Estava escrito. Foi a licenciatura...
Leio agora os biitaites e os de profundis que perpassam na imprensa e nas redes sociais e, sem espanto, verifico como os comentadores se espremem em ataques de tiques e se esmifram em patéticas taquipneias, agarrados às moralizadoras interpretações pavlovianas do costume, como se delas lhes viesse a santidade cívica que pretendem.
Somos um povo baralhado, não há dúvida...
O caso, em si nada edificante, justificará tamanha sanha justiceira dos analistas, por oposição a outros da nossa memória recente?
- E a Sócrates, alguém lhe exigiu a cabeça numa situação que foi, em tudo, eticamente similar?
Pasmo com a dualidade de tantos doutores e engenheiros, provindos sabe-se lá de que universidades da mula russa.
Estava escrito, sim - mas por outras razões - que saisse Miguel Relvas, o compagnon de route de Pedro Passos Coelho.
Aquele que o assistiu pelas antecâmaras do poder, preparando, palmo a palmo, a vitória eleitoral contra Manuela Ferreira Leite e, depois, contra Paulo Rangel e Aguiar Branco. E que, uma vez limpo o caminho, preparou de seguida o seu triunfo em eleições legislativas nacionais, rumo à suma e escorregadia cadeira de primeiro-ministro.
Mas com ele, saiará sobretudo o resto: um par de boas pegas, mesmo de cernelha, às sinecuras da RTP e das autarquias locais.
O poder é antropófago, exige cabeças.
E o povo é feliz.
- Não sentem este enorme alívio nacional?