Esta noite, ao assistir ao Eixo do Mal (como contei em post abaixo), verifiquei com espanto que ainda há muita gente a ver o caso TVI só com um olho. Mesmo entre pessoas que pontuam na comunicação social, o que é mais espantoso ainda. Consigo entender a confusão de um leigo nestas matérias, como de alguns comentários que temos recebido aqui, de quem está menos atento e mais afastado destas coisas e tem outras preocupações. Entendo, sim. Mas – que diabo! – começa a ser altura de distinguir o que está em causa. Era o que eu esperava, pelo menos, por parte daqueles que era suposto estarem informados e acostumados a ter uma visão mais ampla dos acontecimentos.
Trata-se de intuir que a legislação sobre esta matéria foi atropelada. Trata-se de reflectir sobre o afastamento de uma jornalista. Trata-se de discutir a alçada e os limites das administrações que querem ter órgãos de comunicação social. Trata-se de tudo isso. Só não se trata de avaliar a qualidade da jornalista e do jornalismo que ela expunha naquele espaço de informação.
Sejamos sérios: não houve tempo bastante, ao longo de tantos meses, para fazer essa avaliação e opinar sobre isso à fartazana? A que propósito se perde agora tempo a discorrer sobre a jornalista e o seu tom? A quem interessa ficar a chover no molhado e deixar o sol tapado com a peneira? Só por manobra de diversão, que alguns ingénuos têm ajudado a prolongar. E isso – pensem bem – é muito capaz de estar a dar jeito a alguém.