Get Lucky
Não vale a pena perder tempo a discutir se Get Lucky dos Daft Punk é a música do ano. É. E pronto. Vais ouvi-la tantas, tantas vezes como ouviste Paradise dos Coldplay. Até não poderes mais. Mais cedo ou mais tarde vais chegar a odiá-la. Depois, passados um ou dois anos, quando a ouvires ocasionalmente, vais voltar a tomar-lhe o gosto. A questão do momento é, então, a de saber se o novo disco dos Daft Punk, Random Access Memories, é, no seu conjunto, um disco brilhante. Digo que não. Tem, é verdade, momentos excepcionais, bem para lá de Get Lucky. Lose Yourself To Dance e Give Life Black to Music são alguns deles. Todavia há algumas faixas que sobram. Instant Crash é soporífero e corta a onda do disco. Doin´t it Right e Fragments of Mine também nada acrescentam e parecem ter sido metidos a martelo, para perfazer o número de faixas e de colaborações desejado. Nada a fazer. Os homens, como bons franceses que são, desconhecem os benefícios da contenção. Temos assim momentos brilhantes num disco irregular. Já não é pouco dizer. Uma nota adicional: alguns dos nomes dos temas foram deliberadamente trocados. Foi só para ver se estavas atento e se és tão conhecedor do assunto como os comentários que te preparavas para fazer pretendiam dar a entender. Agora, admitindo que ainda não estás tão fartinho como vais chegar a estar, aproveita que não vai durar para sempre.