mãozinha na recta final da campanha. Depois de ter pedido o apoio no Conselho Nacional do PSD ao candidato "independente" do partido e de ter conseguido a aprovação de uma recomendação desse mesmo Conselho Nacional para o voto no candidato "independente", eis que Miguel Relvas surge em força na recta final da campanha das presidenciais. Sei de fonte segura que o Prof. Marcelo ficou entusiasmadíssimo com esta aparição e prepara-se para logo à noite agradecer o empenho do apoiante.

Especialistas na arte de baralhar, partir e voltar a dar há poucos. Em Portugal é uma das profissões mais reconhecidas publicamente, mais bem pagas, e que para além de uma boa agenda telefónica, alguns contactos ao mais alto nível e muita lata, não exige especiais qualificações. Com as voltas que a banca dá, se o Prof. Marcelo for eleito ainda vamos ver o apoiante a ser recebido em Belém. Na qualidade de banqueiro, pois claro, que isso sempre dá outro estatuto.

Assunto resolvido é um imbróglio à vista

Sérgio de Almeida Correia, 04.12.14

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A actual administração da RTP foi escolhida pelo Governo em funções da maioria PSD/CDS-PP. Sobre o assunto RTP disse Miguel Relvas, com a sua habitual petulância, ainda antes de sair pela porta dos fundos, que estava resolvido, acrescentando que "A RTP tem hoje um dos melhores gestores à sua frente, tem uma excelente equipa de profissionais e vai deixar de ser notícia, porque passa a ter a partir de hoje todas as condições para resolver todos os seus problemas".

Ainda o mandato deste Governo não chegou ao fim e a RTP voltou a ser notícia pelas piores razões. Os melhores gestores viram o seu plano estratégico chumbado por duas vezes. Alberto da Ponte dizia há dias que não se demitia e que estava a defender os interesses da empresa. O ministro que substituiu Miguel Relvas na tutela da empresa veio acusar o gestor de "falta de lealdade". Um mimo "irrevogável".

Agora ficamos a saber que os "melhores gestores" foram destituídos pelo mesmo Governo que os escolheu, assim mostrando a excelência das decisões tomadas relativamente à RTP, pelo que talvez seja altura de Miguel Relvas, que foi repescado no último congresso do PSD para voltar a desempenhar funções políticas no partido, ou o primeiro-ministro, viessem esclarecer se estavam errados quando promoveram os demitidos à liderança da RTP ou se é Poiares Maduro quem tem razão. E não se esqueçam de divulgar o valor das indemnizações que serão pagas. Se for o caso, é claro.

O Apóstolo da Asneira

João André, 23.04.13

 

Quando Miguel Relvas apresentou Miguel Gonçalves como “embaixador” do Impulso Jovem, num dos últimos actos que teve antes da demissão, pessoalmente pensei que estivesse a gozar com o pagode, como fez muitas vezes. Um tipo disparou meia dúzia de lugares comuns numa “conferência” que já só um negócio, fê-lo com o entusiasmo dos tolos, e foi escolhido para ser embaixador (o que isso na prática significa já explico) de um programa governamental.

 

Depois de Miguel Relvas se demitir e Miguel Gonçalves começar a disparar as suas pérolas de sabedoria, chego á conclusão que isto não mais é que deixar a cama feita ao governo, um simples acto de boa gestão para quem fica: Miguel Gonçalves é um palerma, mas é um palerma que gosta do seu trabalho e distrai as atenções. E é nisso que consiste o seu trabalho de embaixador.

 

Na sua entrevista ao iOnline fica claro que não tem a menor ideia daquilo que se passa para lá do seu círculo de contactos ou do que lhe cai na caixa de e-mail. Os seus contactos ou são yes-men ou admiradores bacocos. Os que lhe mandam e-mails (presumivelmente a pedir emprego ou a mostrar desprezo) também não devem ser melhores. O resultado são as afirmações como «eu tenho uma pasta na minha caixa de correio que tem muitas dezenas de emails de pessoas que, se continuarem com aquele comportamento, nunca vão entrar no mercado». Como se sabe, a caixa de correio de Miguel Gonçalves vai em breve substituir o INE.

 

Não importa que o desemprego seja estrutural, MG acha (e “acha” é a palavra correcta, pensar não é para ele, é mais no feeling, ‘tás a ver?) que os desempregados têm ele a solução. Basta irem a «cinco ou seis [empresas] por dia» e baterem à porta até arranjarem emprego. Claro que a insistência lhes vai dar empregos que não existem. Não importa também que os desempregados neste momento passem por situações de desespero, o problema é que «muitos dos que estão desempregados, estão desempregados porque, ponto número um, não querem trabalhar e, ponto número dois, são maus a fazê-lo». Também é brilhante a sua tirada «Todos os dias há muito trabalho disponível no mercado, há muitas empresas que semanalmente entram em contacto comigo porque estão fartas de procurar e não encontram pessoas boas», especialmente porque parece que o ónus está nos desempregados em encontrar a empresa, em vez de ser o oposto. Valha-nos Deus que Miguel Gonçalves está contactável para resolver esses problemas (suponho que envolvam trabalhos onde o salário não paga a renda da casa). Ainda melhor é a sua comparação com o mercado de trabalho dos EUA, onde «60 a 80% do trabalho não chega a anúncios. Em Portugal não tenho estatísticas, mas estimo que seja qualquer coisa desse género». Fora o “achismo”, é engraçado ver como compara um mercado com 7% de desemprego com outro com 20% e um mercado fortemente baseado em tecnologia e ciência com outro que desinveste nessas áreas.

 

A verdade é que quase cada palavra que lhe sai dos lábios é asneira. Não percebi ainda se acredita verdadeiramente no que diz ou se simplesmente está a criar uma carreira à conta de declarações que vê como políticamente incorrectas. Uma espécie de Paris Hilton com outro vídeo viral. Neste momento não passa de um Apóstolo da asneira. E o Governo agradece-lhe. Passos Coelho deve esfregar as mãos de contente com este legado de Relvas.

Não-assuntos

Ana Margarida Craveiro, 07.04.13

Noutros tempos, licenciaturas com fax e equivalências estranhas davam direito a gritaria, fecho de universidades e papéis a desaparecerem (ou a terem várias versões). Agora, um mesmo não-assunto deu direito a um processo, apresentado por um ministro do mesmo governo, e uma demissão. Podemos reclamar da crise, podemos reclamar dos orçamentos, podemos reclamar de muita coisa, mas que alguma dignidade está de volta, ai isso está. 

O Governo em ruínas.

Luís Menezes Leitão, 04.04.13

 

O problema deste Governo foi desde o início um e apenas um: uma estrondosa falta de liderança. Tal resulta do óbvio défice de competências que Passos Coelho tem para Primeiro-Ministro, uma vez que lhe falta simultaneamente capacidade política e competência económica. Precisamente por isso o Governo que formou assentava em dois pilares principais: Miguel Relvas para a área política e Vítor Gaspar para as finanças. Um dos pilares ruiu hoje e o golpe no Governo é de tal ordem que Passos Coelho nem foi capaz de indicar o substituto. O outro pilar, já muito esboroado, pode cair amanhã se o Tribunal Constitucional trucidar o orçamento de Estado.

 

Miguel Relvas teve habilidade política suficiente para fazer Passos Coelho chegar a Primeiro-Ministro, mas no Governo tomou decisões completamente erradas. Contratou António Borges como consultor, com carta branca para as privatizações, que se revelaram um desastre. Reduziu a reforma das autarquias a uma extinção de freguesias à vontade dos fregueses. De caminho deixou-se enredar em casos pitorescos como espiões, ameaças a jornalistas, licenciatura, etc. No fim ainda conseguiu pôr as candidaturas autárquicas do PSD em combate com os tribunais, para gáudio dos adversários. Era manifesto que já não trazia qualquer vantagem política ao Governo, pelo que deveria ter saído há muito tempo. Sai agora na pior altura possível nas vésperas da decisão do Tribunal Constitucional, ao que se diz por causa de um relatório sobre a Lusófona que já estaria na posse do Governo há meses. A ser assim, é provável que arraste igualmente Nuno Crato na queda.

 

Vítor Gaspar é igualmente um caso perdido como Ministro das Finanças, como aliás se viu desde o seu primeiro discurso, quando anunciou impostos extraordinários em lugar de cortes de despesa, tendo prosseguido nessa senda, contra tudo e contra todos. Amanhã se verá se o Tribunal Constitucional lhe permite manter um mínimo do inacreditável Orçamento de Estado que concebeu, ou se o caso já não tem remédio, tendo que arrumar igualmente as pastas.

 

A ruína deste Governo tem, no entanto, apenas um culpado: Passos Coelho. Foi o seu défice de coordenação e supervisão que deu carta branca a Gaspar para inventar as medidas económias mais loucas possíveis, como a TSU, e permitiu a continuação de Miguel Relvas no Governo até ao limite do insustentável. Um Primeiro-Ministro que coordenasse efectivamente os Ministros nunca teria deixado as coisas chegarem a este ponto. É por isso que não me alegra nada a demissão de Miguel Relvas, aliás substituído pelo vazio absoluto. Ficaria satisfeito era com a demissão de Passos Coelho. É tempo de a maioria arranjar outro Primeiro-Ministro. Se não, será a oposição a fazê-lo. 

Relvas, demissões e licenciaturas anuladas

José António Abreu, 04.04.13

O ministro Miguel Relvas demitiu-se. Acho bem. Devia, aliás, tê-lo feito bastante mais cedo. Contudo, mais do limitar-me à constatação da sua saída do governo, quero realçar outra: Miguel Relvas demitiu-se após um processo de auditoria desencadeado pelo próprio governo, na sequência de notícias acerca do modo como se licenciou, o qual produziu resultados tão contrários ao interesse do governo que outro ministro vai ter que anular a licenciatura e/ou (existem versões contraditórias quanto aos poderes de Nuno Crato) enviar o caso para o Ministério Público. Era bom que este nível de isenção servisse de precedente porque, apesar da minha memória já não ser o que era, quer-me parecer que as coisas nem sempre funcionaram assim.

Até o comemos

Laura Ramos, 04.04.13

 

 

Estava escrito. Foi a licenciatura...

Leio agora os biitaites e os de profundis que perpassam na imprensa e nas redes sociais e, sem espanto, verifico como os comentadores se espremem em ataques de tiques e se esmifram em patéticas taquipneias, agarrados às moralizadoras interpretações pavlovianas do costume, como se delas lhes viesse a santidade cívica que pretendem.

 Somos um povo baralhado, não há dúvida...

O caso, em si nada edificante, justificará tamanha sanha justiceira dos analistas, por oposição a outros da nossa memória recente?

- E a Sócrates, alguém lhe exigiu a cabeça numa situação que foi, em tudo, eticamente similar?

Pasmo com a dualidade de tantos doutores e engenheiros, provindos sabe-se lá de que universidades da mula russa.

 Estava escrito, sim -  mas por outras razões - que saisse Miguel Relvas, o compagnon de route de Pedro Passos Coelho.

Aquele que o assistiu pelas antecâmaras do poder, preparando, palmo a palmo, a vitória eleitoral contra Manuela Ferreira Leite e, depois, contra Paulo Rangel e Aguiar Branco. E que, uma vez limpo o caminho, preparou de seguida o seu triunfo em eleições legislativas nacionais, rumo à suma e escorregadia cadeira de primeiro-ministro.

Mas com ele, saiará sobretudo o resto: um par de boas pegas, mesmo de cernelha, às sinecuras da RTP e das autarquias locais.

O poder é antropófago, exige cabeças.

E o povo é feliz.

- Não sentem este enorme alívio nacional?

É jogada do Relvas, pá!

André Couto, 21.03.13

A petição que anda aí a pulsar tem o alvo errado.
Passo a explicar: Miguel Relvas percebeu que o PS não descola nas sondagens porque António José Seguro não se impõe na comunicação social, uma vez que há rostos do PS que ocupam o espaço mediático da esquerda, e que não lhe têm especial carinho. Feito o diagnóstico do insólito sucesso do PSD nos estudos de opinião, tendo em conta o estado a que chegámos, toca de mandar vir José Sócrates, que António José Seguro tanto pontapeou enquanto deputado na legislatura anterior, e enquanto Secretário-geral desde que foi eleito.

Por um lado potencia o contínuo ocaso do líder do PS, por outro lado reaviva o fantasma Sócrates, uma vez que ainda há meia dúzia de pessoas que pensam que, com José Sócrates, as coisas estariam piores do que estão. Aqui comete um erro de análise. Na minha opinião não há muita gente a achar isso, em especial os que se lembram de Pedro Passos Coelho, em 6 de Junho de 2011, a dizer que ia cumprir o acordo com a Troika, que era o seu plano de governo, e surpreenderia indo mais além.

Pessoalmente saúdo o regresso de José Sócrates. A sua experiência será uma mais valia no debate político.

 

E Miguel Relvas é um génio.

Terra da fraternidade

José António Abreu, 20.02.13

A acção de luta que consistiu em cantar Grândola Vila Morena no Parlamento foi inteligente. Teve uma subtileza cortante que é rara neste tipo de acções – e em Portugal, onde sempre fomos mais dados à manifestação, expressa e reiterada, do óbvio (veja-se o humor, que felizmente a invasão de programas televisivos anglo-saxónicos tem vindo a refinar). Os mestres-cantores (até Hans Sachs concordaria que eles cantaram bem) da Assembleia foram mesmo ao ponto de não resistir às ordens de expulsão. Evidentemente, tratava-se de profissionais conscientes de que a imagem da dignidade ofendida possui mais força do que a da arruaça. Após esse momento, com a contradição de ter nascido para exigir o que os cantores da Assembleia manifestamente tiveram afastada por inconveniente (nuns casos) e falta de memória (noutros), Grândola Vila Morena tinha caminho aberto para se tornar no hino da actual contestação, ocupando o posto onde alguns tentaram há uns tempos colocar um débil tema dos Deolinda. Havia dois tipos de risco, o do excesso de exposição (semanas a ouvir gente nos mais diversos cantos do país entoando Grândola Vila Morena perante membros do governo era capaz de se tornar tão repetitivo que o efeito contestatório se diluiria) e o de alguém utilizar a canção como base de partida para acções violentas, mas cantar Grândola Vila Morena poderia de facto constituir-se numa forma ao mesmo tempo elegante e acerada de mostrar desagrado – bem como de disfarçar a míngua de ideias – a que alguns membros do governo reagiriam certamente pior do que outros.

 

Isto ainda é possível mas o segundo risco concretizou-se depressa. O modo como o tema foi ontem usado em jeito de preâmbulo para berros e insultos contra Miguel Relvas prejudica desde já a sua futura utilização. Goste-se ou não de Relvas (e, repetindo-me porque há sempre quem apenas lembre as partes que lhe fortalecem as ideias feitas, eu considero a reforma do mapa autárquico insuficiente, a não-solução do caso RTP desapontante, as aparições dele em processos que não lhe deviam dizer respeito preocupante e a sua permanência no governo após as notícias sobre a licenciatura inaceitável), por contraponto à histeria ululante dos manifestantes, ele pareceu sensato e ponderado. Aguentou, tentou responder e só cometeu o erro de, logo no início, se juntar ao coro. Percebe-se a ideia (era uma forma de dizer: posso cantar a Grândola Vila Morena porque sou tão democrata como vocês) mas da atitude transpareceu nervosismo e arrogância. Precisamente o tipo de hipótese a que me referia no final do parágrafo anterior. Tivessem os manifestantes ficado por aí, Relvas seria hoje alvo de chacota generalizada e eu não estaria a escrever este post. Mas os manifestantes continuaram. Partiram para os gritos e para os insultos. E Miguel Relvas, encurralado, manteve assinalável serenidade, tentou responder às perguntas que, na verdade, não o eram, e deixou bem visível (para quem quiser ver) como a berraria não equivale a ideias nem, muito menos, a soluções. Cometeu um segundo erro, já à saída, mas foi ligeiro: assediado pelos repórteres, tentou passar a mensagem de que a noite fora normal. Não fora e pretendê-lo apenas revelou insegurança. Foi como se dissesse: está tudo bem, nada disto põe em causa a continuidade do governo. Compreensível mas desnecessário e, no limite, até contraproducente. Quanto a Grândola Vila Morena, ninguém terá dúvidas de que, agora que a moda se instalou, será novamente cantada em breve, algures no país ou mesmo no estrangeiro. Resta saber se de forma a aumentar-lhe, se a diminuir-lhe os efeitos.

 

Duas notas finais: quem acha os acontecimentos de ontem um modo adequado de contestar o governo e não somente o ministro Relvas, é favor imaginar a grávida Assunção Cristas no lugar dele; e trata-se de uma melhoria significativa em relação ao passado recente que as pessoas insatisfeitas consigam entrar nos locais onde os governantes se encontram e que, aparentemente, a polícia ainda não tenha invadido a sede de qualquer sindicato.

A democracia e a liberdade de expressão

José Gomes André, 20.02.13

Não tenho apreço político por Miguel Relvas. Não lhe vislumbro qualidades assinaláveis e considero-o um elemento tóxico no Governo, pelas polémicas em que se viu (e vê) envolvido, às quais ainda não deu resposta esclarecedora. Todavia, o que aconteceu no Clube dos Pensadores, em Gaia, e no ISCTE, em Lisboa, não pode merecer elogios. Uma coisa é manifestar-se desagrado público pela governação, algo perfeitamente legítimo e até elogiável em várias circunstâncias. Outra coisa diferente é utilizar uma manifestação para intimidar fisicamente uma pessoa ou impedi-la de exercer a sua liberdade de expressão.

E se o primeiro exemplo não me incomoda especialmente (é um caso de polícia ou porventura dos tribunais), o segundo deixa-me muito incomodado. O orador pode ser um crápula, um imbecil, até mesmo um "fascista" (como lhe chamaram), mas aquilo que distingue uma democracia consolidada é a sua capacidade para proteger os valores democráticos em qualquer circunstância. Calar um homem porque se discorda dele, com o objectivo de "proteger a democracia", é tão idiota quanto pretender extinguir o oxigénio do planeta para acabar com os fogos.

Sim, estou a parafrasear James Madison. Ele sabia muito bem que a liberdade de expressão não existe para que os tiranos sejam silenciados. Existe para que os tiranos falem e nós lhes possamos responder, denunciando as suas falácias. Isso - e não a limitação de uns para benefício de outros - é que é a democracia.