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A campanha eleitoral arranca formalmente. Daqui a 15 dias, vamos às urnas. Aceitando que os processos judiciais não conhecem os calendários eleitorais, vamos às urnas com muitas conclusões adiadas. Mas nem tudo está confinado à justiça.
Ao fim de tanto tempo, a ERC ainda está a investigar o caso TVI? Mesmo sem ter luvas, malas pretas e outras percentagens ocultas? É que convinha, a 15 dias das eleições, saber exactamente o que se passou, por obra de quem e o que vai agora acontecer.
Claro que a gente imagina a conclusão que a ERC vai tirar. Mas, já agora, podia dizê-lo mais depressa e em tempo útil, só para justificar um bocadinho a sua existência.
Afinal, parece que a história não estava bem contada pelo jornalista Tolentino de Nóbrega. Apesar de tudo, como afirmava João Vasconcelos no blogue Activismo de Sofá, no início de 2008, Podemos sempre questionar a parcialidade das notícias de Tolentino Nóbrega. Questionar inclusive o facto de apenas as suas notícias de denúncia sobre as actividades de Jardim, do seu governo e do seu partido conseguirem amplo destaque num jornal nacional. De qualquer modo, o seu tipo de jornalismo de denúncia é muito importante em democracia. Embora com algum sensacionalismo, tende a ser um não desprezável mecanismo de controlo da acção governativa e dos seus responsáveis.
Esta noite, ao assistir ao Eixo do Mal (como contei em post abaixo), verifiquei com espanto que ainda há muita gente a ver o caso TVI só com um olho. Mesmo entre pessoas que pontuam na comunicação social, o que é mais espantoso ainda. Consigo entender a confusão de um leigo nestas matérias, como de alguns comentários que temos recebido aqui, de quem está menos atento e mais afastado destas coisas e tem outras preocupações. Entendo, sim. Mas – que diabo! – começa a ser altura de distinguir o que está em causa. Era o que eu esperava, pelo menos, por parte daqueles que era suposto estarem informados e acostumados a ter uma visão mais ampla dos acontecimentos.
Trata-se de intuir que a legislação sobre esta matéria foi atropelada. Trata-se de reflectir sobre o afastamento de uma jornalista. Trata-se de discutir a alçada e os limites das administrações que querem ter órgãos de comunicação social. Trata-se de tudo isso. Só não se trata de avaliar a qualidade da jornalista e do jornalismo que ela expunha naquele espaço de informação.
Sejamos sérios: não houve tempo bastante, ao longo de tantos meses, para fazer essa avaliação e opinar sobre isso à fartazana? A que propósito se perde agora tempo a discorrer sobre a jornalista e o seu tom? A quem interessa ficar a chover no molhado e deixar o sol tapado com a peneira? Só por manobra de diversão, que alguns ingénuos têm ajudado a prolongar. E isso – pensem bem – é muito capaz de estar a dar jeito a alguém.
Acabo de assistir ao Eixo do Mal (SIC-N), dedicado em grande parte ao caso TVI. Entre umas banalidades e outras tantas parvoíces, um ou outro detalhe mais ou menos consensual, mas não mais do que isso. Com uma ressalva, que merece o destaque: Daniel Oliveira salvou a honra daquele convento de costumeiros disparates.
Pela lucidez da análise e acerto da posição que tomou, não teve qualquer paralelo na mesa. Não me custa, por uma vez, subscrever tudo o que ele disse sobre o caso. Sabendo-se, mais a mais, que o Daniel Oliveira definitivamente nunca poderia ser um admirador do tal telejornal das sextas e da respectiva protagonista.
Não lhe fixei o nome até chegar aqui (e não tenciono voltar atrás), mas a memória do computador deixou-me fixar que o texto é este. Do autor só presumo que é o humorista de serviço do Simplex.
Confirma-se aquilo que quase toda a gente sabe: fazer humor não é para qualquer um. Mais triste ainda é quando o próprio não o sabe.
O caso Marcelo Rebelo de Sousa (MRS) em nada pode ser comparado com o caso Manuela Moura Guedes (MMG). Passo a explicar: 1) MMG não vai ter direito a ser recebida por um Presidente da República preocupado com a liberdade de imprensa (imaginem que Cavaco tentava algo semelhante com o que fez Jorge Sampaio. Imaginam? Pois, eu também não). 2) MRS era uma voz incómoda de dentro do próprio partido (uma das coisas que me espanta nos actuais socialistas é a incapacidade de pensamento critico, nisso, reconheça-se, os sociais democratas há cinco anos revelaram ser bem melhores). 3) Santana Lopes nunca beneficiou da retórica da campanha negra, nem do benefício de dúvida, de que Sócrates parece beneficiar (comparem a quantidade de casos de um e do outro lado e eu arrisco-me a dizer: volta Santana que estás perdoado).