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Delito de Opinião

Alegada injustiça

João Carvalho, 16.06.12

Paulo Pereira Cristóvão não só está indiciado de práticas ilícitas, como também está com a vida muito limitada pela determinação da Justiça de não contactar sportinguistas e o clube.

Portanto, se ele quiser confessar-se, não poderá ir ao encontro do padre Vítor Melícias, que terá de manter à distância mesmo perante o segredo sagrado da confissão a que está obrigado o sportinguista franciscano. Por outro lado, se sentir algum problema hepático, Pereira Cristóvão não deverá recorrer aos conhecimentos de Eduardo Barroso, por muito especialista que seja o consumidor de charutos e presidente da assembleia geral do SCP.

Veja-se bem como a alegada Justiça pode ser alegadamente injusta. O alegadamente sportinguista e alegado Cristóvão que o diga.

Cada vez mais nódoas

João Carvalho, 15.05.12

 

A notícia é de ontem e não deve ter escapado à maioria dos portugueses: Portugal passou a ser o quinto maior exportador mundial de tomate concentrado. Ou seja: já não nos chegava o lodo em que estamos enterrados, para agora sermos vítimas deste cenário tão incómodo. Concentrado, ainda por cima. E o que isto agrava, senhores, as nódoas nacionais? Livra!

Soares virou à esquerda

João Carvalho, 08.05.12


Mário Soares não se limitou a ir buscar o socialismo à gaveta: já declarou que o primeiro-ministro está a governar mal, juntou-se aos que faltaram ao 25 de Abril (mais parecido com o sempre perspicaz Vasco Lourenço e menos com o faustoso Presidente da República que foi) e agora até diz que o País deve romper com a Troika e que o PS deve mandar às urtigas o acordo que subscreveu.

Enfim: Soares virou tanto que, para voltar a levantar ambos os punhos fechados (como se vê ali em cima), até os seus dois braços já são esquerdos. E ainda se ri.

O Senhor D. Manuel II e o Mendonça

João Carvalho, 27.03.12

 

Foi a 4-12-1909, conforme se lê. O Rei de Portugal acaba de regressar de uma viagem a Inglaterra.

Esta entrada em Lisboa de comboio pode indicar que um grupo em torno de Sua Majestade tinha arranjado tempo (naqueles primeiros dias de Dezembro que nunca foram os melhores para ir dar uma volta ou preparar alguma caçada) para um encontro recatado, talvez para pôr o monarca a par das maquinações republicanas durante a ausência — uma ausência que serviu para um encontro (premonitório?) entre D. Manuel II e Eduardo VII.

No momento da foto, estão à vista o conde de Mafra Thomaz de Mello Breyner, o visconde de Asseca, el-Rei D. Manuel II e o conde de Sabugosa.

Nesse preciso instante, o ministro Mendonça e o secretário Campos tinham entrado numa das carruagens para contactar o pessoal de serviço, a fim de saber se a composição não seria capaz de se mover a alta velocidade para que pudessem ir jantar a Madrid a horas decentes — nem que isso custasse mais alguns milhões ao pobre Orçamento, que os republicanos mais cedo ou mais tarde haveriam de pagar.

Tamanho é qualidade?

João Carvalho, 25.03.12

Em ambos os lados do Atlântico, dois Presidentes tentam a todo o custo ser reeleitos para novo mandato. Com eles, as respectivas Primeiras Damas colaboram activamente na divulgação das qualidades dos seus maridos. Qualidades, sim. Lá porque o standard em Whashington é diferente do padrão em Paris, há coisas que só por existirem já são qualidades. Podem é variar de grau ou ter nota diferente.