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Delito de Opinião

A dupla fuga de Montenegro

Legislativas 2024 (1)

Pedro Correia, 31.01.24

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Luís Montenegro (natural do Porto mas residente em Espinho onde passou grande parte da infância e juventude) sempre foi candidato a deputado por Aveiro. Agora, que é presidente do PSD, decidiu candidatar-se por Lisboa. Gesto incompreensível, vindo de um homem do Norte: então é defensor da descentralização e fez até justas proclamações contra a macrocefalia alfacinha, mas corre a empoleirar-se no distrito da capital? Incompreensível por outro motivo: assim evita o embate nas urnas com Pedro Nuno Santos (natural de São João da Madeira), que também sempre foi candidato por Aveiro. Foi e volta a ser: mantém-se lá.

Percebo mal esta dupla fuga de Montenegro. Ao distrito adoptivo e ao confronto directo com o secretário-geral socialista. Parece ter-se esquecido disto: uma das qualidades mais valorizadas num político, seja de que quadrante for, é a coragem.

Este atributo avalia-se por actos, não por palavras. Ao esquivar-se ao duelo em Aveiro com o antigo ministro da ferrovia e dos aeroportos, o líder laranja parece fazer campanha contra si próprio.

Se ainda ninguém lhe disse isto, fica dito agora.

Curtas

Paulo Sousa, 19.01.23

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Os últimos dias tem sido férteis na revelação de casos e casinhos que mais me parecem um destrunfar, como se de poupanças se tratassem, de coisas guardadas na gaveta para usar um dia contra alguém a quem se pretenda atacar.

Soubemos que Luís Montenegro, e um seu muito próximo colaborador, estarão envolvido em benefícios poucos claros e que, mesmo vindo a revelar-se no futuro legalmente estéreis, merecem uma avaliação política.

Numa democracia evoluída, estes dois casos seriam suficientes para o afastamento destas duas personagens.

E é aí que que me leva o raciocínio que motivou este postal.

Estes casos mostram o quão tóxico se tornou o PS no nosso regime. É tanto o nepotismo, o abuso, o favorecimento, a endogamia e a prevaricação do partido que governou sozinho o país em 22 dos últimos 28 anos, que estes dois casos acabam por parecer coisas banais e sem importância.

A culpa é de Montenegro

Pedro Correia, 08.07.22

Ainda bem que Luís Montenegro foi enfim eleito presidente do PSD.

António Costa estava desde 2015 à espera deste momento.

Montenegro vai decidir a localização do futuro aeroporto de Lisboa, como o primeiro-ministro já revelou.

Obviamente, este longo impasse de sete anos é culpa exclusiva do maior partido da oposição. E do próprio Montenegro, que tardou tanto tempo a chegar lá.